Antigamente, a televisão só passava conteúdo que interessava às classes alta e média, por serem grandes influentes na economia e nas demais áreas sociais e por isso mantinham um certo moral sobre as demais, principalmente a classe C.
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Com o passar do tempo, a TV, ou melhor dizendo, a poderosa Rede Globo, resolveu investir e arriscar o seu poder social começando a mostrar a realidade de um Brasil suburbano e influente com outros olhos. Obviamente de início, os ricos, sentiram-se incomodados pela maior voz social, a televisão.
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Anos depois ocorre o que presenciamos agora, uma verdadeira ascensão da classe C na sociedade. Quem assistiu recentemente as novelas Avenida Brasil e Cheias de Charme, ou assiste atualmente o programa Esquenta, sabe bem do que estou falando, esse pessoal de origem humilde enriqueceu e hoje mora em condomínios na Barra da Tijuca e até Copacabana. Prova disso é que o rico hoje ocupa um lugar caricato na imaginação das pessoas, sem perder sua classe, fala e faz coisas terríveis, e até frequenta os mesmos locais que as demais classes baixas.
Sem perder o charme, a Globo conseguiu – e consegue – mostrar, que televisão já não se faz somente do jornalismo ou entretenimento, mas da realidade, e que já não existe distinção de classes, é tanto que hoje sem exceção, todos se sentam em frente a tv para assistir a mesma novela, o mesmo jornal e até o mesmo jogo de futebol, independente do horário.
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Criou-se assim a nova classe, a dos pobre-ricos, onde eles já usufruem de prazeres – como o dinheiro, e moradia – melhor que os ricos de berço. E é disso que nós precisamos, um país onde o merchandising de uísque, champanhe e demais, já não seja somente direcionado a quem tem poder e dinheiro. É preciso ver e aplaudir essa nova era, que já não vive aquele conto de fadas antigo, onde a sonhadora apaixonada espera o príncipe encantado, onde as novelas e programas não subestimem o modo de pensar ou a capacidade do espectador.
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Embora essa evolução tenha sido grande, o problema da distinção de classes não foi combatido de forma geral e total, e o apoio da mídia toda é claramente indispensável nessa luta. Lamenta-se sim, que com esse progresso, as novelas e programas, passaram a exibir cenas de sexo e realits que expelem mal exemplo, como é o caso de A Fazenda (Tv Record).
Mas não vamos querer matar cachorro à grito, nem colocar o boi na frente da carroça, tudo deve ser feito ao seu tempo, sem ser esquecido nenhum detalhe. Com isso todas as classes, e idades farão não uma nova televisão, mas uma nova democracia.
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Essa atitude da televisão mostrar a realidade da classe baixa, do pobre, do rico, daquele que mora em comunidade carente, de trazer a faxineira para o papel principal da novela ou mostrar o menino que nasceu no lixão e cresceu valorizando suas origens, é de um mero orgulho para nós que vivemos em um país onde a cultura e as origens estão se perdendo no vento, onde só existe a importância do “Eu” e cada um só liga pra si mesmo.
A tevê tá aí mostrando que não é só porque o menino nasceu no lixão, que ele vai viver, ou a realidade dele vai ser eternamente aquela. É preciso acreditar em todos e participar dessa mudança, sempre.
Texto enviado por: José Igor Nunes do Nascimento
As opiniões expressas aqui são de responsabilidade do autor do texto, e não reflete a opinião do site TV Foco.