A atriz Pathy Dejesus deu uma entrevista para o jornalista Alvaro Leme e falou sobre diversos assuntos em vídeo publicado no último final de semana.
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Ela revelou porque não fez laboratório para a série Rua Augusta, onde interpreta uma garota de programa. “Vou te explicar o porquê. A gente tem que ter cuidado para não entrar no estereótipo, entrar no lugar do julgamento. O fato dela ser prostituta é o emprego dela, é o que ela escolheu fazer, mas ela é mais que isso, é um ser humano. Eu fiquei mais preocupada em dar essa veracidade, eu quis traçar o psicológico dela e dentro disso ela pode ser p*ta, ela pode ser freira, ela pode ser você, pode ser eu”, declarou.
Outro assunto foi a novela Os Mutantes, onde ela interpretou Perpétua, a Mulher-Elétrica. “Maravilhoso, fizemos história. Os diálogos eram incríveis né? Só tinha gente incrível, tinha Antonio Pitanga, elenco maravilhoso. E os diálogos eram assim: ‘Eu vou te matar Velociraptor não sei o que lá’, tipo, quando você vai falar isso numa novela gente? Quando você vai ter oportunidade como ator de falar um texto desse?”, comentou.
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Em determinado momento, eles falaram sobre a polêmica sobre a jovem demitida por causa do cabelo grande que apareceu no Encontro com Fátima Bernardes. “A gente tá vivendo um momento muito sério onde a pessoa vai lá, abre o coração, e as pessoas perdem o tempo delas para tirar todo o valor do discurso da pessoa. A internet amplifica muito o discurso. Eu sou da época que se a pessoa quer falar m**** então vem falar aqui pra mim, isso eu acho que inibia um pouco as pessoas. O problema não é discordar, o problema é ser invasivo, tirar o mérito do discurso do próximo, você não ter compaixão com a dor do outro”, opinou.
“Quando eu comecei a procurar emprego, ter boa aparência significava: não ser negro, não ter nada diferente da estética europeia, ter cabelo liso, uma recepcionista nunca poderia ser negra. Hoje em dia [mudou porque] dá B.O., tem lei para isso. O mundo está indo nessa onda. É até ridículo uma empresa não ter negros. Então mesmo que o dono lá em cima tenha uma mentalidade quadrada, seja racista, seja preconceituoso, hoje em dia não cabe para uma empresa levantar essa bandeira de um discurso de ódio”, disse.
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“Ninguém dá nada para ninguém, a gente vive no capitalismo, então o que acontece: você faz uma pesquisa e descobre que o poder aquisitivo do produto que você vende já não está na mão daquelas pessoas [brancas], que os negros estão consumindo, que as gays estão consumindo. Se não aprende no amor, aprende na dor. Não é só uma evolução que a gente está sendo aceito, eu acho que a gente não pode se iludir nesse lugar. Eu acredito que nós estamos conquistando um espaço por merecimento mesmo”, completou.
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A atriz também falou sobre o que fez com o primeiro cachê. “Eu nunca tive boneca negra, sabia que existia. Eu virei modelo e vi uma Barbie negra em Milão pela primeira vez, eu tinha 18 anos. Você acredita que o meu primeiro cachê, eu fiquei devendo para a agência, eu comprei uma Barbie. É uma coisa boba, uma boneca, mas quando eu tive uma oportunidade eu comprei, e você vê um adulto sanando um eco de um trauma lá de trás”, relatou.