Sonia Abrão conta drama que enfrenta e fala sobre machismo na televisão brasileira
22/07/2019 às 8h52
A apresentadora de maior audiência da RedeTV, Sonia Abrão ganhou um apelido um tanto quanto inusitado. Conhecida como coveira, ela abriu o jogo sobre a profissão e carreira
Sonia Abrão da RedeTV, é uma jornalista de prestígio que ganhou sua fama apresentando programas de entretenimento, celebridades e fofoca. Para se ter uma noção do sucesso da jornalista e do amor do público, em 2020, a apresentadora completará 20 anos no comando de programas com uma das maiores audiências diárias da RedeTV! com o programa A Tarde é Sua. “Já chegamos a picos de quatro pontos”, ressalta. Agora, Sonia Abrão deu uma entrevista exclusiva para o jornalista Paulo Pacheco da UOL e falou sobre carreira, passado, futuro e muitos outros assuntos sobre a profissão.
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Polêmica em alguns momentos, Sonia Abrão manda para a “geladeira” do A Tarde é Sua na RedeTV diariamente quem caiu em seu conceito. Criada pela mãe, Cecília, para ser “independente”, Sonia cresceu no auge da revolução sexual e do feminismo, e preserva algumas dessas características: considera o casamento uma “prisão” e vê machismo em quem a acusa de explorar mortes por audiência: Datena não tem essa fama. Sobrou para mim, porque sou mulher.”
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Rata” de jornal, Sonia migrou para a TV como jurada de programas de três dos principais comunicadores do Brasil: Silvio Santos, Chacrinha e Flávio Cavalcanti. Como repórter do SBT, apanhou da Globo na histórica entrevista ao vivo com a mulher do ator Gerson Brenner, baleado durante um assalto.
Com tantas mortes em 2019, a internet resgatou o meme “Sonia Caixão”, para zoar a intensa cobertura de notícias policiais da apresentadora no passado. Ela não se importa com as brincadeiras, considera as críticas ao “excesso de sangue” em seu programa um tanto machistas, já que outros apresentadores policiais não são chamados de “coveiros” como ela.
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“Numa parte foi muito divertido, porque o pessoal é muito criativo, de verdade. Tem coisa que você olha e ri, porque não tem outro jeito. Mas não fiz nada diferente do que todos os outros fazem, do que o Datena faz, o pessoal faz no Balanço Geral, do que o Bacci faz. Ninguém fala absolutamente nada. Ninguém tem fama de que fala de morte. Sobrou para mim, por quê? Porque sou mulher, com toda certeza. Não tenho a menor dúvida em relação a isso”, compara Sonia Abrão.
A apresentadora Sonia Abrão revela ter sofrido e ficado depressiva por noticiar tragédias: “Se eu puder ter a opção de não fazer mais programa com pegada policial, eu não quero mais, porque é muito sofrido. Não é porque o pessoal vai falar, porque vão começar os memes de novo. É muito sofrido, de verdade. Todo mundo aqui saía arrastando corrente, porque lida com dor, sofrimento, morte o tempo todo. Foi dando uma depressão mesmo. Não quero voltar para essa área, mas não sou eu que escolho, tenho que trabalhar”, afirma.
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Além disso, Sonia Abrão ainda abre o coração e fala principalmente sobre a rejeição do publico com o jornalismo sobre celebridades. Conhecido como jornalismo de fofoca, o entretenimento é uma paixão da apresentadora que defende como fervor o que faz: “Não acho fofoca uma coisa pejorativa. Venho de uma época em que não te respeitavam como jornalista, não só a mim, mas todo o pessoal que entrava em jornal para fazer coluna de televisão. Tinha muito esse papo: ‘Eu estava indo para a cozinha e minha empregada viu não sei o quê’. Conforme a TV foi conquistando mais público e se firmando como grande veículo de comunicação, abriu o mercado e levou as TVs a começarem a abrir o seu próprio espaço.”
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Autor(a):
Nayara Bolognesi
Formado em jornalismo, foi um dos principais jornalistas do TV Foco, no qual permaneci por longos anos cobrindo celebridades, TV, análises e tudo que rola no mundo da TV. Amo me apaixonar e acompanhar tudo que rola dentro e fora da telinha e levar ao público tudo em detalhes com bastante credibilidade e forte apuração jornalística.