Varejista amada por milhares de brasileiros atravessa cenário crítico e terror é ainda maior do que o vivido pela Americanas
E o cenário para algumas varejistas ainda continua bem distante da tranquilidade e bons tempos … Inclusive, uma das mais amadas entre elas atravessa um dos seus maiores sufocos já vividos.
Em meio a pedidos de falência, despejos e amargando um prejuízo multimilionário e tentando sobreviver com apenas seis lojas abertas (sendo que ela possuía cerca de 160), a Leader agora nomeou um novo dono.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
De acordo com a coluna Capital, de O Globo, essa troca ocorre no momento em que o próprio administrador judicial da varejista carioca declarou em juízo que, na sua opinião, o melhor desfecho para o negócio é a falência.
Segundo apurações exclusivas da coluna, empresários ligados ao pouco conhecido Mauá Bank, acabam de assumir o negócio em crise.
Os sócios Renato Vaz Heringer e Marcio Margreife Lima já assinam como presidente e diretor da varejista, respectivamente.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Ainda não se sabe com clareza se a dupla pagou alguma coisa para assumir o negócio que está naufragando.
Mas alguns especialistas apostam que a transação deve ter envolvido um valor simbólico, diante do tamanho caos financeiro em que a Leader se encontra.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
● Reajuste de 5,25%: Canetada antes de Haddad garante salário mínimo de R$1656 à lista de CLTs em 2025
● Decisão do Banco Central confirma o que acontecerá com quem tem R$1000 na poupança Bradesco hoje (23)
● Isenção colossal e +1 benefício: Nova lei do IPVA chega com mudança histórica a lista de CPFs em 2025
Vale destacar que essa é a segunda mudança de controle no intervalo de um ano em uma companhia que está em recuperação judicial desde o início da pandemia, quando a mesma declarou uma dívida de R$ 1,1 bilhão e um prejuízo de R$ 159 milhões em 2023.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
O que nos faz lembrar do terror vivido pela famosa Americanas, tão vermelha quanto a varejista e que também enfrenta uma recuperação judicial dolorosa em meio a um cenário cada vez mais desafiador*
(Para saber mais sobre a situação da Americanas, clique aqui*)
Porém o caso da Leader é até pior e é sobre isso que iremos detalhar a seguir …
Em meio ao caos
Desde o ano de 2023, a Leader era tocada pelos sócios Marcos Antônio Lage e Eduardo Mendes Tavares, que assumiram depois que o empresário André Peixoto, um dos atuais donos da rede C&C, deixou a sociedade.
Peixoto era CEO da Leader quando, em 2020, comprou a varejista por R$ 1 mil das mãos de Fábio Carvalho.
Carvalho já havia comprado a Leader por valor simbólico em 2016, cuja qual pertencia a BTG Pactual e à família Gouvêa.
No comando de Peixoto foi implementada primeiramente a recuperação extrajudicial para equacionar a dívida com fornecedores.
Pouco antes da pandemia, porém, a companhia entendeu que reestruturar sua dívida financeira também seria inevitável e partiu para uma RJ.
O fato da pandemia ter começado poucas semanas depois transformou o que já não era ideal em um processo ainda mais complicado para uma reestruturação que deveria ser muito rápida.
Foi aí que as coisas começaram a preocupar ainda mais a companhia. Mesmo assim, ela conseguiu aprovar seu plano de recuperação com um percentual alto.
Mas a aprovação do plano não resolveu os problemas da companhia.
Ainda mais porque a varejista, cujas operações se dão praticamente 100% em lojas físicas, passou a sofrer concorrência direta de e-commerces internacionais como Shein e Shopee em seus principais segmentos de atuação: vestuário e artigos para o lar.
Ainda mais dívidas …
Nesse mesmo período, as chamadas dívidas extraconcursais (que não estão cobertas pelo plano) seguiram crescendo em ritmo acelerado.
Uma das razões foi o volume de novas dívidas trabalhistas provocadas pela estratégia de fechar lojas.
