Entra semana, sai semana; entra mês, sai mês; entra ano, sai ano, e tudo continua a mesma coisa na televisão. Durante a semana, o sensacionalismo reina absoluto No Marcelo Rezende e no José Luiz Datena, a desgraça é explorada à exaustão. No primeiro, inclusive, tem espaço até para fazer humor; algo incoerente para um programa que explora a desgraça alheia. No segundo, se não bastasse à repetição exacerbada das matérias, o Datena fica falando várias vezes à mesma coisa.
Faço uma análise do cotidiano das pessoas e deixo uma indagação no ar. As pessoas levantam cedo e com sono danado para trabalhar; pegam conduções que, por causa do trânsito, demoram chegar tanto no trabalho quanto em casa; estão cansadas e quando chegam em suas residências têm trabalhos domésticos para fazerem, e quando ligam a televisão para verem algo que possam se divertir e desestressar, se deparam com notícias de gente estuprada, esfaqueada na cabeça, morta com um tiro no coração, atropelada e muitas outras desgraças mais. A indagação: tem como uma pessoa dormir sossegada e aliviada do stress do dia-a-dia vendo uma programação desta?
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No final de semana, desde “Caldeirão do Huck”, passando por “Domingo Legal”, “Eliana”, “Domingo Show” e “A Hora do Faro”, é gente chorando, pedindo coisas, querendo encontrar um familiar que não vê há muito tempo, e, como de praxe, muitas vezes, pessoas dizendo que não têm nem o que comer, mas têm uma penca de filhos. Incoerência, não?
Senhores diretores e produtores de televisão, façam uma programação digna principalmente para os seus telespectadores, afinal de contas, são eles os seus patrões, mesmo que de forma indireta. Eu, por exemplo, não sou contra assistencialismo, mas sou mais favorável ainda a prática daquela antiga frase: “O que a sua mão direita faz a esquerda não precisa saber”; pena que na televisão não é assim, já que quando a “mão esquerda” sabe, gera audiência fácil e, consequentemente, faturamento.
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Opinião enviada pelo leitor Márcio Andrade
Este texto é de inteira responsabilidade do escritor e não representa, necessariamente, a opinião do site TVFoco
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