Paula Lima, cantora e ex-jurada do Ídolos, na época da Record, concedeu entrevista ao youtuber Álvaro Leme e comentou, entre outras coisas, sobre ser negra e cantora nos dias de hoje.
Sobre a vigilância exagerada em cima da mulher negra, Paula opinou:”Depois teve uma outra ditadura que dizia que a mulher que tem cabelo crespo ou cacheado tem que manter o cabelo crespo ou cacheado. Em primeiro lugar, a gente tem que ser livre. Eu detesto essa perseguição com um cuidado extra com o que não me interessa achando que a estética vai resolver problema”.
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E opinou sobre o que realmente acha que seja empoderamento: “É dar poder. Poder para essa pessoa fazer o que ela quiser. Hoje a gente tem voz. As redes sociais abriram um leque para a gente que não tem volta. Quando comecei a cantar, eram poucas as pessoas que podiam falar sobre certos assuntos que eram considerados um pouco delicados. Você não podia falar sobre diferenças entre negros e brancos no sentido de oportunidades, não falava sobre 400 anos de escravidão que isso atrapalhou e acarreta até hoje”.
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E relatou que soube que não conseguiu trabalho por ser negra: “Soube de um produtor de uma grande gravadora que falou para uma amiga minha: ‘Não posso gravar a Paula Lima agora pois eu não sei como o mercado vai reagir a duas cantoras negras ao mesmo tempo’. Isso é real, fato. Ele nem sabe que eu sei dessa história. Acho errado? Acho. Mas ele estava dentro de um mercado, ele não pensava isso sozinho”, falou ela.
Sobre a mulher negra hoje em dia no Brasil e no mundo, ela observou: “O mundo ainda está muito atrasado para tudo. A mulher negra está no limbo de tudo. Por último vem a mulher negra, depois homem negro, depois mulher branca, depois homem branco. A gente está no século 21 e ainda estamos no papo de ‘mulher pode isso, não pode aquilo’. Que raiva”.
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