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2016 foi um ano bastante movimentado na TV. Vamos conferir abaixo uma seleção das estreias mais aguardadas do ano:
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– Supermax
A série de terror prometia prender o telespectador por ser algo inédito na TV aberta brasileira, além de ter efeitos especiais e um bom elenco, apesar de alguns nomes desconhecidos. Já na estreia, morna e com a desnecessária presença de Pedro Bial no papel dele mesmo, um banho de água fria. Tudo bem, era só a introdução e a apresentação dos participantes. Mas, no decorrer dos capítulos, efeitos bizarros e história lenta e com muita “conversa” e pouca ação/terror, acabaram por desanimar o público. A audiência, que rendeu 15 pontos na estreia, desabou e registrou apenas 9 em dois episódios, os últimos. Outro fator que talvez tenha afastado boa parte do público da Globo nesse horário é que Supermax foi exibida antes pelo Globo Play, com exceção do último episódio.
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– MasterChef Profissionais
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O programa da Band estreou mais uma de suas temporadas, mas, dessa vez, uma com formato inédito e que continha apenas cozinheiros que já tinham passado por uma cozinha profissional. Parecia ser só mais uma temporada do MasterChef, mas o ego dos participantes, justamente por já serem profissionais, acirrou bastante a disputa. Os afetos e desafetos também deram um “tempero” a mais na atração. Ana Paula Padrão continuou sendo desnecessária na atração, mas, sabe-se que, para a Band, ela é fundamental para manter a “credibilidade” do programa e atrair patrocinadores. Na reta final, o “mimimi” do suposto machismo contra a campeã, Dayse Paparoto, parecia ser o assunto principal do programa nas redes sociais e Ana Paula Padrão deixou isso bem claro no especial “A Reunião”, que precedeu a grande final, na semana seguinte. Mas o reality, em si, valeu muito a pena e pegou fogo. Quase toda semana conseguia liderar a audiência, nem que por poucos minutos. Que venha a próxima temporada de profissionais em 2017!
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– A Lei do Amor
Realmente, essa era uma grande estreia da Globo. A novela que prometia salvar o horário das nove da emissora carioca se mostrou lenta, pouco atraente e confusa. Cheia de personagens praticamente sem utilidade, a novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari começou a ser ceifada e mandar personagens “pro espaço”. Silvio de Abreu, chefão de dramaturgia diária do canal entrou para o time de autores para tentar criar histórias mais cativantes e que prendessem mais o telespectador. Ricardo Linhares, autor experiente da Globo, também entrou para esse time. Os meses se passaram, a novela já ultrapassou o capítulo 70 e se aproxima de sua reta final, que deve ser no fim de fevereiro ou início de março. E a audiência ainda está muito parecida com a das fracassadas “A Regra do Jogo” e “Babilônia”. Sorte para os autores e que eles consigam entregar um bom final para quem assiste a trama! Ainda dá tempo.
– Eta Mundo Bom
Apesar da aparência, não se tratava de um remake de “Alma Gêmea” misturada com “Chocolate com Pimenta”. Ambas as novelas e “Eta Mundo Bom” foram do autor Walcyr Carrasco, que coleciona sucessos no seu currículo na Globo. Até no SBT e na extinta TV Manchete, Walcyr deixou boas obras, como Fascinação, no canal de Silvio Santos e Rosa dos Rumos, Joana, Filhos do Sol e O Guarani, na falida emissora, além da clássica Xica da Silva. Eta Mundo Bom, apesar de uma protagonista de dar sono, teve inúmeras qualidades. O Dancing e suas dançarinas, a casa de dona Cunegundes (Boca de Fogo, para os íntimos), o Professor Pancrácio e outras tramas, conseguiam de alguma forma seduzir o telespectador, que gostava de acompanhar a novela, que, em certos pontos, era bem previsível, quando uma cena de puro pastelão se desenhava e acabava em briga de comida. A vilã Sandra movimentou bastante a novela, assim como o seu comparsa ineficiente, Ernesto. Candinho e seu amigo Pirulito eram um show a parte e se completavam nas travessuras. O protagonista, como bem disse Walcyr Carrasco, só poderia ser vivido pelo ator Sérgio Guizé. Eta Mundo Bom já é, com certeza, candidata a ser reprisada no “Vale a Pena Ver De Novo” daqui a alguns anos. Mas que encurtem a perseguição da Mafalda pelo “cegonho” do Romeu, por favor.
