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“Aqui, a única coisa que não é falsa é o abraço que estou lhe dando!”
A entrevista de Goulart de Andrade dada para Abujamra no “Provocações” trouxe a experiência de 50 anos na televisão. Quando perguntado por que parou de sair às ruas atrás de reportagens curiosas sobre a noite paulista, o jornalista não titubeou: naquela época ele não encontrava tanta gente drogada. Entrevistando um transexual conseguia extrair mundos engraçados, vivências curiosas, hoje só terá à sua frente alguém “viajando”.
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Perguntado sobre o que é a vida, a resposta veio após um bom tempo de troca de olhares, onde percebemos o quando estava sendo profunda a pesquisa da resposta, que saiu simples: a vida é o intervalo entre o nascer e o morrer, onde brincamos, trabalhamos, nos esforçamos para obter o melhor e dar nosso melhor. Abujamra, possivelmente esperando algo mais profundo, voltou à pergunta, obtendo o mesmo retorno. Afora nossa capacidade criativa, que gera fantasias próprias do mundo de “Saramandaia”, desviando nossa atenção da realidade, possivelmente os animais estejam melhor ambientados com a verdadeira condição do viver.
Goulart trouxe o mundo noturno para as telas chatas do sábado. Agradou todas as idades e com seu bordão “Vem Comigo!” conseguiu expor na TV exatamente o que respondeu sobre a razão de viver, pois suas reportagens estavam diante do presente sem a permissão de retoques. Como sempre, Abujamra soube explorar com inteligência o mundo do entrevistado, indo contra sua frase final: “Aqui, a única coisa que não é falsa é o abraço que estou lhe dando!”. Pelo contrário, as perguntas são feitas de tal forma a ponto de deixar adormecida qualquer inspiração para a mentira.
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