Jornalista volta ao Fantástico para recitar texto de sua autoria para a ‘Rainha da Sofrência’
Na edição do “Fantástico” de ontem, domingo (7), Pedro Bial levou o telespectador às lagrimas com um tributo a Marília Mendonça. O ‘show da vida’ iniciou em sua abertura com o texto do jornalista, acostumado a escrever tão bem, com poesia e maestria, ao mesmo tempo que imagens da carreira da cantora sertaneja, dos seus shows, bastidores, da vida pessoal de Marília Mendonça eram exibidos.
Pedro Bial escreve, em tom de reclamação, do curto período de passagem que a cantora fez aqui na Terra, das imensas saudades que ela irá deixar e o silêncio que vai ficar, agora sem o som do talento que consagou a artista. A crônica de Pedro Bial, com certeza fez muita gente chorar.
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Pedro Bial ainda faz um questionamento em seu texto para a cantora sobre ‘o que ela falaria caso recebesse uma notícia inesperada e tão trágica como a que recebemos na útltima sexta-feira (5)’. O jornalista ainda se pergunta como acabaria ‘a canção da vida da artista, se ela tinha acabado de começar’.
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Pedro Bial afirma que os versos de Marília estão ‘pousados sobre nossas cabeças’. Realmente é um tributo que emociona a todos, desde seus fãs, amigos, familiares e até quem não acompanhava a carreira da sertaneja. Gera empatia e sensibilidade.
Leia o Texto de Bial na íntegra
Pedro Bial recitou seu texto: “Hoje, a gente olha pro céu e clama, “pra que tanta pressa? “; e reclama, cambaleante, sem o chão de tua voz. Marília, por que tanta pressa? Por que tão rápido? Você ainda tinha tanta história pra viver e ouvir e depois em versos nos contar, tanto canto a doar. Por que tão rápido, pra que a pressa?
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Que versos você escreveria pra explicar isso? Como termina essa canção, interrompida pelo estrondo de silêncio? Que música é essa em descompasso e desafino, onde dó é só padecimento?”.
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“Como toda história, uma canção tem começo, meio e fim. E alguém já disse que toda canção começa buscando um meio de chegar ao fim. A canção de sua vida parece foi interrompida antes de encontrar o meio. É tão anti-natural, chegar ao fim, sem nem acabar de começar. Arrancaram a flor, ficou seu sonoro perfume a consolar um jardim entristecido.
Pois, agora, você que falava das coisas fugidias da vida, essas coisas de amores e dores, encontros e adeuses, você que libertava as palavras, deixando que voassem passarinhas pra nos consolar e pra que a gente as acolhesse no ninho de nossas solidões; agora, Marília, seus versos se aquietaram, imóveis, como mão de mãe, suave, sobre cabeça de menino, pousados sobre nossa memória.
Hoje, a gente lhe pergunta: “Nunca mais, Marília?”.
E, com um sorriso mais manso do que triste, você nos responde que não, não é “nunca mais”. Dedilha o violão, compondo uma canção pros anjos, e diz, “É para sempre.”, concluiu Pedro Bial em seu emocionante e brilhante texto.