– Programa do Porchat
Grande estreia do segundo semestre da Record, o “Programa do Porchat” estreou com tudo, bombando e na liderança isolada de audiência. As semanas se passaram e o talk show se estabilizou em terceiro lugar, sempre perdendo pro MasterChef, da Band, às terças, e ficando em quarto. Independente da audiência, a atração tem se mostrado uma ótima opção de entretenimento nos fins de noite da Record, com a vantagem de não ser levado ao ar tão tarde como o “The Noite” ou o extinto “Programa do Jô”. Brincadeiras, piadas e algumas tiradas da banda ou do assistente e comediante Paulo Vieira dão um toque especial em cada edição do programa. Os convidados, muitas vezes, deixam a desejar, mas isso é comum no estilo talk show, cabendo ao apresentador deixar a atração interessante para o público. Bem posicionado em seus monólogos e com um pensamento político bem claro, talvez isso seja um ponto que afaste boa parte do público que Porchat perdeu desde a sua estreia na emissora dos bispos. Mas até Gentili, do SBT, também segue essa linha de se posicionar sobre a política, os políticos e as mudanças da sociedade, então parece que esse será um padrão irreversível nos programas do gênero do Brasil. Sobre audiência, vale dizer que dados recentes apontam que a atração de Fábio Porchat rendeu a faixa de exibição da Record um aumento de 14% desde sua estreia.
– Adnight
A Globo é teimosa e insiste em emplacar o Adnet em algo que não seja o “Tá No Ar: A TV Na TV”. Tudo bem. Mas com uma atração fraca do nível do “Adnight” é bem difícil. O marido de Dani Calabresa já teve uma experiência malsucedida na Globo, a série “O Dentista Mascarado”, e essa primeira temporada de seu programa solo foi tão desagradável quanto. Clichê, extremamente previsível e com situações de fazer o telespectador se perguntar: “Mas porque isso?”, “Pra que uma bobagem dessas?” ou então “Sério que vão fazer isso?”, o programa, apesar de ter tido uma audiência razoável, realmente recebeu muito mais críticas negativas do que positivas. Já que o “Adnight” vai ter mesmo uma segunda temporada, que tal aproveitar esses meses de folga no ar pra bolar um programa que realmente faça as pessoas esperarem o inesperado e que surpreenda o telespectador? Aliás, nem precisa fazer surpresa pra quem o assiste, basta fazê-lo de tal modo que o mesmo seja “assistível” e gostoso para quem acompanha. Antes um clichê bom e bem feito do que algo inovador e de dar vergonha alheia.
– Justiça
A minissérie de Manuela Dias, que prometia contar, de forma inovadora e não-linear, as histórias de busca por justiça (ou vingança) de alguns personagens, era, sem dúvida, a princípio, arriscada por si só por causa da sua narrativa. Mas o público entendeu isso e teve paciência para acompanhar as quatro histórias, que, em alguns momentos se entrelaçavam, sobre os protagonistas da trama. Bom elenco, boa direção, bom texto e muito drama marcaram essa minissérie, que, boa parte do público clama para que tenha uma segunda temporada.
– Nada Será Como Antes
Uma minissérie que prometia abordar o início da TV no Brasil. Regada a muitas intrigas, amores, desamores, encontros e desencontros. Era uma das grandes atrações para o segundo semestre da Globo. Mas parecia mais uma novela vintage meio hollywoodiana, meio mexicana. A história foi contada e agradou muita gente e decepcionou a tantos outros. Não foi nenhum fenômeno nem sucesso de audiência, mas provou mais uma vez a qualidade da Globo nos quesitos direção, elenco, produção e cenografia. Mais uma vez, o melodrama roubou a cena e protagonizou a história.
