Pantanal: Atrizes dividem a experiência de viver Muda: “A vingança é ego, te consome, te aprisiona”

Andréa Richa e Bella Campos, intérprete de Muda na versão original e no remake, respectivamente, trocaram perguntas e respostas para o site NaTelinha

Andréa Richa e Bella Campos são separadas por 32 anos, mas ambas dão à vida a mesma personagem de Pantanal: Maria Ruth, a Muda. A primeira viveu a personagem na versão original, da Manchete, em 1990. Já a segunda, faz sua estreia em novelas no remake produzido pela Globo.

As duas atrizes conversaram, à convite do site NaTelinha, e trocaram perguntas e respostas sobre Muda, personagem que as une após tantos anos. Na novela, Maria Ruth se infiltra na vida de Juma (Cristiana Oliveira/Alanis Guillen) e Maria Marruá (Cássia Kiss/Juliana Paes) para se vingar do assassinato de seu pai, morto por Gil (José Dumont/Enrique Diaz). Na versão original, ela acaba se apegando às rivais e desiste da vingança.

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Andréa Richa concedeu uma entrevista ao NaTelinha em 2021, para falar sobre o trabalho. Na época, ela sugeriu uma atriz novata para viver a personagem: “Posso até imaginar quais atrizes fariam bem a Muda, a Juma, a Guta, mas essas personagens vivem em um mundo tão distante do nosso. Elas têm que vir frescas. É preciso encontrar o personagem no ator, não o contrário”.

No bate papo promovido pelo NaTelinha, Bella Campos questionou sobre detalhes da experiência de André Richa com o trabalho. Esta, por sua vez, elegeu as cenas que mais a marcaram e perguntou como a estreante conseguiu o papel.

Pantanal: Bella Campos e Andréa Richa dão vida a mesma personagem, Muda (Foto: Reprodução/Montagem)

Confira um trecho do bate papo:

Bella Campos: Como foi viver uma personagem com tanta dualidade: falar x não falar, Tibério x Levi, vingança x perdão? 

Andréa Richa: […]O Tibério, por exemplo, é coração. O Levi é tesão. A vingança é ego, te consome, te aprisiona. O perdão é escolha, libertação. Já não falar, para não precisar se explicar, é sempre uma rota de fuga para quem não quer produzir provas contra si mesmo.[…]

Bella Campos: Qual cena da novela foi mais marcante para você?

Andréa Richa: […]O segundo momento que se tornou marcante para mim foi quando eu me dei conta que estava gravando a minha última cena na novela. Era uma entrada em estúdio, uma coisa bem simples, e eu chorava tanto que não conseguia entrar em cena. O diretor pediu para pagar a gravação, eu respirei e finalmente consegui, mas isso levou alguns takes.[…]

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Andréa Richa: Como você conquistou a personagem para o remake?

Bella Campos: Por meio de testes. Fiz tudo em casa pelo celular e a aprovação veio. Os testes on-line ficaram muito fortes durante a pandemia. Com a restrição de acesso aos estúdios, nós atores tivemos que gravar os testes em casa. Eu já fazia isso um pouco para os testes de publicidade, mas para um teste tão importante como esse é realmente mais difícil. […]

Andréa Richa: Você assistiu à novela original? Na sua opinião, quais os pontos mais se aproximam e/ou se distanciam – se já conseguiu perceber – da versão de ontem para a versão de hoje?

Bella Campos: […]Não quis fazer uma “cópia” do que já existiu, e, se eu assistisse, ia acabar fazendo comparações inconscientes que iam fugir da minha naturalidade na criação. Então quis criar a minha própria versão da personagem. […] A vida da Muda realmente vira uma montanha russa desde que chega no Pantanal. É importante lembrar que, para ela, essa vingança significa honrar sua família e todo sofrimento sentido, mas, aos poucos, ela vai encontrando outros afetos, que vão amolecendo esse coração machucado. E aí eu costumo dizer que ela começa a florescer. […]