Renato Gaúcho abre o jogo e fala sobre futuro do Grêmio no futebol brasileiro envolvendo a SAF e cenário dividido com o presidente do Clube, Guerra: “É o futuro”
O Grêmio, um dos times de futebol mais tradicionais do Brasil, vem passando por inúmeras dificuldades, principalmente financeiras, com discussões acerca do seu modelo de negócios sendo levantadas.
Mesmo que a possibilidade do time se transformar em uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol) ainda ser distante, o cenário atual têm acendido discussões internas sobre a possibilidade.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Trazendo novos desdobramentos sobre a situação, o portal ge.globo trouxe pronunciamentos definidos do técnico Renato Portaluppi, que destacou sua visão sobre o futuro dos clubes brasileiros e do próprio Grêmio.
Renato abriu o jogo sobre como a SAF pode ser uma solução para garantir a competitividade entre os clubes brasileiros. Segundo o treinador, a tendência é que todos os clubes adotem esse modelo em algum momento.
“É o futuro de todos os clubes. Vai por mim, lá na frente todos os clubes vão entrar na SAF. Eu converso, um tempinho atrás falei com o Guerra, nosso presidente. Já imaginou a SAF do Grêmio? O clube nunca quer, isso mais ou menos que ele me passou. Os caras querem botar dinheiro, regularizado, ele falou assim: ‘É o futuro, porque o futebol brasileiro está bem quebrado’. Muita gente usa o clube para se aproveitar. Com SAF não tem isso. E aí vai ter como fazer grupo forte”, declarou Renato.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
A solução para uma competitividade justa
Renato argumenta que a entrada de investidores externos através da SAF pode criar um cenário onde mais clubes tenham condições de formar equipes fortes e competitivas.
Sem esses recursos, ele alerta que apenas os clubes com maior poder financeiro, como Palmeiras e Flamengo, continuarão dominando os principais campeonatos.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
“Nada contra (a SAF). O torcedor do Bahia não está empolgado com as contratações? É assim. Tem clubes que não precisam de SAF. O Palmeiras tem a presidente lá, que, né… O Flamengo é outro que tem muito dinheiro. E os outros? Quanto mais dinheiro tiver para o clube, sou a favor, para montar grupos fortes. Senão, amigo, escolhe os três que basicamente sempre vão ser os campeões”, explicou Renato.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Por outro lado, o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, tem se mostrado um defensor do modelo associativo tradicional e, em diversas ocasiões, afirmou que o clube não está planejando se tornar uma SAF no momento.
Mesmo assim, o Grêmio deu o primeiro passo para estudar o modelo ao criar uma comissão no Conselho Deliberativo para analisar o funcionamento dos clubes-empresas, mais de dois anos após a aprovação da Lei das SAFs.
Renato, no entanto, vê a SAF como uma forma de equilibrar as forças no futebol brasileiro e aumentar a competitividade entre os clubes. “Tudo regularizado, não tem problema nenhum (injeção de dinheiro externo). O clube com dinheiro tem condições de contratar grandes jogadores. Senão, tem dois ou três clubes no Brasil com dinheiro e é difícil alcançar. Eles montam grupos que vão chegar, sempre eles. Quanto mais clubes fortes tiver, a briga fica dividida”, concluiu o técnico.
O que é a SAF?
A SAF, ou Sociedade Anônima do Futebol, é um modelo de gestão empresarial criado no Brasil pela Lei nº 14.193, sancionada em 2021, que permite aos clubes de futebol se transformarem em empresas.
Nesse modelo, o clube passa a operar como uma sociedade anônima, o que significa que seu patrimônio e suas dívidas são separados do patrimônio da nova empresa criada.
Na prática, isso permite que a SAF assuma as dívidas do clube, mas gerencie os ativos e responsabilidades de forma distinta.
Uma das grandes vantagens da SAF é a possibilidade de captar recursos no mercado financeiro, como emitir ações e atrair investidores, o que facilita o acesso a capital necessário para melhorar a estrutura do clube, contratar jogadores e manter a competitividade.
Além disso, a SAF é regida por normas de governança corporativa, o que exige maior transparência e responsabilidade na gestão do clube, profissionalizando sua administração, sendo atrativo para clubes que enfrentam dificuldades financeiras.
No entanto, transformar um clube em SAF também pode apresentar desafios, especialmente em relação à divisão de poderes e questões legais sobre o patrimônio do clube original.