Pathy Dejesus relembra Os Mutantes na Record e elogia novela: ‘[Foi uma] oportunidade como atriz’

07/05/2018 às 11h12

Por: Vinícius Vieira
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Pathy Dejesus em entrevista (Foto: Reprodução)

Pathy Dejesus em entrevista (Foto: Reprodução)

A atriz Pathy Dejesus deu uma entrevista para o jornalista Alvaro Leme e falou sobre diversos assuntos em vídeo publicado no último final de semana.

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Ela revelou porque não fez laboratório para a série Rua Augusta, onde interpreta uma garota de programa. “Vou te explicar o porquê. A gente tem que ter cuidado para não entrar no estereótipo, entrar no lugar do julgamento. O fato dela ser prostituta é o emprego dela, é o que ela escolheu fazer, mas ela é mais que isso, é um ser humano. Eu fiquei mais preocupada em dar essa veracidade, eu quis traçar o psicológico dela e dentro disso ela pode ser p*ta, ela pode ser freira, ela pode ser você, pode ser eu”, declarou.

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Outro assunto foi a novela Os Mutantes, onde ela interpretou Perpétua, a Mulher-Elétrica. “Maravilhoso, fizemos história. Os diálogos eram incríveis né? Só tinha gente incrível, tinha Antonio Pitanga, elenco maravilhoso. E os diálogos eram assim: ‘Eu vou te matar Velociraptor não sei o que lá’, tipo, quando você vai falar isso numa novela gente? Quando você vai ter oportunidade como ator de falar um texto desse?”, comentou.

Em determinado momento, eles falaram sobre a polêmica sobre a jovem demitida por causa do cabelo grande que apareceu no Encontro com Fátima Bernardes. “A gente tá vivendo um momento muito sério onde a pessoa vai lá, abre o coração, e as pessoas perdem o tempo delas para tirar todo o valor do discurso da pessoa. A internet amplifica muito o discurso. Eu sou da época que se a pessoa quer falar m**** então vem falar aqui pra mim, isso eu acho que inibia um pouco as pessoas. O problema não é discordar, o problema é ser invasivo, tirar o mérito do discurso do próximo, você não ter compaixão com a dor do outro”, opinou.

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“Quando eu comecei a procurar emprego, ter boa aparência significava: não ser negro, não ter nada diferente da estética europeia, ter cabelo liso, uma recepcionista nunca poderia ser negra. Hoje em dia [mudou porque] dá B.O., tem lei para isso. O mundo está indo nessa onda. É até ridículo uma empresa não ter negros. Então mesmo que o dono lá em cima tenha uma mentalidade quadrada, seja racista, seja preconceituoso, hoje em dia não cabe para uma empresa levantar essa bandeira de um discurso de ódio”, disse.

“Ninguém dá nada para ninguém, a gente vive no capitalismo, então o que acontece: você faz uma pesquisa e descobre que o poder aquisitivo do produto que você vende já não está na mão daquelas pessoas [brancas], que os negros estão consumindo, que as gays estão consumindo. Se não aprende no amor, aprende na dor. Não é só uma evolução que a gente está sendo aceito, eu acho que a gente não pode se iludir nesse lugar. Eu acredito que nós estamos conquistando um espaço por merecimento mesmo”, completou.

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A atriz também falou sobre o que fez com o primeiro cachê. “Eu nunca tive boneca negra, sabia que existia. Eu virei modelo e vi uma Barbie negra em Milão pela primeira vez, eu tinha 18 anos. Você acredita que o meu primeiro cachê, eu fiquei devendo para a agência, eu comprei uma Barbie. É uma coisa boba, uma boneca, mas quando eu tive uma oportunidade eu comprei, e você vê um adulto sanando um eco de um trauma lá de trás”, relatou.

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Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.

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