A falência milionária que transformou uma gigante varejista no setor de supermercados em memória após quatro décadas de existência
No Brasil, as redes de supermercado desempenham um papel essencial na economia e no cotidiano da população.
Afinal de contas, elas garantem o abastecimento de produtos básicos, como alimentos e itens de higiene, além de facilitarem o acesso a bens de consumo e empregarem um grande número de trabalhadores.
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O setor também conecta o produtor ao consumidor, sustenta cadeias de fornecedores e movimenta uma grande fatia do PIB nacional.

Não é a toa que quando uma rede de supermercados enfrenta uma crise financeira ou fecha as portas, os impactos ultrapassam os limites do setor:
- A população sente diretamente os efeitos do desemprego gerados por tais fechamentos;
- Além disso, as interrupções abruptas de um serviço essencial pode gerar aumento nos preços pela redução da concorrência.
Por fim, o desaparecimento de uma rede de supermercados afeta não apenas o varejo, mas também a estrutura econômica e social do país.
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Inclusive, em nossa história existem milhares de casos assim.
Como da Casas da Banha, uma das maiores do Brasil, a qual sucumbiu à crise e declarou falência após enfrentar dificuldades financeiras, resultando em um desfecho desolador, o qual afetou milhares de consumidores, após quatro décadas de existência.
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Assim, a equipe especializada em história das empresas, do TV Foco, com base em informações divulgadas pelo portal Wiki, detalha abaixo como essa situação foi gerada e seus impactos.
Um império das carnes!
A história da Casas da Banha terminou oficialmente em 1999. A notícia da quebra devastou e entristeceu milhares de consumidores, uma vez que ela era considerada um dos maiores “impérios” no setor de alimentos, principalmente das carnes:
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- Apesar da fundação oficial ter sido em 1955, no Rio de Janeiro, o grande “Boom” veio quando passou a patrocinar o eterno Velho Guerreiro, Chacrinha, nos anos 70.
- O apresentador jogava bacalhau para a plateia em seu programa na antiga TV Tupi, promovendo os produtos da rede.
Unidades em outras cidades:
Posteriormente a rede se espalhou nas seguintes cidades:
(SP):
- São Paulo;
- São Bernardo do Campo;
- Osasco,
- Mauá;
- São Caetano do Sul;
- Guarulhos;
- Ribeirão Pires.
(MG):
- Belo Horizonte;
- Cataguases;
- Juiz de Fora;
- Barbacena;
- Muriaé;
- Montes Claros;
- Além Paraíba;
- Janaúba;
- Januária;
- Francisco Sá;
- Pirapora;
- Leopoldina.
Veja o vídeo abaixo:
Lojas fechadas
Infelizmente, uma crise se agravou em 1986, com os planos econômicos heterodoxos do Governo Federal, como o Cruzado I e II, a qual acabou atingindo a rede amada.
Inclusive, o advogado da empresa classificou o congelamento de preços como um “absurdo“.
Em 1991, a empresa impôs um controle e uma contenção financeira, além de fechar algumas unidades.
Na decretação do Plano Cruzado I, muitas mercadorias vendidas pela Casas da Banha estavam com preços promocionais e, com o congelamento, os preços permaneceram fixos por um ano.
Além disso, a empresa enfrentou o confisco do Plano Collor, que agravou ainda mais a situação, segundo o advogado.
Demissões em massa:
Em seu auge, a Casas da Banha empregava cerca de 22 mil funcionários. Em 1991, esse número caiu para 9 mil, com uma remuneração devida de apenas US$ 2 milhões.
Para pagar dívidas, a empresa vendeu e repassou 149 unidades aos antigos donos.
Além disso, 75 lojas permaneceram fechadas à espera de negociação, incluindo o tradicional Porcão, totalizando assim o número de 224 lojas encerradas.
Em 1992, a Casas da Banha demitiu mais 3,5 mil funcionários por determinação judicial e continuou fechando suas portas gradativamente.
Em 1993, a rede enfrentou 9 mil processos trabalhistas, número que foi reduzido a 800 após o pagamento gradual de indenizações em 2,8 mil casos.
Quando a Casas da Banha teve sua falência decretada de vez?
Conforme dito acima, infelizmente, em março de 1999, o juiz Luiz Felipe Salomão, da 2ª Vara de Falências e Concordatas, decretou a falência da empresa, conforme noticiou o portal Diário do Comércio.
O advogado da empresa, Alfredo Bumachar, revelou que a decisão ocorreu após uma confissão da própria empresa na Vara.
Com isso, o juiz concedeu um prazo de 20 dias para que os credores justificassem seus créditos e priorizou o pagamento das dívidas trabalhistas, estimadas em US$ 5 milhões na época.
Não foi possível encontrar manifestações sobre as demissões, bem como sua falência. Porém, apesar do tempo, o espaço permanece aberto para qualquer esclarecimento futuro.
Considerações finais
A falência da Casas da Banha, uma das maiores redes de supermercados do Brasil, demonstra um impacto devastador de crises econômicas e decisões de gestão no varejo e na vida dos consumidores.
Fundada em 1955, a rede fechou as portas em 1999, após enfrentar dificuldades com políticas de congelamento de preços e planos econômicos federais.
O fim da rede prejudicou milhares de trabalhadores e transformou o cenário varejista do país.
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