– Olimpíada
Mais conhecida como “Rio 2016”, a Olimpíada desse ano, ainda mais por ter sido sediada no Brasil, trouxe uma emoção extra para os telespectadores. Com três emissoras abertas fazendo a cobertura, Band e Record foram deixadas para trás pela qualidade e investimento feitos pela Globo. Não apenas pelo estúdio de vidro na Vila Olímpica, mas por toda a transmissão que a Globo fez, incluindo os resumos em seus telejornais e flashes ao vivo, além do “time” de comentaristas e narradores/locutores escalados e contratados da emissora, que era, sem dúvida, o mais preparado e de maior credibilidade do Brasil. Foi, com certeza, um grande evento e deixou muita gente com saudade quando acabou. Que venha Tóquio 2020!
– Liberdade, Liberdade
A novela de Mário Teixeira com argumentos da autora afastada, Márcia Prates, tinha a difícil missão de substituir e manter a boa audiência/repercussão de “Verdades Secretas” na faixa das 23 horas da Globo. Sendo de época, isso parecia ser uma missão impossível. E foi, em partes. Bem aceita pelo público e avaliada positivamente pela crítica, a novela acabou sendo um sucesso e mostrou, mais uma vez em 2016, a soberania da Globo no que ela sabe fazer de melhor: a dramaturgia. Quem esperava que “Liberdade, Liberdade” fosse uma novela guiada pela ação e adrenalina, talvez tenha se decepcionado com os “rolos” amorosos dos protagonistas da trama, Joaquina e Xavier e os antagonistas, Rubião e Branca Letícia. Bons figurinos, boas tramas e até o tema de abertura/encerramento davam um ar melancólico e bucólico que casavam perfeitamente com a novela. A audiência foi boa, mas a repercussão, durante quase toda a trama, foi muito baixa; nem de longe se comparou à do fenômeno “Verdades Secretas”.
– Carinha de Anjo
A novelinha do SBT, sucessora da interminável “Cúmplices de Um Resgate”, era uma estreia bastante aguardada por quem queria conferir se realmente valia a pena assistir a esse clássico mundial das novelas infantis. Quem assiste e compara a versão brasileira e a mexicana, garante que há poucas mudanças no texto original, até por se tratar de um remake. Uma novidade na novela são alguns personagens, como a vlogueira Juju, vivida por Maisa Silva e Zeca, interpretado por Jean Paulo Campos. A audiência está estável na casa dos 9 – 10 pontos e a expectativa é de que os números cresçam com o término das férias escolares. “Carinha” é a primeira novela infantil do SBT a não ser adaptada por Iris Abravanel, mulher de Silvio Santos. Quem desenvolve a atual trama é Leonor Corrêa e a direção geral é de Ricardo Mantoanelli.
– A Terra Prometida
A primeira novela bíblica da Record que não seja continuação de “Os Dez Mandamentos”, ainda que conte com boa parte dos personagens da mesma, era um desafio para a emissora, que iria se desvincular de vez da marca de sucesso que ela prolongou a existência ao máximo: “Os Dez Mandamentos”. E deu certo. A trama, escrita por Renato Modesto (já demitido da Record), tem personagens interessantes e está em boa fase. O texto vem sendo elogiado pelos diretores da emissora (leia-se alguns bispos) há bastante tempo. O canal, aliás, pretende contar com a autoria de Modesto em futuras produções, apesar de não ter pedido nenhuma nova sinopse de novela ou série até o momento. A audiência, desde a estreia, tem oscilado entre 12 e 15 pontos, o mesmo que a “Nova Temporada” da história de Moisés.
*Este texto não representa, necessariamente, a opinião do TV Foco.