Uma das nossas principais varejistas, frequentada por milhares de consumidores e reconhecida no país inteiro, vive cenário crítico em meio à luta contra a falência
Não é nenhuma novidade que o mercado varejista está atravessando um dos seus cenários mais desafiadores nos últimos tempos. Após a pandemia, nem mesmo as grandes varejistas, cujas quais pareciam imunes à crise financeira mundial, conseguiram escapar de ter suas lojas fechadas, demissões em massa e até mesmo se desvencilhar do terror da falência.
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Como é o caso da icônica Americanas, que logo no primeiro semestre do ano de 2023, acabou tendo um rombo de R$ 40 bilhões exposto a todos os brasileiros, causando espanto e deixou o mercado financeiro em peso escandalizado.
Desde então, a Americanas vem lutando para se manter em pé, mesmo após o rombo, para conseguir sobreviver. Inclusive, após a aprovação de seu plano de recuperação judicial, a varejista teve que assinar um acordo com 57% dos credores quirografários (instituições financeiras).
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Esse percentual foi alcançado após o entendimento com o Banco Safra, uma das instituições financeiras mais reticentes, que assinou o acordo de adesão ao plano, o que posteriormente juntou ao:
- Bradesco;
- Itaú;
- Santander;
- BTG Pactual;
- Votorantim;
- Banco Daycoval.
Vale dizer que, com essa recuperação aprovada, a execução das dívidas foi suspensa fazendo com que a varejista ganhasse mais tempo para renegociar suas dívidas. Entre janeiro a setembro de 2023, a Americanas fechou cerca de 99 lojas deficitárias.
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Em comunicado oficial, a empresa afirmou na época a seguinte situação: “A gente considera superada a fase mais crítica pela qual a Americanas passou, porém tem muito trabalho adiante até que a gente volte consistentemente a gerar resultados operacionais”.
Demissões e mais lojas fechadas:
De acordo com o portal Metrópoles, em pouco mais de um ano de crise, entre janeiro de 2023 e fevereiro de 2024, a Americanas demitiu cerca de 10.435 funcionários, quase um quarto de sua equipe, e já contabilizou cerca de 132 lojas fechadas.
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Esses mesmos dados constam dos últimos relatórios divulgados pelos administradores judiciais da empresa, o escritório de advocacia Zveiter e a empresa Preserva Ação.
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O quadro de trabalhadores sob regime de CLT passou de 43.123 pessoas, em janeiro de 2023, para 32.248, no mesmo mês de 2024, o que corresponde a um corte de 13.875 empregados.
Em 18 de fevereiro, o dado mais recente disponível, esse número passou para 32.688 colaboradores, e o balanço de demissões caiu para 10.435.
Qual a situação atual da Americanas?
Agora em 2024, a Americanas ainda permanece em fase de recuperação judicial e, apesar de ainda lutar com a ameaça da falência, os números foram um tanto animadores.
Conforme a InfoMoney, ela encerrou o mês de março de 2024 com caixa disponível final R$ 1,356 bilhão, 23% maior que o registrado no mês anterior, de R$ 1,099 bilhão.
As informações constam do relatório de atividades mensais da companhia divulgado pelos administradores judiciais. Segundo o documento, a dívida da empresa em março de 2024 se encontrava na casa dos R$ 21,271 bilhões.
Em moeda americana, a dívida era de US$ 1,068 bilhão. Entre abril de 2023 e março de 2024, a dívida da varejista em dólar permaneceu estável e em real aumentou em 3,3%.
Durante o mês de março, não houve desembolso para pagamento de dívidas bancárias, porém houve o desembolso de R$ 4,1 bilhões a credores do plano de recuperação judicial.
Nos últimos 12 meses, a empresa desembolsou R$ 737,141 milhões para pagamento de dívidas em reais e nenhum valor para o pagamento das dívidas em dólares.
Segundo o e-investidor, os dados mostram ainda que o canal digital registrou investimento de R$ 2.550.431,75, para o período de abril de 2023 a março de 2024.
O prazo médio dos produtos em estoque foi de 56 dias em março de 2024, o que representa uma redução de 55,9% em relação ao indicador calculado em abril de 2023, tendo um impacto positivo no ciclo de caixa.
Ainda em março de 2024, a Americanas contratou 112 pessoas jurídicas que, por sua vez, disponibilizaram 1.433 colaboradores para as atividades operacionais especificamente para
- Operações de distribuição;
- Logística dos centros de distribuição;
- Operação de lojas físicas;
- Limpez;
- Manutenção e segurança.
Importância da Americanas:
As Lojas Americanas foram fundadas em 1929 por John Lee, Glen Matson, James Marshall, Batson Borger (americanos) e Max Landesmann (austríaco) e hoje é uma das principais e mais consolidadas redes varejistas do Brasil, contando com mais de mil unidades em todo o Brasil.