Só nos últimos meses, 14 unidades foram fechadas, segundo levantou a administradora judicial, a Inova.
Inclusive, de acordo com a Folha do Leste, no dia 18 de janeiro de 2023 a Leader encerrou as suas atividades e se despediu do espaço que ficava localizado no Plaza Shopping de Niterói.
Como a Leader não estava pagando as rescisões, o Sindicato dos Comerciários do Rio ajuizou ação coletiva no Ministério Público contra a empresa.
Segundo o presidente do sindicato, Márcio Ayer, 127 trabalhadores estão na ação.
No dia 03 de junho de 2024, o Ministério Público do Trabalho (MPT) organizou audiência entre as partes para resolver a situação, mas não houve acordo, de acordo com as informações divulgadas pela própria Leader:
“A companhia propôs a pagar os débitos de forma parcelada, em algo como 60 vezes, mas não aceitamos. Nossa contraproposta é que o prazo fosse bem menor, além de haver a possibilidade de manutenção do auxílio-saúde e a previsão de uma ajuda para alimentação nesse período”
A própria administradora Inova queixou-se à Justiça de que a Leader não vem pagando mais seus honorários desde fevereiro, deixando em aberto uma conta de R$ 947 mil nesses meses.
Para piorar ainda mais essa situação, a companhia não vem apresentando os dados periódicos exigidos por recuperações judiciais, o que impede a Inova de elaborar relatórios de atividade mensal que deveriam informar os credores sobre a real situação da empresa.
Diante disso e dos inúmeros pedidos de falência registrados na Justiça contra a companhia, a Inova foi taxativa em petição apresentada no último dia 24:
“Os elementos fáticos que demonstravam um agravamento da saúde econômico-financeira alcançaram um patamar insustentável.”
A conclusão da Inova no documento é que a RJ deve ser convertida em falência:
“Diante de todos os fatos novos ora expostos e dos documentos igualmente apresentados, a gravidade da conjuntura desembarca na necessária constatação ou decretação do estado de insolvência.”
Apesar disso, a companhia e outras partes do processo de RJ ainda precisam se manifestar antes que o juiz tome qualquer decisão.
Manifestação da Leader:
Ainda de acordo com a coluna Capital, os mesmos não conseguiram contato com a empresa para que ela pudesse comentar sua situação financeira e a mudança societária.
Porém, o TV Foco também mantém o espaço aberto, caso ela deseja se manifestar sobre o ocorrido e expor a sua versão dos fatos.
No ano de 2022, a Leader teve um faturamento bruto de R$ 646 milhões e um prejuízo líquido de R$ 375 milhões.
No ano passado, as vendas despencaram 55%, para R$ 329 milhões, com um prejuízo de R$ 159 milhões.
Talvez o ativo mais importante da Leader, uma marca há décadas é a mais significativa no Natal de muitos consumidores cariocas, foi dado em garantia ao Estado do Rio, no ano de 2022, em acordo firmado com a Procuradoria Geral (PGE) para pagamento de uma dívida ativa de R$ 810 milhões.
Quando a Leader foi fundada?
A rede de lojas Leader, foi fundada ainda em 1951 no Rio de Janeiro e, como mencionamos, contava com mais de 100 lojas espalhadas em todo o país.
De acordo com o Wiki, a rede era chamada de Leader Magazine até 2004, quando, com a entrada do famoso slogan Sua vida mais bonita, passou a ser chamada apenas Leader.
Na época, as suas lojas continuavam com a antiga nomenclatura, quadro que mudou em 2006, com a chegada de uma nova marca.
Essa marca foi substituída em 2010, com o atual slogan Mais do que você imagina, por uma com sutis diferenças:
- A marca passou a ter um efeito metálico tridimensional, um contorno branco e quinas arredondadas. Em 2011, ela foi re-ilustrada, mantendo as formas padrões, mas com os volumes e iluminação diferentes
Importância da Leader:
Além de oferecer grandes marcas de mercado, a empresa possui cerca de 20 marcas próprias de produtos desenvolvidos com exclusividade.