Segundo jornalista, “Jornal Nacional” de segunda foi negociado com Temer; saiba como

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(Foto: Reprodução)

O “Jornal Nacional” desta segunda (23) foi fruto de uma intensa negociação.

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O áudio da conversa entre Romero Jucá e Sérgio Machado fez com que “o pessoal da política” da Central Globo de Jornalismo trocassem inúmeras mensagens e realizassem uma reunião de emergência logo cedo, como informa o jornalista Renato Rovai. Veja como aconteceu.

Primeiro se esperou para ver qual seria a repercussão. E pela manhã tanto a GloboNews quanto o G1 trataram do assunto de forma suave e sem muito destaque, apesar da enorme repercussão nas redes sociais.

Na Globo, porém, a avaliação era de que não havia saída para o agora licenciado ministro do Planejamento Romero Jucá. E a mensagem foi enviada para Temer através do carioca Wellington Moreira Franco, do PMDB.

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Franco não precisou ser convencido, e disse que iria buscar convencer Jucá a se afastar ou renunciar ao cargo, mas que não seria uma tarefa tão simples. Durante o dia a Globo foi cobrindo o tema de uma maneira bem menos explosiva do que, por exemplo, o áudio vazado do ex-senador Delcídio. Ou do grampo ilegal da conversa entre Lula e Dilma.

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No finalzinho da tarde, quando a solução do afastamento de Jucá já havia sido negociada por Temer é que se decidiu por fazer um “Jornal Nacional” onde o caso teria algum destaque. A partir de então, os comentaristas da GloboNews foram liberados para comentar de forma mais intensa o assunto.

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O pessoal responsável pela ponte com a Globo avaliou que o tratamento da saída de Jucá não deveria ser o de um simples afastamento, mas o de uma demissão, para que Temer não saísse tão desgastado.

Renata Vasconcellos (Foto: Reprodução)

Dessa forma, não foi à toa que Renata Vasconcellos abriu a nota sobre o caso “fazendo bico” para falar que Jucá foi “exonerado”, e que o presidente em exercício tenha aparecido no meio da reportagem dizendo ao repórter da GloboNews “que tudo iria se resolver e que estava tudo tranquilo”.

Nesse sentido, a narrativa que ficou acertada com a platinada era a de preservar Temer e jogar Jucá aos leões.

O restante do bloco, não por acaso o último, foi dedicado a noticiar os principais trechos do áudio da conversa divulgada pela Folha, evitando repercutir muito o assunto e a crise que o áudio gerou.

Antes, no entanto, houve bastante tempo para falar muito da crise da Venezuela e do caso que pode levar o governador de Minas, Fernando Pimentel, a ser cassado, apesar de nenhuma nova informação relevante.

Mais cedo…

Jucá teve uma reunião com Moreira Franco e Eliseu Padilha, ministro-chefe da casa civil. Ele teria ficado muito irritado ao perceber que seria rifado e teria dito que se fosse jogado ao mar poderia fazer o mesmo que Sérgio Machado (delação premiada).

Segundo a publicação, depois de tudo acontecer e quando dava uma entrevista no congresso, um repórter da GloboNews, também de conhecimento dessa reunião, se aproximou dele e perguntou: “O senhor está pensando em fazer delação premiada?”.

Romero Jucá se esquiva de pergunta de repórter da Globo News (Foto: Reprodução)

Jucá ficou atordoado e saiu sem responder. A pergunta teria sido pedida por um dos editores ao jovem jornalista. Era um aviso para Jucá que sua ameaça já havia vazado, e de que a Globo não iria preservá-lo.

Jucá agora busca se livrar da prisão, e por isso vai ficar quieto. Mas se não escapar, toda essa operação com a mídia pode vir à tona com mais detalhes.

Formado em jornalismo, fui um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.

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