Em entrevista ao jornalista Leo Dias, Eduardo D’Castro, primo de Michelle Bolsonaro, falou sobre sua relação com a primeira-dama após escândalo familiar
Eduardo D’Castro, primo da primeira-dama Michelle Bolsonaro, virou notícia na semana passada após desabafar em seu perfil nas redes sociais sobre o suposto descaso da mulher de Jair Bolsonaro com a avó Maria Aparecida Firmo Ferreira, de 80 anos, que morreu em um hospital público por complicações da doença causada pelo novo coronavírus, a Covid-19.
Segundo Eduardo D’Castro, Michelle Bolsonaro “não fez nada” para ajudar a avó que, aliás, já havia sido notícia na imprensa por seu passado criminoso – ela foi presa por tráfico de drogas em 1997-, e também por ter sido esquecida pela neta rica e famosa em uma favela com esgoto a céu aberto em uma área pobre do Distrito Federal.
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Em uma rede social, o primeiro da primeira-dama agradeceu, em tom de ironia, à prima por ela “não ter feito absolutamente nada por nossa avó. Tanto poder, tanta influência e, por vergonha, não ajudou seu próprio sangue”. Ainda, ele afirma que a esposa de Jair Bolsonaro virou as costas para a família. “Triste ver quem você se tornou”.
Após a repercussão da postagem de Eduardo D’Castro, o Palácio do Planalto divulgou nota à imprensa afirmando que Michelle Bolsonaro recebeu com pesar a notícia da morte da avó e acusou o primo dela de “oportunismo” em um momento de dor.
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Em entrevista ao colunista do portal Metrópoles, Leo Dias, o primo de Michelle Bolsonaro falou sobre seu passado com a esposa de Jair Bolsonaro, afirmou que a postagem não foi uma forma de ataque à prima, e ressaltou que eles costumavam ser próximos um do outro.
Segundo Eduardo D’Castro, a última vez que ele manteve contato com a primeira-dama foi no ano passado, quando ela o convidou para a ceia natalina no Palácio do Planalto e que, desde então, eles não voltaram a se comunicar. Ele também afirma ter sido bem recepcionado na ocasião, e que, antes da notoriedade nacional, eles costumavam frequentar um a casa do outro.
Em determinado momento, ele diz que jura “por Deus que [a postagem] não foi um ataque, mas sim um desabafo” e refuta que tenha aproveitado o momento para ser oportunista. “Meu pai sempre foi próximo da minha avó, ele sempre fez tudo para ajudá-la”, contou.
Questionado por Leo Dias se Michelle Bolsonaro havia entrado em contato para dar algum suporte à família enquanto Maria Aparecida estava internada, ele diz que isso aconteceu. Eduardo D’Castro ressalta que sua avó “poderia ter passado os últimos dias com conforto” e salienta que em um “hospital particular ela seria muito melhor atendida”.
“A minha avó errou, a minha avó era uma pessoa difícil, porém é família, é sangue… Ela pagou pelos crimes dela, pelas falhas, pelos erros”, disse. “Se eu tivesse condições, eu faria, independente dos erros, de ela ter sido presa”, desabafou ele, que foi bloqueado pela prima no Instagram.
‘MICHEQUE’
E por falar na primeira-dama, a esposa de Jair Bolsonaro virou notícia nos últimos dias não apenas pelo escândalo familiar com o primo Eduardo D’Castro, mas também pela revelação de que ela recebeu 27 depósitos feitos por Fabrício Queiroz e sua mulher, Márcia Aguiar, entre os anos de 2011 e 2016, em um valor de R$ 89 mil, mais que o dobro do empréstimo de R$ 40 mil que o presidente disse ter concedido ao amigo.
Fabrício Queiroz é amigo de longa data de Jair Bolsonaro e ex-assessor do primogênito do presidente, Flávio Bolsonaro. Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, Flávio era o líder de uma organização criminosa na época em que era deputado pelo estado fluminense, e Queiroz era seu braço direito. Ex-policial militar, Fabrício também é suspeito de manter relação de proximidade com milicianos.
Com a repercussão da notícia, o nome de Michelle Bolsonaro ficou entre os assuntos mais comentados das redes sociais, e uma hashtag intitulada “Micheque” alcançou os trending topics do Twitter. A primeira-dama manteve silêncio e não se manifestou sobre o assunto.