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Calote de R$ 65M, 38 lojas fechadas e adeus após 54 anos: A falência decretada de rival n°1 da Magalu em SP
27/03/2025 às 15h30

Rival da Magalu em SP decreta falência após calote de R$ 65M e fechamento de 38 lojas. Saiba como isso impactou o mercado
O competitivo mercado varejista brasileiro, especialmente em São Paulo, já viu ascensão e queda de grandes nomes. Empresas que antes dominaram prateleiras e a preferência do consumidor enfrentaram desafios insuperáveis.
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Uma dessas trajetórias marcantes foi a da G. Aronson. Esta rede se estabeleceu como uma força significativa no varejo paulista, competindo diretamente por décadas com gigantes como o Magazine Luiza (Magalu), antes de sucumbir a dificuldades financeiras.
A partir de informações divulgadas pelos portais “UOL” e “Folha de S. Paulo”, a equipe do TV Foco, especializada em Varejo e Empresas, traz agora mais detalhes sobre o assunto.
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O início da G. Aronson
A história da G. Aronson começou em 1944, na capital paulista. Girz Aronson fundou a empresa inicialmente focada na venda de casacos de pele, um nicho distinto do que a consagraria posteriormente.
Com o passar do tempo, entretanto, a empresa redirecionou seu foco. Assim, passou a comercializar eletrodomésticos, adaptando-se às novas demandas do mercado consumidor e iniciando sua expansão.
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Expansão e destaque no varejo
Um marco importante ocorreu nos anos 1970. Naquela época, a G. Aronson adquiriu o estoque de fogões de uma loja que havia falido, impulsionando significativamente suas operações comerciais.
Como resultado, a rede cresceu expressivamente, chegando a operar 38 lojas no estado de São Paulo. Ademais, a empresa empregava cerca de mil funcionários no seu auge.
Logo depois, para reforçar sua imagem, a G. Aronson adotou o slogan “a inimiga número 1 dos preços altos”. Com isso, destacou sua política agressiva de preços competitivos no mercado.

Os primeiros sinais de dificuldade
Contudo, a rápida expansão trouxe consigo crescentes desafios financeiros. Prova disso é que, em 1991, a G. Aronson precisou solicitar sua primeira concordata preventiva, buscando renegociar débitos.
Naquela ocasião, as dívidas somavam aproximadamente US$ 20 milhões. Embora a empresa tenha conseguido quitar esses valores antes do prazo legal de dois anos, novas turbulências surgiriam.

A crise final e a dívida milionária
Anos mais tarde, em 1998, a G. Aronson enfrentou novamente sérias dificuldades financeiras. Por conseguinte, solicitou uma nova concordata, desta vez com um passivo consideravelmente maior.
A dívida acumulada atingia R$ 65 milhões. Desse montante, R$ 50 milhões correspondiam a débitos com fornecedores, enquanto os R$ 15 milhões restantes eram devidos a instituições bancárias, uma situação complexa como a de outra rival que enfrentou dívidas significativas.
A decretação da falência
O cenário tornou-se insustentável no início de 1999. Em janeiro daquele ano, a G. Aronson falhou em pagar a primeira parcela prevista no acordo da concordata, sinalizando a gravidade da situação.
Consequentemente, poucos meses depois, em junho de 1999, a Justiça de São Paulo decretou oficialmente a falência da empresa. As 38 lojas foram lacradas, um desfecho similar ao fechamento de unidades de outra concorrente.
Dessa forma, encerrou-se abruptamente a trajetória da G. Aronson no varejo, após mais de cinco décadas de atuação desde sua fundação.
O sequestro do fundador
Um evento traumático adicionou mais pressão sobre a já fragilizada empresa. Em setembro de 1998, o fundador Girz Aronson foi sequestrado na capital paulista.
Ele permaneceu em cativeiro por 14 dias. A libertação ocorreu somente após o pagamento de um resgate no valor de R$ 117 mil, conforme noticiado à época.
Sem dúvida, o episódio complicou ainda mais o cenário financeiro da empresa, que buscava formas de se reerguer como outras no setor. Girz Aronson veio a falecer posteriormente, em junho de 2008.

Quais fatores que levaram à queda?
Diversos elementos contribuíram conjuntamente para o colapso financeiro da rede varejista. A gestão enfrentou um cenário econômico e competitivo adverso na década de 1990.
Entre os principais fatores, destacam-se:
- A concorrência acirrada, pois supermercados passaram a vender eletrodomésticos com margens mínimas, ou até abaixo do custo, para atrair clientes.
- As elevadas taxas de juros vigentes no período, que dificultaram o acesso a crédito e a administração do fluxo de caixa.
- A redução do poder de consumo da população, aliada ao aumento da inadimplência, que impactou diretamente as vendas e receitas.
Considerações finais
Dessa forma, a falência da G. Aronson representou o fim de uma era para uma das marcas mais conhecidas do varejo paulista.
Por fim, sua história indica os desafios enfrentados por empresas tradicionais diante de mudanças econômicas e da intensificação da concorrência, encerrando um ciclo de mais de 50 anos e rivalidade com concorrentes como a Magalu.
Autor(a):
Hudson William
Por dentro dos assuntos sobre televisão desde 2008. A partir de 2012, passou a colaborar para o TV Foco com responsabilidade e credibilidade aos leitores.