Rival da Magalu se encontra em um verdadeiro cenário de terror no país e enfrenta uma série de situações conturbadas
Se você costuma assistir televisão com frequência, já deve ter se deparado com os comerciais de vendas dessa importante varejista do mundo dos eletrodomésticos e utilitários para o lar.
Inclusive os seus produtos são tão cobiçados e famosos que eles já viraram temas de alguns virais na internet.
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Estamos falando da icônica Polishop, que foi fundada nos fim da década de 90, por João Appolinário, em formato de revista eletrônica pelos meios televisivos, e teve suas primeiras lojas físicas fundadas no ano de 2003, nos principais shoppings de São Paulo.
Porém, infelizmente, as lojas físicas da marca, que inclusive são vistas como uma das rivais da Magalu, está enfrentando severas dificuldades financeiras, o que está a obrigando a reduzir suas estruturas e vivenciar um verdadeiro cenário de terror.
Ruindo …
De acordo com o Valor Econômico, a situação está tão conturbada, que os sócios precisaram injetar recursos para equilibrar a estrutura de capital no ano de 2022 e, de um ano e meio para cá, dezenas de lojas deficitárias já tiveram suas portas fechadas.
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Fora isso uma série de demissões e cortes de custos foram feitos afim de conseguirem se reorganizar e alcançar uma realidade mais sustentável.
Só para se ter uma vaga ideia, no fim do ano de 2021 a marca contava com 250 unidades abertas, um ano depois, mais precisamente em dezembro de 2022, a rede somava apenas 180 e agora, em 2023, ela tem apenas 120 lojas.
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Vale mencionar que neste ano de 2023, os shoppings de empresas como Multiplan, Iguatemi, Ancar, Saphyr e Aliansce Sonae BR Malls entraram com ações de despejo e execuções de títulos judiciais contra a rede por conta de atrasos no pagamento de aluguéis.
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Ainda de acordo com o portal Valor, que executou um levantamento baseados em dados do Tribunal de Justiça de São Paulo, ficou constatado que, entre o quarto trimestre de 2022 e julho deste ano, há 30 processos em andamento de shoppings contra a Polishop/ Polimport (nome da empresa).
E metade desses credores estão solicitando a desocupação de imóvel, ou seja metade das lojas teriam que ser fechadas, e a outra metade executando a dívida. Em 25 dessas ações não há ainda acordo com o empreendimento ou decisão.
A Polishop acabou se afundando em dívidas que chegam no valor de R$ 9,39 milhões em alugueis atrasados nesses casos, e há cinco acordos entre as 30 ações.
Cenário adverso
Em entrevista concedida ao portal Valor, o fundador João Appolinário, afirma que a empresa está passando por uma reorganização, impactada por certos fatores pós pandemia, que ainda afetam o negócio.
Fora isso, foi reforçado que a marca tem um projeto de retomada nas vendas a partir da abertura de franquias que será lançado neste segundo semestre.
Ele ainda criticou a posição de shoppings nas negociações de contratos e afirmou que as linhas de bancos “sumiram” após o ano de 2022, sendo que as que existem têm “taxas absurdas”, alcançando mais de 25% ao ano (CDI + taxa).
Essa situação adversa acabou levando o fundador a pôr dinheiro do bolso no negócio. Com posição mais estratégica na rede até 2020, ele ainda decidiu voltar ao dia a dia da operação do grupo.
O Portal Valor ainda teve acesso a pessoas que estão por dentro da situação, que afirmam que a venda bruta, na faixa de R$ 1,5 bilhão em 2018, o que representa uma média mensal de R$ 125 milhões, caiu em números expressivos de R$ 60 milhões ao mês neste ano.
O que mais atrapalhou a Polishop?
Ainda foram apontados o recuo na demanda, após o ano de 2021, em áreas de produtos de utilitários para o lar.
Uma vez que os produtos vindos da china ganharam força no e commerce, acabaram atraindo mais os consumidores com seus preços extremamente baixos e difíceis de competir.
Sendo assim, lojas como a Polishop acabaram sofrendo com a queda bruscas nas vendas. Isso sem falar na alta dos juros com efeito nas despesas e o fim do apoio do governo às famílias no ano de 2022, logo após a covid-19.
Fora isso, com o fim do Auxilio Emergencial, que alavancava o poder de compra, e com os Shoppings parando de negociar os descontos nos alugueis e em outros custos, mais um cenário adverso se fez.
Isso sem falar no IGP-M, que reajusta os contratos, deixando os preços nas alturas. Vale dizer que o IGP-M fechou em 5,45% em 2022 e 17,78% em 2021.
Questionado sobre o fato de que esses impactos da covid já foram parcialmente absorvidos pelo mercado, Appolinário citou outros pontos negativos:
“O fato é que shopping virou um lugar de lazer. Tem lá restaurantes, teatros, eventos. As pessoas entram nos shoppings olhando para o celular, mesmo que você faça uma vitrine linda, não olham” – Alegou ele