De acordo com dados divulgados, Brasileiros estão ficando no prejuízo com aplicações na Poupança e cerca de R$25 bilhões poderiam estar melhor aplicados
Conforme sempre dizemos em nossas matérias, a poupança ainda é a favorita e a mais popular entre os brasileiros quando o assunto é renda fixa. Porém, nos últimos anos, ela deixou de ser uma opção boa pra quem quer ver o dinheiro render.
Apenas para contextualizar, por meio de um decreto do COPOM do Banco Central, decretou ainda em julho deste ano a decisão de manter a Taxa Selic com a redução de 0,25 ponto percentual, passando de 10,75% para 10,50% ao ano. Por mais que isso seja bom para quem depende de linhas de crédito, para quem investe na poupança isso é uma verdadeira bomba.
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Isso porque a poupança, como todo investimentos de renda fixa, tem a taxa Selic como principal base para determinar seus rendimentos. Ou seja, com esses cortes nos juros é inevitável que esses mesmos investimentos passem a render menos, como podem ver por meio deste link*
Apesar desse fato, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), os aportes cresceram 7,6% no primeiro semestre de 2024 e foram a R$ 6,96 trilhões. E um outro dado chamou atenção, do total, R$ 951,7 bilhões estão aplicados na poupança, mesmo sendo considerada uma opção ruim de investimento.
E para piorar, comparando a rentabilidade futura com outros instrumentos de renda fixa, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB), as letras de crédito imobiliário (LCI), do agronegócio (LCA) e Tesouro Direto, a notícia fica ainda pior pra quem insiste em manter valores aplicados na poupança.
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Dinheiro jogado fora
Ainda de acordo com a InfoMoney, um valor quase trilionário deixado na caderneta pelo próximo ano faria os investidores deixarem de ganhar, conjuntamente, até R$ 25 bilhões, em aplicações de melhores investimentos.
E quando pensamos que em dois anos, o valor deixado na mesa poderia chegar a R$ 58 bilhões, a depender do ativo escolhido, a sensação de dinheiro jogado fora pelos ares é ainda maior …
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Confira como R$ 951,7 bilhões rendem na poupança e em diferentes aplicações de renda fixa:
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Ativo | Total daqui a 1 ano (em trilhões) | Total daqui a 2 anos (em trilhões) |
Poupança | R$ 1,010 | R$ 1,072 |
CDB 100% do CDI | R$ 1,033 | R$ 1,128 |
Tesouro IPCA+ 6% | R$ 1,034 | R$ 1,130 |
LCI e LCA 85% do CDI | R$ 1,035 | R$ 1,127 |
*MAS ATENÇÃO! simulações consideram aplicação feitas até 15/08/2024, com Selic de 10,50%, IPCA de 4% e juro real de 6% para o Tesouro IPCA+, todos em estabilidade ao longo dos períodos de investimento
Veja abaixo a aplicação em cerca de 2 anos e faça a comparação:
- Poupança: Em um ano, o valor aplicado pelos brasileiros na poupança se transformaria em cerca de R$ 1,010 trilhão para resgate, isento de Imposto de Renda (IR). Em dois anos, o valor saltaria para R$ 1,072 trilhão.
- CDB: Caso seja aplicado em um CDB com remuneração de 100% do CDI, o mesmo montante se transformaria em R$ 1,033 trilhão em um ano, líquido de IR. Em dois, alcançaria R$ 1,128 trilhão.
Ou seja, renderia R$ 23 bilhões a R$ 56 bilhões a mais que a poupança.
- Tesouro IPCA+: No caso do Tesouro o valor chegaria a R$ 1,034 trilhão em um ano, já descontado o IR. Em 24 meses, a aplicação alcançaria R$ 1,130 trilhão. O retorno considera um título com juro real de 6%, oferecido nesta quinta-feira (15) pela NTN-B mais curta, com vencimento em 2029.
Em relação à poupança, entregaria de R$ 24 bilhões a R$ 58 bilhões a mais.
- LCI/LCA: Já aplicado em letras de crédito imobiliário ou do agronegócio, que são isentas de IR, o valor quase trilionário alcançaria R$ 1,035 trilhão em um ano, em um papel com rendimento de 85% do CDI. Em dois anos, chegaria a R$ 1,127 trilhão.
Dessa forma, as LCIs e LCAs pagariam R$ 25 bilhões a mais que a caderneta em um ano, e R$ 55 bilhões adicionais em dois.
Vale destacar que essas simulações consideram aplicações em CDB com remuneração de 100% do CDI, Tesouro IPCA+ com 6% de juro real (além da inflação) e LCA/LCI a 85% do CDI. Os valores são líquidos de impostos, incluindo para os ativos não isentos (CDB e Tesouro IPCA+).
É importante lembrar que CDB, LCI e LCA são considerados investimentos de baixo risco, mas contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) de até R$ 250 mil, por CPF.
Já o Tesouro IPCA+ não tem cobertura do FGC, mas possui risco soberano – ou seja, o risco de o País não honrar com os pagamentos.
Os Bonds:
Além dessas opções de investimentos, conforme exposto pelo portal Exame, existe outra forma ainda mais eficiente de diversificar os investimentos em renda fixa é olhar com cautela para o mercado internacional.
A exemplo disso, nos Estados Unidos, temos os chamados “bonds”. Para quem não sabe, eles são títulos emitidos por empresas e governos como uma forma de captação de recursos, oferecendo retornos previsíveis e, muitas vezes, superiores aos dos títulos de renda fixa brasileiros.
Os bonds funcionam de maneira semelhante aos títulos de renda fixa brasileiros, com taxas e prazos estabelecidos que garantem retornos consistentes. Além disso, muitos desses títulos distribuem cupons recorrentes, gerando fluxo de caixa em dólares, o que pode servir como uma proteção contra a oscilação cambial e a inflação.
Como eu invisto em Bonds com menos risco?
Para os brasileiros que desejam investir em bonds, a primeira coisa que se deve fazer é encontrar uma instituição financeira confiável que ofereça acesso a esses títulos.
Após abrir uma conta, o investidor pode realizar a remessa de capital e começar a investir.
MAS ATENÇÃO! É fundamental escolher títulos que se adequem ao perfil de risco e ao prazo de investimento desejado. Além disso, fazer um teste de perfil de investidor para entender o quanto sua renda permite arriscar é essencial para se manter em segurança financeira ao escolher os títulos.
Isso porque os bonds podem ter diferentes graus de risco de crédito e prazos variados, influenciando as oscilações de preço antes do vencimento.
Os riscos dos bonds, como qualquer outro investimento em renda fixa inclui:
- Risco de taxa de juros, risco de crédito;
- Risco de liquidez
- Risco de reinvestimento