Prisão e falência: A triste situação de ator após brilhar na Globo: “Virei um morador de rua famoso”

Artista fez trabalho que repercutiu muito e nunca mais conseguiu se reerguer

O sucesso costuma ser passageiro para muitos que tentam a vida artística. Os 15 minutos de fama devem ser aproveitados ao máximo, mesmo assim, muitos tomam decisões equivocadas que os levam para o fundo do poço. Isso aconteceu com um ator que marcou como um personagem de um filme, muito reprisado na TV Globo e que fez sucesso estrondoso.

Estamos nos falando da obra-prima do cinema nacional, ‘Cidade de Deus’, de 2002, um dos filmes mais importantes e enaltecidos do cinema brasileiro de todos os tempos. Com direção de Fernando Meirelles, a película foi indicada a 4 Oscars. Dentre um enredo envolvente, personagens se destacaram com frases marcantes, por exemplo: “Meu nome agora é Zé Pequeno, porra!”.

Como não se lembrar dessa icônica fala? Nesta cena, onde o ator Leandro Firmino interpreta Dadinho, ele contracena com Rubens Sabino, o Neguinho, e é dele que vamos falar. O ator que praticamente só teve esse trabalho na carreira profissional, não conseguiu aproveitar as oportunidades, pois acabou indo à falência, virou morador de rua, roubou, usou drogas e levado à prisão.

Rubens Sabino, o Neguinho, relembrou o sucesso de ‘Cidade de Deus’. As revelações foram em entrevista exclusiva ao jornal Extra, em 2022, quando a obra completou 20 anos de lançamento. “O filme é um dos mais vendidos até hoje. Eu virei um morador de rua famoso, mas não rico, enquanto Cidade de Deus arrecadou milhões”, expôs ele, que durante as filmagens, já era um morador de rua.

Rubens Sabino fez questão de dizer o quanto ganhou para fazer o filme: “Na época, eu ganhei um cachê de R$ 5.000. Com a nota do contador, passou para R$ 4.500”, explicou à reportagem do jornal extra. Durante o bate-papo, ele relembrou que, logo após o sucesso do filme, em 2003, cometeu o crime de roubo após levar consigo a bolsa de uma mulher. Sua justificativa foi por estar passando fome.

“Cometi um crime e me arrependo muito. Eu era muito moleque, fiz essa idiotice. Quando o camarada tem a ficha limpa, pode fazer concurso público. Eu não posso mais”, lamentou o Neguinho do filme ‘Cidade de Deus’, que foi exibido muitas vezes na TV Globo. Em 2013, o ex-ator participou do documentário celebrando os 10 anos da obra de Fernando Meirelles.

Ainda em conversa com o jornal Extra, Rubens Sabino relembrou que morou na Cracolândia, em São Paulo, no ano de 2015: “Já usei drogas pelo Brasil inteiro, como qualquer morador de rua, mas consegui superar […] Hoje, eu sou isso aqui, cigarro e cerveja”, afirmou o intérprete de Neguinho que já se internou em clínicas de reabilitação, apesar de nunca ter completado os tratamentos para se livrar das drogas.

“Depois que eu fui preso (crime da bolsa, em 2003), a produção de Cidade de Deus me embarcou para Belém do Pará e fiquei três anos internado num centro de recuperação. Como é que um ator assiste à premiação do Oscar de um filme de que ele é um dos principais dentro de uma clínica de reabilitação?”, questionou ele ao jornal Extra, após ter passagem na prisão e em clínica de reabilitação.

Após essa entrevista concedida em 2022, Rubens Sabino voltou a ser notícia no ano seguinte, em 2023, ao ser preso novamente, só que na cidade de Volta Redonda, no Rio de Janeiro. De acordo com o portal O Tempo, o ex-ator de ‘Cidade de Deus’ teria ameaçado um ambulante e foi levado a prisão por desacato e desobediência à polícia além de resistência à prisão.

Na ocasião que foi entrevistado pelo jornal Extra, o eterno Neguinho contou que ainda é morador de rua, mas viaja por vários estados brasileiros. “Vou pedindo esmola e que me paguem passagens. Às vezes, vou para lugares distantes, achando que ninguém vai me reconhecer. Eu não tenho casa, minha morada é o mundo”, finalizou ele.

Quais categorias Cidade de Deus concorreu no Oscar?

O filme ‘Cidade de Deus’ (2002) foi um grande sucesso do cinema nacional, tanto que é o único filme brasileiro com 4 indicações ao Oscar (Academy Awards), de Hollywood. Na premiação de 2004, a obra-prima concorreu nas categorias de Melhor Direção (Fernando Meirelles), Melhor Montagem, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Fotografia. Infelizmente, a equipe não ganhou uma estatueta para trazer de volta ao Brasil, mesmo assim, só as indicações já são consideradas um prêmio a toda produção.