Rede de supermercados, concorrente direto do Carrefour, toma medidas para escapar de uma falência eminente após dívida milionária
E uma famosa e gigantesca rede de supermercados, voltada para o público de alta renda e que rivaliza diretamente com o Carrefour pela presença em shoppings brasileiros, está em uma batalha judicial para evitar a falência neste ano de 2025.
Trata-se da St Marche, a qual acumula dívidas de R$ 639 milhões, e que no dia 20 de fevereiro apelou com um pedido de tutela judicial na 1.ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, processo que antecede a recuperação judicial oficial.
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A medida busca renegociar suas obrigações financeiras e garantir a continuidade das operações.
Sendo assim, a partir de informações obtidas pelo jornal O Estado de S.Paulo, a equipe especializada em economia do TV Foco traz todo o parâmetro da situação da gigante e o que a levou a chegar nesse cenário.

Uma onda devastadora
A St Marche, assim como outras redes de supermercados, enfrenta uma crise agravada pelo cenário econômico desfavorável. Essa “onda devastadora” foi desencadeada após o período crítico da pandemia.
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- O endividamento do setor foi impulsionado pelo crédito tomado em 2020, quando a taxa Selic estava em 2%.
- Com os juros atuais em 13,25%, a situação se tornou insustentável para muitas empresas.
- Além disso, a inflação elevada e a redução do poder de compra dos consumidores têm pressionado ainda mais as margens já estreitas do varejo alimentar, que variam entre 2% e 6%.
Entenda a cronologia dos fatos até aqui:
- Expansão durante a pandemia: Entre meados de 2021 e agosto de 2023, a St Marche investiu cerca de R$ 120 milhões para ampliar sua presença no mercado, aumentando o número de lojas de 21 para 33 unidades.
Com isso, a rede esperava capitalizar o crescimento do varejo, mesmo durante a pandemia, mas a estratégia dependia de recursos que não se materializaram.
- Abertura de capital: Em 2021, a St Marche iniciou um IPO, mas a alta dos juros interrompeu o plano, agravando sua crise financeira.
Sem conseguir levantar fundos, a St Marche recorreu a empréstimos bancários e à emissão de dívidas, o que aumentou seu passivo.
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- Crise financeira e descumprimento de covenants: A St Marche se viu em dificuldades para cumprir os covenants com o BTG, levando à ameaça de vencimento antecipado de dívidas de R$ 275 milhões.
Isso levou à ameaça de vencimento antecipado de debêntures no valor de R$ 275 milhões, garantidas pelas ações da holding do grupo.
- Pedido de tutela judicial: Em fevereiro de 2024, a St Marche entrou com o pedido de tutela judicial para suspender as execuções de dívidas por 60 dias. O juiz Jomar Juarez Amorim aceitou o pedido, mas deixou claro que o prazo não será prorrogado.
A empresa alega que, sem a proteção judicial, não conseguiria operar, pois toda sua receita seria destinada ao pagamento de dívidas.
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- Mediação com credores: Antes de recorrer à Justiça, a rede tentou uma mediação na Câmara Especial de Resolução de Conflitos Empresariais para renegociar as dívidas com os credores financeiros.
No entanto, as negociações não foram suficientes para resolver a crise.
Manifestações da empresa:
Em nota, a St Marche afirmou que está “avaliando alternativas para melhorar sua saúde financeira e seguir crescendo de forma sustentável”.
A rede destacou que segue operando normalmente, mas admitiu que seu caixa ficou negativo em R$10 milhões em janeiro de 2024, com um faturamento de R$94 milhões e dívidas no valor de R$ 103 milhões naquele mesmo período.
Impacto do cenário macroeconômico:
A St Marche atribui parte de sua crise à “severa situação macroeconômica do Brasil e aos sucessivos aumentos da taxa de juros”.
A empresa também ressaltou que as novas lojas, que ainda não atingiram a maturidade, só devem contribuir positivamente para os resultados a partir de 2027.
Rodrigo Gallegos, sócio da consultoria RGF, observa que o setor de varejo alimentar enfrenta uma redução no consumo devido à inflação:
“As empresas estavam prevendo um consumo maior, mas os clientes acabaram consumindo menos, o que afetou os resultados esperados.”
Eduardo Yamashita, da Gouvêa Ecosystem, destacou que o varejo global se transforma, com consumidores migrando para atacarejos e lojas de proximidade em busca de preços menores.
Enquanto aguarda a decisão judicial, a St Marche tenta reestruturar suas dívidas e garantir sua sobrevivência no competitivo mercado varejista brasileiro.
Qual é a história da rede St Marche?
Fundada ainda em 1996, a St Marche se consolidou como uma rede de supermercados premium, voltada para o público de alta renda.
A St Marche, com produtos gourmet, orgânicos e importados, expandiu-se para shoppings em capitais brasileiras, competindo diretamente com o Carrefour e outras grandes redes.
O que fez dela referência em qualidade e sofisticação quando se trata de variedade.
Conclusões:
Em suma, A St Marche, rede premium rival do Carrefour, luta contra a falência.
- Com dívidas de R$ 639 milhões, agravadas por juros altos e queda no consumo.
- A empresa entrou com pedido de tutela judicial para renegociar dívidas e suspender execuções por 60 dias, enquanto tenta reestruturar suas operações.
- Por fim, a crise foi impulsionada por investimentos em expansão durante a pandemia, que não geraram o retorno esperado devido ao cenário econômico desfavorável.
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