CHOCANTE
R$ 7 bi e agência tomadas: O estouro de cofres do Santander ao comprar banco rival e amado pelos brasileiros
13/09/2023 às 7h20
Uma aquisição importante para o banco Santander.
O banco espanhol Santander efetuou o pagamento recorde em reais na história das privatizações no Brasil, adquirindo o controle acionário do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), equivalente a cerca de 60% das ações com direito a voto, pelo valor de R$ 7,050 bilhões. Esse montante representou um ágio de 281,02% sobre o preço mínimo estipulado em R$ 1,85 bilhão pelo Banco Central (BC) para a parte leiloada. Quando convertido para dólares, com a taxa de câmbio de R$ 1,92 por dólar, o valor total da transação foi de US$ 3,671 bilhões, tornando-se a segunda maior privatização já realizada no Brasil, atrás apenas dos US$ 4,967 bilhões (R$ 5,783 bilhões na época) pagos pela Telefonica de España pela Telesp fixa em julho de 1998.
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O presidente do BC na época, Armínio Fraga, enfatizou que a quantia obtida com a venda do banco paulista seria destinada integralmente para a redução da dívida pública do Brasil. Ele também assegurou que o governo continuaria seu processo de privatização de bancos estaduais, com o cronograma a ser divulgado nos meses seguintes. A chegada de Fraga à Bolsa do Rio, local do leilão, foi um dos momentos de maior destaque, com a maior autoridade do governo brasileiro presente ao evento.
O leilão foi concluído em apenas 13 minutos, com o leiloeiro Alexandre Runte iniciando o processo às 09h59 e declarando o Santander como vencedor às 10h12. Com a aquisição do Banespa, o banco espanhol ascendeu da quinta para a terceira posição entre os maiores bancos privados do Brasil, com ativos totalizando R$ 56,2 bilhões, superando o Unibanco. Os líderes permaneceram sendo o Bradesco e o Itaú, respectivamente.
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Apesar da presença de concorrentes como o Unibanco e o Bradesco, o ágio oferecido pelo Santander surpreendeu, causando certa decepção entre os demais presentes ao pregão da Bolsa do Rio. O Unibanco apresentou uma oferta de R$ 2,1 bilhões, com um ágio de 13,50%, enquanto o Bradesco ofereceu R$ 1,86 bilhão, com ágio de apenas 0,53%. O Itaú, outro grande favorito, não chegou a apresentar proposta.
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De acordo com o diretor de Investimentos do Unibanco, Cláudio Coracini, o valor oferecido por eles não foi baixo, e acredita que o preço proposto pelo Santander foi elevado. Gabriel Jaramillo, presidente do Santander no Brasil na época, demonstrou satisfação com o montante pago, independente das ofertas mais baixas feitas pelos concorrentes.
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O leilão abrangeu a venda de 11.232.000.000 ações do Banespa em bloco único, representando aproximadamente 60% do seu capital votante e cerca de 30% do seu capital total. O evento transcorreu sem maiores protestos que pudessem interromper o andamento, e a tensão se concentrou na expectativa em torno dos potenciais participantes.
A privatização do Banestado e do Banespa, que estão prestes a completar 22 anos, serve como um alerta para os movimentos de trabalhadores que buscam evitar a privatização do Banco do Brasil e outras importantes empresas estatais. Ambos os bancos sofreram perdas de direitos, demissões em massa e desmantelamento de planos de saúde e previdência complementar após suas privatizações.
No caso do Banestado, antes da privatização em 2000, a empresa pública enfrentou uma grave crise financeira. O governo estadual, em 1997, alertou os funcionários sobre a situação crítica da instituição. Em 1999, ocorreram dois programas de demissão voluntária que reduziram o número de funcionários de mais de 12 mil para 8 mil. O Estado do Paraná despendeu R$ 5,1 bilhões pelo Banestado antes de entregá-lo ao Itaú por apenas R$ 1,6 bilhão.
No processo de saneamento das dívidas, o banco público foi submetido a dois programas de demissão voluntária que reduziram o número de funcionários para 8 mil. Após a privatização, 76% das agências do Banestado foram fechadas, e, em 2019, apenas 500 funcionários remanescentes do banco público permaneciam na folha de pagamento do Itaú.
Antes da privatização do Banespa em 2000, o banco era o maior banco estadual e o terceiro maior banco comercial do Brasil. Nas décadas de 60 e 70, desempenhou um papel fundamental na expansão do parque industrial paulista e em grandes investimentos sociais e produtivos. Porém, a partir dos anos 90, enfrentou dificuldades financeiras.
