Canais da TV aberta poderão vender 100% de sua programação para produções independentes
Aliados do presidente Jair Bolsonaro, Silvio Santos e Edir Macedo receberam boas notícias vindas de Brasília na última quarta-feira, 13. O líder do executivo sancionou o projeto de lei que permite às emissoras de rádio e televisão transferir, comercializar ou ceder o tempo total de programação para a veiculação de produção independente.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
De acordo com informações da Agência Senado e da Agência Brasil, a novidade foi publicada no Diário Oficial da União e já havia sido aprovada no Congresso, em junho.
Na prática, a partir de agora, os canais de TV aberta poderão vender todos os espaços de sua programação. A medida já era comum no país, com emissoras como Record, Band e RedeTV! alugando parte da grade para produções religiosas.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Antes, as emissora podiam ceder até 25% de sua programação. Agora, esse limite vale apenas para publicidade. Com isso, qualquer emissora só pode ocupar no máximo 25% do tempo com propagandas. A publicidade institucional, como campanhas de vacinação, fica de fora desse percentual.
NOVA LEI ABRE PRECEDENTE PARA VENDA DE EMISSORAS E BENEFICIA SILVIO SANTOS
Com a mudança na lei, abre-se um precedente para que o Presidente da República também faça outra alteração nos regulamentos da rádiofusão, desta vez sobre a venda de emissoras de TV, assunto que também interessa a Edir Macedo e a Silvio Santos.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Segundo uma matéria publicada pelo Notícias da TV em dezembro de 2021, Silvio Santos teria autorizado que alguns executivos procurassem compradores interessados em adquirir o SBT no futuro.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
No entanto, o processo de venda das TVs abertas não é tão simples assim e envolve na mudança da legislação brasileira, que atualmente, limita a 30% a propriedade estrangeira em grupos de mídia no Brasil.
Além do SBT, Globo, Band e RedeTV! seriam favoráveis à abertura para os investidores estrangeiros, mas a Record se opõe.
Segundo o jornalista Julio Wiziack, da Folha de São Paulo, a mudança na Constituição para permitir capital estrangeiro por pouco não aconteceu em 2021, mas o presidente Jair Bolsonaro cedeu à pressão do bispo Edir Macedo, dono da Record, e barrou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) do Ministério das Comunicações, que previa uma reforma na radiofusão e a abertura da mídia ao capital estrangeiro.
Apesar do veto, outro projeto similar tramita em Brasília, mas a aprovação ou não só deve acontecer após as eleições de 2022.