Rede de supermercados, tão grande quanto o Assaí, passa por mais um desdobramento após 10 anos da sua falência
No Brasil, o setor varejista é um dos mais dinâmicos da economia, mas também um dos mais desafiadores.
Enquanto redes como o Assaí têm se destacado com crescimento acelerado e expansão nacional, histórias como a do Grupo Modelo, que já foi uma rede tão grande quando o rival, revelam os perigos de uma gestão financeira ineficiente.
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A acumulação de dívidas milionárias e a crise pelo qual ela atravessava marcou a falência do Grupo Modelo, contribuindo decisivamente para seu colapso e falência devastadora.
Sendo assim, a partir de informações coletadas no portal R7, Seu Crédito Digital e Meio Norte, a equipe do TV Foco separou mais detalhes sobre o ocorrido e o futuro da rede.
Do topo ao chão
Fundado há mais de 30 anos, o Grupo Modelo consolidou-se como referência no varejo supermercadista de Mato Grosso.
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Com produtos acessíveis e uma base fiel de clientes, a rede se expandiu rapidamente, alcançando um status de destaque regional.
No entanto, a expansão desordenada trouxe despesas crescentes e problemas na gestão do fluxo de caixa, plantando as sementes de sua crise.
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Ainda em julho de 2014, o Grupo Modelo decretou falência, acumulando dívidas de R$ 184 milhões.
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Gestores, ao não conseguirem equilibrar custos operacionais com receitas, causaram uma série de problemas que levaram a esse desfecho dramático.
A competição acirrada e a falta de planejamento financeiro contribuíram para o fechamento de suas lojas, impactando profundamente a economia regional.
Situação dos funcionários:
Ainda em 2014, com o fechamento parcial de algumas lojas, os funcionários do Modelo passaram a viver as incertezas sobre o futuro da empresa:
- Só no Ministério do Trabalho, havia mais de mil processos;
- Um mutirão para resolução dos casos foi feito;
- Na época, exigia-se o pagamento do FGTS e das guias do seguro-desemprego.
Na mesma ocasião, o sindicato da categoria ajuizou cerca de 120 ações individuais, enquanto concluia outros 800 processos de ex-funcionários: “Neste desfecho, o crédito trabalhista é prioritário”.
Conforme o advogado do Sindicato dos Empregados no Comércio de Cuiabá e Várzea Grande (Secc), Carlos Ricardi de Souza Pizzatto, diante da atual situação, a falência do Modelo “era uma um caminho sem volta”.
Pizzatto informou ao jornal A Gazeta que seria emitida uma certidão de crédito para que ele pudesse participar do processo de falência e que os valores recebidos seriam utilizados para quitar as dívidas trabalhistas.
Em julho de 2015, os pagamentos começaram a ser efetuados:
- Na primeira fase, cerca de 1.102 ex-funcionários receberam o montante de R$ 1.857.746,46, referente a salários atrasados de junho, julho e agosto de 2014.
- Ficou estipulado que cada ex funcionário recebesse cerca de 5 salários mínimos (cerca de R$ 3.940 na época).
- Aqueles com valores a receber superiores a esse limite seriam pagos em etapas futuras.
A legislação determinou a prioridade de pagamento aos trabalhadores que permaneceram na empresa até o seu encerramento.
Por isso, os 1.102 ex-funcionários que trabalharam até julho de 2014 foram os primeiros a receber.
Novos desdobramentos
Mesmo com o fim das atividades do Grupo Modelo há mais de dez anos, as consequências financeiras persistem:
- Atualmente a rede possui uma dívida remanescente já em R$ 2 milhões.
- Em agosto de 2024, a fim de ajudar na quitação desse montante, a juíza Anglizey Solivan de Oliveira autorizou a penhora de bens, incluindo cinco caminhões Mercedes-Benz L1620 e um veículo de passeio.
Os bens agora estão sob a responsabilidade do Banco Master, que conduz o processo de liquidação para ressarcir parte dos credores.
Ao procurar as manifestações oficiais do Grupo Modelo sobre a referida situação, a mesma não foi encontrada. Porém, o espaço permanece aberto caso a mesma queira expor a sua versão dos fatos.
Impactos devastadores
O fechamento do Grupo Modelo gerou impactos profundos na região do Mato Grosso. Afinal de contas, a rede era uma importante fonte de empregos e movimentava o comércio regional.
Seu colapso deixou fornecedores em situação delicada e abriu espaço para que redes nacionais ocupassem o mercado local.
No entanto, o caso do Grupo Modelo serve de alerta para empresas que operam em setores de alta competitividade, como o varejo supermercadista.
A gestão financeira eficiente, o planejamento estratégico e a diversificação de riscos são elementos essenciais para evitar colapsos.
Considerações Finais
O Grupo Modelo, uma vez gigante do varejo mato-grossense, sucumbiu à má gestão financeira, acumulando dívidas milionárias e encerrando suas atividades em 2014.
Mesmo dez anos após a falência, a Justiça ainda determina a penhora de bens da varejista que já foi a maior do Mato Grosso.
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