Fusão colossal entre dois gigantes fizeram do Itaú uma das instituições mais poderosas da atualidade e transação ficou marcada na história do mercado financeiro
O sistema financeiro como um todo é fundamental em qualquer sociedade. Mesmo porque é através dele que as pessoas, as empresas e o governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos.
Por conta disso, quebras, falências, vendas aos rivais e até mesmo fusões podem causar um grande choque no mercado financeiro como um todo, gerando preocupação entre clientes e investidores quanto às suas eventuais consequências.
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Inclusive, em meados de 2008, uma fusão entre dois bancos gigantes acabou trazendo para o poderio do Banco Itaú, anos mais tarde, milhares de agências em uma transação de milhões e é sobre esse fato histórico que iremos falar agora.
Trata-se do Unibanco que se fundiu com o Itaú, fazendo com que a marca se fortalecesse ainda mais no mercado financeiro Mas antes de contar sobre tal fusão, é bom relembrar a importância que o Unibanco teve para com o país, bem como as suas principais aquisições.
História
O Unibanco iniciou sua história em 1924 e seu idealizador foi o comerciante João Moreira Salles, que o nominou a princípio como Seção Bancária da Casa Moreira Salles. No ano de 1933 Walther Moreira Salles, filho mais velho do patriarca, assumiu o comando da Casa Bancária Moreira Salles.
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De acordo com o portal Wiki, em abril do ano de 1967, ele teve sua primeira fusão com o Banco Agrícola Mercantil, também conhecido como Agrimer, do Rio Grande do Sul, o qual possuía uma rede de aproximadamente 120 agências.
Tal fusão foi impulsionada pelo fato de ambos os bancos terem redes bem distintas de agências, além das safras agrícolas serem em períodos distintos, ampliando as oportunidades de financiamento. O nome finalmente foi mudado para União de Bancos Brasileiros, que na junção resulta em UNIBANCO.
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Sua sede foi transferida para o Rio de Janeiro, formando uma rede de 330 agências, em 10 estados brasileiros.
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Em 1975, todas as empresas do conglomerado passaram a se chamar de Unibanco e em 1983 o banco mudou sua matriz operacional para o Edifício Unibanco, na cidade de São Paulo, conhecido prédio ao lado do Shopping Eldorado e perto do Jockey Club.
Foi aí que o Unibanco passou a se destacar no mercado financeiro brasileiro com ideias inovadoras, como criar o Banco1.net, primeiro banco brasileiro sem agências, com transações exclusivamente via internet, telefone e caixas eletrônicos.
Por conta disso, algumas quebras de bancos acabam causando um grande choque no mercado financeiro como um todo, gerando pânico e preocupações quanto às suas consequências.
Banco Nacional engolido
Com a falência decretada do Banco Nacional em 1995, após a identificação de uma precária situação em que o mesmo se encontrava, ele acabou tendo seus ativos repassados ao Unibanco. De acordo com o portal Folha de S. Paulo, o Banco Central havia decretado uma “intervenção branca” no Banco Nacional.
Com isso a instituição ficou sob regime de administração especial temporária (Raet) do BC até que fosse concluído o processo de fusão com o Unibanco, em 1996.
De acordo com o portal Folha de S. Paulo, apesar do Banco Nacional ter sido praticamente “dado”, como o próprio jornal mencionou na época, essa transação acabou “custando” alguns milhões para o Unibanco.
Isso porque uma parcela de R$682 milhões foi “paga” ao Banco Central com ações do próprio Unibanco, para serem guardadas no cofre e vendidas no futuro.
E os demais R$ 300 milhões, foram pagos em cinco anos, totalizando assim um valor de R$982,00 milhões
Vale mencionar que em 1997, um escândalo envolvendo o Banco Nacional também explodiu. Isso porque o Ministério Público Federal havia acusado trinta e três pessoas de fraude entre elas o próprio controlador do banco Marcos Magalhães Pinto, para saber mais sobre o assunto, clique neste link*.
Revolta do ex dono do Banco Nacional:
Vale destacar que, conforme exposto pela Agência Senado, em meados de novembro de 2004, o ex-dono do extinto Banco Nacional, Marcos Magalhães Pinto, acusou o Banco Central e o governo Fernando Henrique Cardoso de “doarem” o Nacional ao Unibanco, acompanhado de um cheque de R$ 3 bilhões, e acrescentou que o processo de liquidação não havia mais razão de se manter.
