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Dívida de 14,5 milhões: Falência de loja tradicional e nº1 entre as 45+ assola o Rio de Janeiro, RJ
28/03/2025 às 6h50

Fim da tradição: Falência de loja queridinha das 45+ impacta o comércio carioca com dívida de 14,5 milhões e abala Rio de Janeiro, RJ
Uma das joalherias mais tradicionais do Rio de Janeiro, amada principalmente pelas mulheres 45+, após uma trajetória de sucesso marcada pela sofisticação, teve um triste fim devido a dívidas e, posteriormente, teve sua falência decretada.
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Trata-se da Natan Joias, fundada ainda em 1956 e que se tornou um ícone de luxo e glamour, com lojas nos quatro cantos do Brasil e uma clientela fiel, especialmente na capital carioca.
No entanto, o que parecia ser um império sólido desmoronou no decorrer dos anos por conta das sérias dificuldades financeiras e judiciais.
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A falência, decretada em 2013, marcou o fim de um ciclo de mais de 50 anos de história, deixando uma marca no mercado de joias e um legado de altos e baixos.
Sendo assim, a partir de informações do portal O Globo e Folha de S.Paulo, a equipe especializada em fiscalização e serviços do TV Foco traz abaixo todos os pontos e fatos que envolvem a falência e o destino da marca após esse desfecho.
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O início e ascensão da Natan
A Natan Joias foi fundada em 1956 por Natan Kimelblat, um imigrante ucraniano que chegou ao Brasil em 1946.
Com poucas condições financeiras, começou sua trajetória vendendo bolsas de couro nas ruas do Rio de Janeiro.
O talento para os negócios logo o levou a entrar no mercado de joias, onde suas peças, exclusivas e de alta qualidade, começaram a conquistar o público carioca.
A empresa logo se destacou, consolidando-se como uma das marcas mais prestigiadas do Brasil.
Durante décadas, a Natan manteve lojas em diversas cidades em estados brasileiros, incluindo os principais do sudeste brasileiro:
- Rio de Janeiro;
- São Paulo;
- Minas Gerais
A marca se tornou sinônimo de luxo e elegância, especialmente para as mulheres entre 40 e 60 anos, que viam nas peças de Natan uma verdadeira expressão de sofisticação.

A crise:
No ano de 2006, a Natan Joias começou a enfrentar dificuldades financeiras. No entanto, foi a crise econômica de 2008 que a afetou mais.
Principalmente porque, na época, o mercado de luxo sofria uma forte recessão. Além disso, a alta nos preços do ouro, que subiu até 32,25% em 2010, afetou diretamente o custo de produção das joias.
No entanto, a crise externa não foi a única razão para o declínio da marca. Problemas internos, como a administração familiar da empresa, começaram a pesar.
De acordo com ex-funcionários, a gestão da Natan falhou em se adaptar às novas realidades do mercado e não soube se preparar para enfrentar as crises sucessivas.
José Outão, ex-gerente da Natan, o qual permaneceu no cargo por 43 anos, afirmou:
“Os filhos foram se amontoando, além de todos os agregados, genros, netos… Todo mundo mamou nas tetas dessa vaca enquanto tinha leite, e ninguém se preparou para as crises que vieram.”
Posteriormente, Outão, que processou a empresa após sua demissão, criticou severamente a gestão, afirmando que sete gestores passaram pela empresa durante a crise, sem sucesso.
Da recuperação à falência:
Em 2012, a Natan Joias tentou se reerguer entrando com um pedido de recuperação judicial. A empresa buscava uma reorganização financeira e a possibilidade de reverter a situação.
O advogado da empresa, André Alves de Almeida Chame, explicou:
“Estamos conversando com possíveis investidores para que a marca não precise acabar.”
O que indicava que Natan ainda tentava encontrar uma solução. Contudo, a recuperação judicial não foi suficiente para salvar a joalheria.
Em abril de 2013, o juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, decretou a falência da Natan Joias, após a empresa não conseguir cumprir suas obrigações financeiras e não apresentar um plano viável de recuperação.
Veja mais no vídeo abaixo:
A decisão judicial citou a falta de transparência nas finanças da empresa e a inadimplência com fornecedores e funcionários.
O fim da marca foi um reflexo das dificuldades administrativas internas e da crise econômica que atingiu duramente o mercado de luxo.

Morte do fundador:
Meses após a falência, em 10 de junho de 2013, aos 89 anos, Natan Kimelblat ou Seu Natan – como muitos clientes o chamavam – foi encontrado morto em sua residência no bairro de Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro, por volta das 20h do último domingo.
O empresário deixa a viúva Any Kimelblat e quatro filhos (Jane Rose Klarnet, Sérgio Kimelblat, Henrique Kimelblat e Miriam Kimelblat) além de 11 netos.

O que aconteceu com a marca Natan:
Após a falência, a Natan Joias foi adquirida pela Monte Carlo Joias em 2014, por um valor de R$ 911 mil.
Renato Balbi, CEO da Monte Carlo, afirmou que a aquisição visava recuperar a tradição da marca e reposicioná-la no mercado de luxo:
“A nossa intenção é reviver a marca Natan, mantendo o seu DNA voltado para o público de alto padrão. A Monte Carlo tem a capacidade e a experiência para recuperar marcas históricas do mercado de luxo” – Comentou Balbi.
Vale destacar que somente a marca segue viva pela Monte Carlo, conforme podem ver na imagem:

Conclusão:
A história da Natan Joias é um exemplo de como o luxo e a sofisticação podem ser, ao mesmo tempo, vulneráveis a crises externas e falhas internas.
A marca, que se tornou sinônimo de elegância para um público fiel, viu seu império desmoronar devido a uma combinação de dívidas, erros de gestão e dificuldades econômicas.
A falência decretada em 2013 representou o fim de um ciclo, mas a marca ainda vive sob a gestão da Monte Carlo Joias, que tenta resgatar sua tradição.
A Natan Joias, com seu legado, permanece um lembrete de como o mercado de luxo exige não apenas talento e sofisticação, mas também uma administração eficiente e uma adaptação constante às mudanças.
Mas, para saber mais sobre essas histórias de falências, retomadas e muito mais, clique aqui*.
Autor(a):
Lennita Lee
Meu nome é Lennita Lee, tenho 34 anos, nasci e cresci em São Paulo. Viajei Brasil afora e voltei para essa cidade para recomeçar a minha vida.Sou formada em moda pela instituição "Anhembi Morumbi" e sempre gostei de escrever.Minha maior paixão sempre foi dramaturgia e os bastidores das principais emissoras brasileiras. Também sou viciada em grandes produções latino americanas e mundiais. A arte é o que me move ...Atualmente escrevo notícias sobre os últimos acontecimentos do cenário econômico, bem como novidades sobre os principais benefícios e programas sociais.