Record é tomada por caça às bruxas após escândalo racista estourar

12/03/2020 às 4h01

Por: Félix Almeida
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Segundo Leo Dias, funcionários reclamaram que a Record não estariam tratando a pandemia do coronavírus com seriedade (Foto: Divulgação)
record edir macedo

Jornalistas da Record foram demitidas por racismo (Reprodução)

Jornalismo da sucursal candanga da Record está em pânico com a caça às bruxas após escândalo racista

A situação dos funcionários do Jornalismo da Record de Brasília está indo de mal a pior. Nas últimas 72 horas, seis profissionais da emissora já foram demitidos por terem se envolvido, direta ou indiretamente, em um escândalo racista que estourou no final de fevereiro.

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A crise na emissora começou após o blog Mundo Negro revelar que jornalistas da emissora teriam um grupo no WhatsApp para tecer comentários preconceituosos sobre os colegas de trabalho negros. A história, porém, só tomou corpo após ser repercutida na última segunda-feira (9) pelo jornalista Leo Dias, em sua coluna no UOL.

Com a exposição do escândalo nacionalmente, a direção nacional da rede ordenou, ainda na segunda, a imediata demissão de quatro jornalistas da Redação na capital. Dentre eles, estava a repórter Rachel Vargas, contratada no final de 2019 para fazer participações ao vivo na edição da meia-noite do Jornal da Record. Os outros três eram profissionais de bastidor e não apareciam no vídeo.

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Nem mesmo o diretor de Jornalismo regional conseguiu ser poupado: João Beltrão, com 14 anos de casa, foi demitido na manhã desta quarta-feira (11). Apesar de não fazer parte do grupo de WhatsApp, ele tentou acobertar a história e defendeu os profissionais envolvidos na situação.

Poucas horas depois, nova demissão: o alvo da vez foi a jornalista Lívia Braz, que ancorava o DF Record, principal noticiário da emissora, há 5 anos. Ela foi apontada como uma das principais integrantes do grupo racista. Sua vaga na bancada foi ocupada, provisoriamente, por Natalie Machado.

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O bispo Edir Macedo durante um dos cultos da IURD (foto: divulgação)

O bispo Edir Macedo durante um dos cultos da IURD (foto: divulgação)

Salve-se quem puder

Este é o segundo escândalo racista envolvendo o Jornalismo da Record em Brasília em apenas três anos. Em 2017, Marcão do Povo foi demitido da emissora por chamar a cantora Ludmilla de “pobre macaca” durante uma edição do Balanço Geral DF.

Nos bastidores da emissora, por sinal, o comentário maldoso é o de que Lívia Braz logo será anunciada como o novo reforço do Primeiro Impacto, do SBT. Seus agora ex-colegas lembram que a situação dela é idêntica a de Marcão: fez comentário com teor racista, repercutiu nacionalmente, foi demitida e, na mesma época, Silvio Santos não estava no Brasil.

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Apesar da brincadeira de gosto duvidoso, o TV Foco apurou que o clima nos bastidores da Record é de terror. Sabe-se que o grupo que derrubou, até agora, seis profissionais foi interceptado após uma das integrantes conectar o WhatsApp Web em um dos computadores da Redação.

Diante disso, jornalistas temem que sejam enquadrados na mesma situação por brincadeiras com amigos pessoais, por exemplo. A reportagem, porém, sabe que o medo na verdade é outro: a direção sabe que existem outros grupos com teor idêntico ao que já foi descoberto.

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Autor(a):

Jornalista especializado na cobertura de entretenimento, com ênfase em notícias sobre os bastidores da televisão e celebridades.

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