O diretor Pablo Delgado veio ao Brasil para participar da mostra Cinema Mexicano Contemporâneo, realizada entre 18 e 31 de maio, na Caixa Belas Artes, em São Paulo (SP), com exibição de 14 longas e três curtas, além de bate-papos e mini-curso. – É a minha terceira vez no Brasil. Me sinto em casa – diz Pablo, que mora atualmente na Cidade do México. O cineasta participou do debate “Cinema mexicano contemporâneo e aproximações com a América Latina”, junto aos pesquisadores Daniel Maggi, Marina da Costa Campos e Natalia Christofoletti Barrenha.
– O objetivo da mostra é realizar uma ponte entre os países. Nós, mexicanos, nos identificamos bastante com os brasileiros, mas não há exportação de cultura e falta organizar mais encontros artísticos, políticos, gastronômicos… porque assim somos mais fortes – afirma o diretor, que adora o filme “Tieta do Agreste”, com Sônia Braga, e admira o trabalho de Caetano Gotardo e do falecido Glauber Rocha.
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Ele já recebeu diversos prêmios com o seu longa-metragem “As Lágrimas“, incluindo menções especiais no Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano, em Cuba, e no Cinélatino Recontres de Toulouse, na França. O enredo conta a história de Fernando (Fernando Álvarez Rebeil) e seu irmão caçula Gabriel (Gabriel Santoyo), que vivem em um lar complicado. A raiva e tristeza levam os dois a fugirem para a floresta e, durante o isolamento, Gabriel observa a autodestruição de Fernando.
O talento veio de berço, já que boa parte da sua família trabalha com películas. – Entrei na escola de cinema aos 20 anos e sempre me interessei pela ficção. Cresci em sets de gravações e atuei em filmes quando era adolescente. Meu primeiro festival internacional foi aqui em São Paulo, há sete anos, e estava muito emocionado – relembra.
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Sobre o cenário atual, ele aponta semelhanças entre as produções. – O cinema latino-americano fala bastante das circunstâncias políticas e sociais. Mas também, nos últimos anos, há uma abertura para tendências europeias onde não precisa, necessariamente, falar sobre costumes sociais ou fazer denúncia. No meu caso, estou dentro dessa nova linha de cinema pessoal e íntimo que não implica um diálogo social. Acredito que isso é bom porque a diversidade em qualquer forma, de todos os lados, é muito melhor – explica.
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Diante das confusões políticas em diferentes lugares da América Latina, Pablo Delgado é curto e grosso. – Espero não apenas para o Brasil, mas para México, Argentina… que um dia realmente tenhamos os governantes que merecemos. Pessoas honestas, que não roubem os países – finaliza.
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