Record, dá para chegar em 1º pensando em Datena, Mion, Gugu?
08/05/2013 às 20h30
A coisa não anda bem na Record. Primeiro a audiência pífia da novela Balacobaco, apesar da ótima qualidade técnica ( não falo do roteiro, nem atores ), depois um Gugu milionário tendo que “alongar o anão” para manter-se competitivo, acrescentamos o programa da tarde de Ana Hickmann sem provar à que veio, o Got Talent precário, Justus perdido na madrugada de segunda, uma minissérie caríssima competindo com Ratinho e um ótimo e inédito CSI não alçando voo.
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Precisamos de uma rede com os pés firmes na realidade, que saia do conforto da grade mexicanizada e consiga alçar seu produto interno aos padrões de qualidade da concorrência. Precisamos de uma Record que não pense novamente em jogar na tela uma novela colombiana onde Zorro é o principal personagem, ou que não coloque monstros em sua dramaturgia, que não dependa de desenho animado do Pica-Pau para enfrentar seus concorrentes. Precisamos de muito mais e torcemos para que o coelho saia ainda com vida da cartola.
Até agora pensou pequeno. Pensou em Datena, achou que Gugu fizesse milagres, deu à Ana um status completamente inatingível, confiou em Brito Jr. para algo diário, investiu em uma rede de notícias; de uma forma geral, fez tudo errado. Até no Mion confiaram. São pessoas apropriadas para outro patamar de audiência. São bons no que fazem, porém jamais chegarão lá.
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Depois de acompanhar durante anos a batalha da rede e ver atingir uma média de apenas 6 pontos, depois de tanto investimento, tantos milhões ganhos no grito ( dos pastores ) e ver sair de 1 para estes poucos 5, tenho a impressão de que além de nós, Sílvio era outro que sentou no sofá e foi ver a banda passar.
Os erros da rede estão tão na cara, são tão óbvios, que chega a ser vergonhoso citá-los. Quando Gugu foi para lá à peso de ouro, não vi como ele conseguiria se manter em 2º. Em entrevista, disse que “Sílvio apoiava sua mudança”, mas, também, se você sabe o prejuízo que determinada ação causará para o concorrente, fala isso, mesmo. Amigos aparte, 3 milhões para um simples apresentador que cantava “O Pintinho Amarelinho” foi a piada da vez. Sílvio deu corda.
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Quando o dono do SBT notou que perdeu quase metade de sua audiência, e com isso não teria como sustentar uma grade poderosa, recolheu o anzol e esperou a tempestade passar. E na hora de recolher, até que não nos deixou na pior, manteve Warner, novelas mexicanas para as donas de casa, caprichou no jornalismo, abocanhou Eliana, Gabi e redescobriu Portiolli. Até novela nacional ele conseguiu acertar.
Agora fica lá, fazendo a Record investir mais um pouco, mostrando um pouco mais sua ânsia, como o gato que brinca com a presa. Tem gente dizendo que a Record deveria alugar parte de seu centro para a Globo pois, enquanto ela não tem braços para mais produções, a outra está transbordando em realizações. O resultado desta batalha toda foi: um SBT mais maduro e uma Globo mais afinada.
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Não foi bom para nós. O certo é termos 3 ou 4 redes disputando o primeiro lugar. O correto é ver o bolo comercial ser dividido em fatias semelhantes, para que todos possam desenvolver suas produções com igual segurança. Mas pensar no certo em nosso país, é pedir para sofrer e nada mais. Certo mesmo, aqui no Brasilzão, é ver a onda e saber como diminuir o impacto e ainda utilizar para uma brincadeira.
Texto: Cleomar Santos / @tvfococolunista
Autor(a):
Cleomar Santos
Colunista do TV Foco desde fevereiro de 2011. Acesse o perfil deste colunista no link abaixo: