Que domingo foi esse, SBT?

Minha filha jogava vídeo game à mil. Endoidecida, me encarou séria quando disse que queria ver o Celso, afinal, era domingo e precisa comentar no TVFoco sobre as atrações. Nunca vi cara tão feia, e refreada, pois pai é pai. Acho até que os dois estavam se encarando com a mesma expressão, filha é pai. Largou o controle, fez birra e eu mirei no Portiolli. Opa, vi que ela iria gostar, estavam participando a turma do Carrossel/Patrulha. Beleza, a bronca vai acabar logo. Fui na cozinha buscar água e, de lá, ouvi a torcida vibrando na sala. Se emocionava mais do que durante o game.

Que diabos estaria fazendo Celso à ponto de transformar raiva em alegria tão rapidamente?!!! Do sofá pude ver melhor, pois também me dei conta do quanto estava torcendo pelas equipes. Faziam algo tão antigo na tela, eram brincadeiras que remontavam a época do “Domingo no Parque” e tantos outros que vieram depois. Pai e filha se empurravam na sala, pois torciam para equipes diferentes. E à cada pergunta de Portiolli, debochava da minha filha, 8 anos: E aí, filha, sabe a resposta?! A casa estava literalmente ligada no programa.

O SBT tem fórmulas tão antigas para prender o telespectador. Antigas e tão na moda. Não interessa se quem esta participando é um global ( raridade ) ou alguma escola do interior do Acre, neste momento esquecemos todo o poder da estrutura platinada e nos entregamos para os risos e brincadeiras de um simples show de domingo. O SBT tem esta magia!

E depois veio Maguila. Exemplo maior de empatia com o público, impossível. Sua esposa, Irani, atenciosamente trouxe a voz do grande pugilista gravada naquele mesmo dia. O sufoco para segurar as lágrimas contrastava com as risadas enlouquecidas do quadro anterior. Para aliviar tantas emoções, um toque no controle remoto, uma televisão desligada e um bom passeio de bicicleta numa tarde de domingo, afinal, assim como programas simples agradam na TV, também é na simplicidade da vida que encontramos a boa convivência.