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Após a privatização, o foco do relacionamento com os clientes mudou de uma abordagem centrada no cliente para uma ênfase na cobrança de metas e resultados, semelhante a um banco comercial convencional. Isso resultou em problemas de saúde para os funcionários que permaneceram na instituição.
Em ambos os casos, houve ataques aos planos de saúde e de previdência complementar, resultando na redução de direitos dos associados e nas contribuições e compromissos reduzidos das empresas patrocinadoras. Os novos controladores também enfraqueceram a governança dos funcionários nas entidades de saúde e previdência, eliminando comitês gestores e de investimentos e suprimindo as eleições de trabalhadores para as diretorias.
O exemplo dessas privatizações serve como alerta para a possível privatização do Banco do Brasil e demonstra as consequências negativas que podem afetar funcionários e clientes, além de enfraquecer a atuação social dessas instituições.
Como foi feito a reforma do banco
A reforma e restauração do prédio Altino Arantes, conhecido como prédio do Banespa e agora denominado Farol Santander, foi inaugurada durante as celebrações do aniversário de São Paulo. Este edifício icônico está aberto ao público e oferece uma série de atrações culturais e de lazer.
O edifício foi construído entre 1939 e 1947 e inspirado na arquitetura art déco do famoso Empire State Building de Nova Iorque. Com 35 andares e 161 metros de altura, foi considerado a maior construção de concreto armado do mundo na época e permaneceu como o edifício mais alto de São Paulo por quase duas décadas. Em 2000, o prédio foi incorporado ao patrimônio do banco espanhol Santander após a compra do Banespa, e em 2014, foi tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo).
A reforma e restauração do edifício foram planejadas ao longo de dois anos e resultaram na abertura do Farol Santander, que oferece uma variedade de atrações. No térreo, os visitantes podem apreciar a decoração art déco, um pé direito de 16 metros e um lustre de 13 metros instalado em 1988.
Andares do prédio
O 2º andar abriga um túnel com painéis gigantes que apresentam um vídeo sobre a história do prédio e da cidade de São Paulo. O 3º andar recria os guichês e salas de atendimento ao público da época do Banespa, permitindo aos visitantes simular a abertura de uma conta bancária e explorar as mudanças nos juros e taxas de poupança ao longo do tempo.
No 4º andar, uma instalação do artista Vik Muniz apresenta fotos do mirante no 26º andar, que foram ampliadas e transformadas em painéis imersivos. O 5º andar exibe retratos pintados dos presidentes do Banco Agrícola antes de se tornar o Banespa e, posteriormente, o Santander. O ambiente também preserva móveis da época e objetos utilizados nas reuniões da diretoria do Banespa.
O 8º andar abriga a Arena de Economia Criativa, um espaço dedicado a debates sobre empreendedorismo e ideias criativas. A pista de skate no 21º andar, idealizada por Bob Burnquist, é uma das maiores atrações e oferece uma vista panorâmica da cidade.
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Os 22º e 23º andares são destinados a exposições de arte imersiva, apresentando obras de artistas nacionais e internacionais. O 25º andar possui um loft que funciona como um apartamento de luxo, disponível para aluguel com diária de R$ 3.500, oferecendo acomodação para até cinco pessoas e espaço para até 50 convidados.
O 26º andar é o mirante, que foi completamente reformado e possui vidros de proteção para garantir a segurança dos visitantes. Também abriga um café decorado com móveis retrô, proporcionando uma experiência única aos visitantes. O edifício Farol Santander representa um marco histórico e cultural na cidade de São Paulo, proporcionando uma mistura de cultura, entretenimento e lazer para o público.
Como é que os bancos ganham dinheiro?
Os bancos atuam como intermediários financeiros, facilitando a circulação de dinheiro na economia. Eles recebem dinheiro de pessoas que desejam economizar ou investir (por meio de contas de poupança, certificados de depósito, etc.) e, por outro lado, emprestam dinheiro a pessoas e empresas que precisam de financiamento.
Fonte: Uol e g1.
Autor(a):
Larissa Santos
Cursando Relações Públicas na Universidade Anhembi Morumbi. Apaixonada por entretenimento e com passagens por outros sites como o AaronTuraTV, meu objetivo é informar com maior objetividade e clareza possíveis.