A partir de 2005, o Tesouro Nacional foi obrigado a creditar R$ 1,2 bilhão em juros junto à massa falida do Banco Nacional.
O Tesouro já desembolsava na época cerca de de R$ 800 milhões em pagamento de juros à massa do Banco Econômico, conforme disse Marcos Magalhães Pinto, cujo qual compareceu à Subcomissão Temporária da Liquidação de Instituições Financeiras, ligada à CAE.
Magalhães Pinto disse ainda que o liquidante, em 1995, comprou títulos do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS), que passaram a ser a maior parte da carteira de títulos da massa falida. E estabeleceu para os FCVS um valor equivalente a apenas 35% do valor de face.
Ao fazer um histórico da quebra, Magalhães Pinto disse que o Banco Nacional começou a ter problemas com o fim da inflação decorrente do Plano Real e que, segundo ele, acometeu todo o sistema financeiro.
O ex-banqueiro ainda afirmou que a inadimplência foi vertiginosa e triplicou entre 1994 e 1997, “e sem um período de transição, sem adaptação das normas do Banco Central à nova realidade do sistema financeiro”.
Magalhães Pinto, acompanhado do filho Marcos José, representante da família junto ao liquidante, questionou o fato de o Banco Central não ter oferecido os ativos do Banco Nacional a outros interessados, repassando-os simplesmente ao Unibanco.
“Ninguém, à época, perguntou por que o Unibanco herdou todos os ativos do Nacional sem quaisquer riscos fiscais ou trabalhistas, ao contrário do que ocorre normalmente” – Disse Magalhães na ocasião.
Ele ainda proferiu acusações contra o BC de praticamente quebrar o Banco Nacional, ao mantê-lo aberto durante um ano, sem clientela, sem crédito, sem agências, sem funcionários e sem cartões de crédito.
Crise do Unibanco …
No ano de 2004, em meio a uma crise de identidade, tendo Pedro Moreira Salles assumido sua presidência executiva, o Unibanco acabou sofrendo fortes mudanças de marca, posicionamento e estratégias.
No meio do turbilhão foram executadas as demissões de praticamente TODOS os seus executivos com mais de 10 anos de banco, sem muito critério.
Em 2005, as mudanças pareciam ter surtido resultado, refletido na valorização de suas ações na Bovespa (atual B3), onde o Unibanco alcançou aumento de cerca de 75% na sua cotação no segundo semestre de 2005, embora o sucesso vinha de uma tesouraria não muito ortodoxa.
Quando que o banco UNIBANCO se fundiu ao Itaú?
No ano de 2007 o Unibanco ainda permanecia sob controle familiar (Moreira Salles) e sendo presidido pelo neto do fundador, Pedro Moreira Salles.
Com a crise de 2008, ele acabou sendo o único grande banco brasileiro com rumores de “se abater com problemas de liquidez”, mas tais afirmações foram vistas como mera especulação.
Mas no dia 3 de novembro de 2008, a situação teve mais uma reviravolta, quando finalmente o Itaú e Unibanco anunciaram a fusão das operações financeiras, formando o Itaú Unibanco Banco Múltiplo.
Que até hoje é reconhecida como a a maior holding financeira do hemisfério sul, e entre as vinte maiores do mundo.
No ano de 2009, essa nova fusão foi aprovada pelo Banco Central e em 2010, pelo CADE. Vale dizer que no mesmo ano foram concluídas a integração de todas as agências para o Itaú.
O que resultou na extinção da marca Unibanco, chegando assim no que conhecemos do banco hoje.
- Situação dos clientes:
É bom destacar que essa fusão não mudou em nada para os quase 15 milhões de clientes na época.
O único ponto negativo, pela visão de mercado, é que a concorrência acabou diminuindo, o que também diminuiu a oferta de bancos, como podem ver no vídeo abaixo:
Vale destacar que o Banco Itaú é um dos bancos mais importantes do país e integra a carteira de 2024 com dois importantes índices de sustentabilidade corporativa do Brasil e do mundo: o Dow Jones Sustainability World Index (DJSI World), e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, respectivamente pelo 24º e 19º anos consecutivos, o que demonstra a consistência da sua estratégia ESG, conforme informado pela própria instituição.