As principais emissoras de televisão do Brasil voltaram a discutir o aumento da participação de capital estrangeiro, que pode resultar na venda de 100% das empresas
Com as principais emissoras do país sendo praticamente “obrigadas” a passarem por um reajuste de custos, que foi agravado por conta da pandemia, uma antiga discussão sobre a venda de parte de canais como a Globo, SBT, Band e RedeTV! voltou à tona nos últimos anos.
Apesar da maioria das empresas se manifestarem à favor da liberação de mais capital estrangeiro, o governo de Jair Bolsonaro era contrário a este tipo de movimentação. Agora, com Lula na presidência, o assunto pode ganhar novas perspectivas.
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De acordo com informações divulgadas pelo Notícias da TV ,os canais querem retomar as discussões sobre a liberação para receberem uma quantia maior de capital estrangeiro, o que na prática seria a venda das emissoras para investidores fora do Brasil.
Atualmente, a legislação brasileira permite que as empresas de radiodifusão comercializem apenas 30% de sua ações para estrangeiros. A intenção de canais como a Globo, Band e RedeTV! é permitir que esse percentual chegue aos 100%.
A reportagem ressalta que a pauta já foi discutida durante o governo de Jair Bolsonaro e que tinha como intenção viabilizar que 51% das ações de uma emissora poderiam ser adquiridas por um investidor internacional, o que não foi aprovado pelo ex-presidente.
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O político era conta a maior participação de investidores estrangeiros e atuou junto com Fábio Faria, ex ministro das comunicações e genro de Silvio Santos, para impedir o avanço da emenda constitucional.
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O antigo governo avaliou que a entrada de empresários de fora do Brasil naquele momento poderia ameaçar os seus planos de reeleição, já que as emissoras que lhe apoiavam poderiam se distanciar.
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SBT TERIA SIDO UM DOS PRIMEIROS CANAIS A BUSCAREM COMPRADORES NO EXTERIOR, MAS O NEGÓCIO NÃO AVANÇOU
No final de 2021, o NTV já havia noticiado que Silvio Santos seria um entusiasta da possibilidade de comercializar o SBT com um investidor estrangeiro.
O acionista majoritário teria autorizado até que um emissário fosse a procura de um comprador, mas o negócio não avançou pelo veto na mudança da lei.
Ou seja, indiretamente, o lobby feito por Fábio Faria e Jair Bolsonaro acabou frustrando os planos do SBT, que sempre esteve alinhado com o governo federal, independente de presidente em exercício.
Outro fator apontado para que o aumento de capital estrangeiro fosse rejeitado pelo governo é que Edir Macedo, proprietário da Record e um dos maiores aliados de Bolsonaro, seria contra a medida, o que teria contribuído para o veto ao projeto de lei.
NOVA ESPERANÇA
Agora, com Lula, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV pretende fazer uma nova tentativa, ainda mais ousada já que a proposta prevê a comercialização de 100% das ações das empresas de radiofusão.