O presidente do Banco Central escancarou a situação aos brasileiros
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, participou nos últimos dias de uma audiência importantíssima na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Na ocasião, mesmo sendo muito pressionado, ele saiu sem responder claramente à indagação mais repetida: quando, afinal, a taxa de juros vai começar a cair?
Mesmo adotando uma postura defensiva, o presidente do BC se afastou de questões polêmicas, deixando claro suas posições e rebatendo indiretamente as críticas à taxa Selic feitas pelo presidente Lula (PT) nos últimos dias. Na última delas, Lula disse que “ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%”.
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“Escuto que, se reduzir a Selic, melhoram as condições de crédito. Só vai melhorar se eu tiver credibilidade com o que faço na Selic – pois controlo os juros de um dia, e todo o resto da curva de juros é determinado pelo preço que as pessoas querem emprestar ao governo”, disse Campos Neto.
Com a afirmativa, o presidente deu a entender que, se o Banco Central não tiver credibilidade, pode até baixar os juros curtos, porém, os longos tendem a crescer. Ele também defendeu a independência do BC com uma estocada no presidente.
“Nunca na história desse país o BC aumentou tanto os juros num ano eleitoral como no ano passado. Se o BC não tivesse feito esse movimento, estaríamos com uma inflação de 10% e a taxa de juros, a 18%”, afirmou.
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Dentre as respostas a respeito de uma previsão para a queda de juros, o presidente do BC apelou para o peso institucional da instituição como responsável pela política monetária. “Tomaremos uma decisão técnica, olhando todos os fatores, e as coisas estão caminhando no sentido certo”, disse.
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Na ocasião, ele chegou a citar o lado político, quando foi questionado se o anúncio do arcabouço fiscal seria suficiente para a queda da Selic. “Vamos lembrar que não tem relação mecânica (com o processo de redução de juros), o que a gente precisa é que o canal de expectativas ou o canal de projeções, junto com esse canal de credibilidade, atuem de forma a propiciar a possibilidade de o Banco Central eventualmente cair os juros”, afirmou.
Apesar das respostas, o presidente do Banco Central tentou driblar respostas mais profundas, mas, deixou a entender que a notícia não é nada boa para os brasileiros.