Repórter demitida pela Globo abre o coração e relata casos de preconceito que aconteceram com ela
22/11/2018 às 11h23
Trocada por Mari Palma na parte esportiva da Globo, a jornalista Camila Silva foi demitida da Globo. Ela mesma quem revelou a informação em sua rede social. Em entrevista para o portal UOL, Camila abriu o jogo e falou sobre a sua saída da emissora paulista.
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“Fui dispensada na quarta-feira, dia 7, com a explicação de que me esforcei mas que o esporte não está na minha veia e que toda vez que falo disso parece que tenho um ‘gap’. Essas foram as palavras. Cada um enxerga as coisas de um jeito. Pode parecer arrogância, mas prefiro os comentários de quem gosta do meu trabalho e que sempre diz que assistia ao programa por causa das minhas reportagens”, contou.
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Recentemente, Camila foi “temporariamente transferida” para a equipe da madrugada e fazia entradas no matinal Bom Dia São Paulo, sempre falando de esportes. Antes disso, a jornalista fazia matérias para o Globo Esporte SP, desde o fim de 2016, e cobria o dia a dia dos grandes clubes da capital. E quando foi afastada do programa, deixou profissionais do departamento desapontados. Ela era querida no departamento e agradava com suas reportagens informais.
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“Nesse horário eu nem tinha como continuar. Tenho um problema crônico no pulmão que piorou nesse inverno dos últimos seis meses. Já estava pensando dar mais valor a minha saúde”, explicou a repórter. Na entrevista, Camila ainda relatou pelo menos três casos de preconceito que sofreu.
“Quando fui trabalhar na madrugada, um cinegrafista muito amigo meu perguntou: ‘Vão te colocar na madrugada? Essa gente está maluca? De noite, como vão fazer para trabalhar a luz com você?’. A preocupação dele era que eu era negra e que eu não ia aparecer. Obviamente deu tudo certo, mas quando ele falou pensei: ‘O que as pessoas acham que eu sou? Eu sou só negra’, mas estamos interiorizados com a história de as pessoas que trabalham no vídeo serem brancas.”
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“No Rio, um cinegrafista falou para mim: ‘Você é muito bonita, eu já te vi no vídeo, você trabalha muito bem, tem feito coisas muito boas. Você só deveria fazer uma chapinha nesse cabelo, né?’. A gente fica até sem palavras. As pessoas são ruins? Não acho isso. Mas elas têm isso interiorizado e nem se dão conta.”
“Eu era a única mulher durante uma coletiva de imprensa do Corinthians. Dois homens começaram a brigar e um falou: ‘O que foi? Está naqueles dias? Está de ‘chico’ [apelido para menstruação]? Está assim, parecendo mulherzinha?’. Eu falei: ‘Vocês estão com algum problema psicológico? Porque esse comentário não faz o menor sentido’. As pessoas nem fazem ideia do quão preconceituosas elas podem ser com mulheres.”
E contou sobre o seu plano de escrever um livro. “Vou fazer mil coisas, espero que eu faça todas que estou prometendo fazer. Que nenhum trabalho me tire o foco das coisas que eu gosto de verdade, que eu me sinto bem fazendo, e das coisas que me aceitam”. Por fim, deixou claro: “Por enquanto, vou curtir uma preguiça porque estou gostando disso”, contou ela na rede social para seus seguidores, aos risos.
Autor(a):
Rogério Frandoloso
Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.