Por um Mundo sem Robôs! – Por Arthur Vivaqua

 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“E nós? Nós precisamos enxergar além do que nos é dado para ver…”

Eliane Brum

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

 

Jamais me esquecerei da primeira vez em que pus meus óculos.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os outdoors ganharam cores mais vivas.

Os cartazes, letras mais claras.

LEIA TAMBÉM!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A lousa da escola finalmente tornou-se compreensível.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por 15 anos eu havia sido míope sem que o soubesse.

Aquele par de  óculos me apresentou a um “velho novo” mundo ao desembaçar uma visão que eu nem imaginava ser turva.

Hoje, enquanto de óculos escrevo, percebo que o que eles fizeram por mim, Rachel Sheherazade tem feito pelo Telejornalismo.

Seus (belos, diga-se de passagem) olhos tem desanuviado uma visão arcaica e engessada.

Na Bancada Pré-Rachel, robôs certamente viriam a substituir o ser humano.

Afinal de contas, em breve uma máquina seria capaz de ler um teleprompter e recitar monotonamente um texto qualquer.

Agora, porém, os robôs (tanto os de metal quanto os de terno) tem muito com o que se preocupar, pois Rachel trouxe ao Jornalismo algo que eles jamais lhe deram:

Alma.

Séculos atrás, após a Revolução Francesa, foi dito que a imprensa era o Quarto Poder, aquele Poder invisível que guiava os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Não sei como se deu lá na França, mas por aqui esse Poder foi vendido. Não por dinheiro, mas por interesses.

O Jornalismo foi amordaçado (ou amordaçou-se) por tradições inúteis.

O interesse que deveria ser Público tornou-se Privado.

E a Opinião (cujo apelido é Alma) foi lançada na Privada.

Lá, foi torturada pela Impessoalidade, pela Mecanização e por uma implacável Frieza.

Até ser libertada por uma jovem jornalista.

Rachel rompeu com o Óbvio e assassinou a Mesmice.

E, acima de tudo, teve a maior das ousadias: Opinar.

Ah, como estávamos carentes disso!

Há anos assistíamos jornais sendo conduzidos. Hoje temos o prazer de ser alertados.

O SBT Brasil de Rachel se tornou um jornal que informa e (pasmem, robôs!) confronta.

Com uma maestria que brota de sua sinceridade, Rachel nos oferece o maior dos privilégios: Pensar!

Por anos, comemos aquilo que o Jornalismo mastigou antes de nos oferecer.

Mas agora, Rachel foi levantada para (perdoem-me pela dureza da analogia) regurgitar tudo aquilo que nos foi tirado.

Estamos livres!

“Livres para quê? Para concordar com ela?”, perguntarão os críticos.

“Não! Para pensar com ela!”, responderão os libertos.

Assistir a Rachel é dar-se ao luxo de ouvir e experimentar o prazer de, finalmente, digerir.

“Mas incluir Opinião em Jornalismo não foi uma invenção dela!”, dirão os advogados dos robôs.

Não, ela não foi a primeira a emitir Opinião. Mas foi a primeira a acrescentar Qualidade e Coerência a esta.

Diversas opiniões foram reproduzidas mas Rachel foi a primeira a vivenciá-las.

Bordões foram criados mas Rachel os descartou para produzir pensamentos.

Rachel é o par de óculos do Telejornalismo brasileiro.

Reitero: óculos. Por favor, não a confundam com lentes de contato.

Estas ainda são “burguesas” demais. Rachel, pelo contrário, é tão sábia que se coloca ao alcance de todos…

 

***

“Arthur só está falando isso porque o SBT Brasil tem subido no Ibope!”

Rachel, por favor, me defenda destes acusadores.

Diga a eles que o Brilho independe do Ibope.

Diga que Palavras sempre serão maiores do que Números.

Diga que Pensar é o maior de todos os verbos…

***

“Ela é moralista!”

Permita-me defendê-la agora, Rachel.

Por favor, vejam o (verdadeiro) significado da palavra Moralista:

“Diz-se da pessoa que segue e prega com rigidez os preceitos de retidão moral.”

Moralista não é sinônimo de Hipócrita.

Moralistas são aqueles que não desistiram de acertar o Alvo, não obstante o Vento.

Se a Rachel é moralista?

Não sei, mas, sinceramente, espero que seja…

***

A Rachel, os aplausos.

Aplausos de quem nem sempre com ela concorda.

Mas de alguém que com ela sorri, se indigna, vaia e…

Pensa.

E logo, existe!

Quanto à miopia, sou grato a Deus por ela.

Nada que um bom par de óculos não possa resolver…

 

Twitter: @ArthurVivaqua

E-Mail: arthurvivaqua@yahoo.com.br

 

 

Autor(a):

Sair da versão mobile