Domingo à noite deixou de ter programa certo. Estamos há tantos anos com as mesmas opções na tela que somos obrigados a zapear. Afinal, Pânico anda paradão, o “Fantástico“ só pensa na Record e esta apresenta mais uma intervenção do Rezende. Aliás, a rede deveria se chamar Rede R de televisão, serviria para Record e Rezende, afinal, seja qual for o horário, lá está o âncora falando como quem adormece após o almoço dominical.
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E vamos passeando até chegarmos às redes públicas. Quando chegamos nelas em um domingo, é por que a coisa anda fraca na tela. Estava mesmo! Só que aparecem as surpresas. Ao invés de vermos alguém tocando violão clássico ou algum filme da Atlântida, Ariano Suassuna diverte, sozinho, plateia com milhares de pessoas.
No palco uma mesa, microfone, copo e a pastinha onde trás sua caixa contendo uma bala da época de Canudos. Fala mansa, passando as mãos sobre a careca buscando fio solitário em sua brilhante cabeça, sorrindo mesmo quando ataca algum suposto inimigo, Suassuna conta histórias magníficas, todas vindas do povo, esforçando-se para nos mostrar como nossa gente tem força cultural.
Entre o deboche em cima de Miranda, do “Astros”, que escreveu na Folha sobre as “maravilhas” da Banda Calypso, até o seu pavor por aviões após ter visto os dizeres “o acento flutua”, o autor de “O Alto da Compadecida” trouxe vida ao domingo natimorto da nossa televisão.
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Finalizado, migrei da Tv Senado para a Record e vi que o próximo assunto abordaria a gravidez de Ana Hickmann. Do Calypso passei para o colapso.
Texto: Cleomar Santos
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