Preto Amaral é considerado o primeiro serial killer do Brasil
José Augusto do Amaral, mais conhecido como Preto Amaral, filho de escravos, por meio da Lei Áurea, se tornou um homem livre aos 17 anos de idade. Ele é conhecido até os dias de hoje, como o primeiro serial killer do Brasil. Porém, 85 anos após a sua prisão, um júri simulado acabou apontando a inocência do homem, que já não se encontra mais entre nós.
Na época em que se tornou um homem livre, as opções de trabalho eram muitos escassas, sendo assim, Preto Amaral decidiu se alistar no exército brasileiro, onde chegou a lutar na guerra de Canudos. Porém, na época o seu nome ficou marcado mesmo, foi devido a acusação de três assassinatos.
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Preto Amaral chegou ao exército brasileiro, porém, devido a discriminação e os maus tratos que ainda eram muito fortes contra negros, ele acabou sendo condenado a sete meses de prisão. Ao ser libertado, ele não conseguiu emprego fixo e se mudou para São Paulo, onde iniciou os seus bicos.
Mas, a vida dele mudou de forma drástica, no ano de 1927, quando ele tenha 56 anos de idade, onde mais uma vez ele foi preso, dessa vez, acusado de ter sido autor de três homicídios. Na ocasião, a polícia alegou que ele teria um padrão para atrair as vítimas, lhe oferecendo pequenos serviços ou refeições para rapazes humildes, levando em seguida os mesmos a lugares desertos e praticando a necrofilia com os seus corpos.
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De acordo com o que é apontado pela Superinteressante, Preto Amaral havia confessado ao menos três mortes. Segundo as autoridades que investigaram o caso, a primeira vítima tinha 27 anos, e o corpo teria sido encontrado perto do aeroporto Campo de Marte, zona norte de São Paulo.
As investigações ainda apontaram que a segunda vítima tinha apenas 10 anos de idade e teria sido assassinada enquanto o homem vendia balões. A morte teria acontecido na véspera de natal de 1926, porém, o corpo só foi encontrado 13 dias após o crime. Já a terceira vítima tinha 15 anos e se chamava Antônio Lemos. Segundo o inquérito, o garoto passeava pelo Mercado Municipal, quando teria sido abordado por Amaral.
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Ele acabou sendo preso antes de tentar fazer a sua quarta vítima, um engraxate de 9 anos. Acontece que enquanto estrangulava o garoto embaixo de um viaduto, Preto Amaral escutou vozes e abandonou o local. O menino então, fugiu e se dirigiu até uma delegacia, onde relatou o crime.
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PRISÃO
Preto Amaral então, foi preso sob circunstâncias suspeitas, porém, mesmo com o homem preso, homicídios semelhantes continuaram a acontecer. Ele acabou morrendo pouco tempo depois, antes mesmo de ser julgado, devido a uma tuberculose.
JULGAMENTO
Mas, no ano de 2012, profissionais com vasta experiência em tribunais do júri, fizeram um estudo do inquérito policial e das reportagens que saíram na época, e acabou sendo montado um júri simulado para analisar o caso, como é apontado pelo site Jusbrasil.
O mesmo foi presidido pelo Juiz José Henrique Torres, e o julgamento contou com a acusação de Carlos Roberto Talarico e Augusto de Arruda Botelho Neto. A defesa, por sua vez, foi feita por Antônio Cláudio Mariz de Oliveira e Renato Campos de Vitto. Na oportunidade, os advogados de defesa alegaram que não houve um julgamento e que a investigação foi conduzida por pressupostos “racistas e eugênicos”, usando como exemplo, que naquela época muitas pessoas negras foram presas de forma injusta.
O advogado que defendeu Preto Amaral disse que ele foi vítima de racismo, pois, naquela época a sociedade “talvez não admitisse um crime assim praticado por um branco”. Ele ainda alegou que o homem foi torturado pela policia para confessar os crimes.
E com relação a cobertura feita com a empresa, o advogado de defesa ressaltou que a mesma “teve um papel fundamental, porque em nenhum momento deixou em aberto a possibilidade de inocência de Amaral. E a teoria da raça superior aumentou o pedido pela culpa desse homem”.
Depois de 85 anos dos crimes que deixou a cidade de São Paulo escandalizada, o júri presente decidiu absolver o réu, com 257 votos a favor e apenas 57 contra.