Flordelis é acusada de mandar matar o pastor Anderson do Carmo; antes de casarem, ele foi adotado pela missionária evangélica
A deputada federal (PSD-RJ) e pastora evangélica, Flordelis, foi formalmente denunciada pela Justiça do Rio de Janeiro como tendo sido a mandante do crime que assassinou brutalmente o próprio marido, o pastor Anderson do Carmo, com cerca de 30 tiros, na região metropolitana do estado fluminense. O crime aconteceu em junho de 2019.
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Flordelis e Anderson do Carmo são, juntos, pais de mais de 50 filhos, a maioria absoluta veio da adoção. O que poucos sabiam até o momento, no entanto, é que o próprio pastor, antes de se casar com a missionária evangélica, foi adotado pela mulher que viria a se tornar sua esposa. Antes, ainda, ele foi genro da parlamentar, pois mantinha relacionamento com Simone, filha biológica da deputada.
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Em entrevista, o delegado Allan Duarte afirmou que a família montada pela missionária evangélica “não era bem uma família, mas uma organização criminosa”. Segundo ele, foi descoberto que “toda aquela imagem altruísta, de decência, era apenas um enredo para ela alcançar objetivos financeiros e a projeção política”.
FLORDELIS É DENUNCIADA E VIRA RÉ
Pouco mais de um ano depois do brutal assassinato do pastor Anderson do Carmo, em junho do ano passado, a pastora foi formalmente denunciada pela Justiça e virou ré nessa segunda-feira, 24. Ela, no entanto, não foi presa porque tem imunidade parlamentar por exercer o cargo de deputada federal.
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Se a deputada não foi presa, outras pessoas acusadas de participação foram detidas: Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco Silva, Adriano dos Santos [todos filhos do casal], Rayane dos Santos Oliviera [neta dos pastores evangélicos], Marcos Siqueira, ex-policial militar e Andreia Santos Maia, mulher de Marcos Siqueira, foram presos e se juntam a Lucas Cezar dos Santos e Flávio dos Santos Rodrigues, detidos desde o ano passado, todos acusados de participação no assassinato.
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Ao longo de pouco mais de um ano de investigação, as autoridades desvendaram detalhes da intimidade de Flordelis e do pastor Anderson do Carmo que envolve sexo – suposta orgia em casa de swing que era frequentada pela pastora e o pastor -, traições, envenenamento, rituais com sangue e até a prática das rachadinhas, que é o desvio de dinheiro de funcionários de gabinete. As práticas, nada cristãs, não condizem com a imagem que a evangélica construiu em público.
Segundo a investigação, em uma das mensagens apreendidas pela polícia, Flordelis se justificou sobre o plano de matar o marido, ao dizer: “Fazer o quê? Separar não posso, porque ia escandalizar o nome de Deus”.
Nas redes sociais, o assunto teve grande repercussão. Uma famosa página no Instagram, recuperou uma postagem antiga de Flordelis, lamentando a morte do marido, e escreveu que Anderson do Carmo estava “dormindo com a inimiga”.
DISPUTA
Para a polícia, havia na família uma briga interna por poder, finanças e política. De acordo com policiais, Anderson tinha um perfil controlador cuidando da distribuição do dinheiro e das tarefas da casa. O pastor geria a carreira musical e política de Flordelis, além de diretor do partido na Região Metropolitana do Rio.
Agora, Flordelis aguardará a abertura de processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e, se destituída do cargo, poderá ser presa. Ela irá responder por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima), associação criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso. Pelo envenenamento, ela responderá por tentativa de homicídio – ela nega as acusações.