No ar em O Tempo Não Para, novela da faixa das 19h da Rede Globo, a atriz e apresentadora Adriane Galisteu tem dado um show de interpretação na pele de Zelda.
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Na trama escrita por Mário Teixeira, Zelda é uma estilista que ao passar por uma fase decadente, rouba as peças criadas por Marocas (Juliana Paiva) e mantém trabalhadores em situação análoga à escravidão.
“Minha avó (Agnes, já morta) costurava todas as roupas da minha mãe (Emma, de 76 anos), fazia peças para mim quando eu era criança e alguns trabalhos para fora. Tenho memória afetiva da salinha de costura dela, com tecidos espalhados até o teto, muitas linhas, uma máquina bem antiga, preta, que ficava sobre uma mesa de madeira. Até hoje, eu me lembro do barulho da máquina da minha avó. Não sei costurar, mas teve uma época em que eu fazia crochê e tricô. Hoje, se eu precisar fazer uma bainha, quebro um galho colando fita dupla face. Talvez esse seja meu lado truqueiro”, diverte-se, completando: “Mas truqueira mesmo é Zelda. Ela está num estado de desespero por grana tão grande que tomou atitudes erradas com pessoas erradas e se enroscou. Ela está dançando uma música que pessoas do bem não dançariam. Numa situação como essa, buscaria estar próxima de gente do bem para reconstruir minha marca”, disse em entrevista ao jornal Extra.
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Crise é uma palavra conhecida pela artista. Após passagens por RedeTV!, Record e SBT, ela se viu sem um programa para comandar. No entanto, ela não desistiu e no momento em baixa, ela correu atrás. “Fui me reinventar. Criei um canal no YouTube e fui fazer rádio (Globo, onde apresenta o “Papo de almoço” às quartas-feiras, ao meio-dia). Não bateu desespero. Bateu tristeza e agonia, mas boto fé em mim! Perguntava a Deus por que aquilo estava acontecendo. Esse foi um bom momento para me questionar e me transformar. Sou feliz por ter o privilégio de sobreviver e pagar as contas fazendo o que amo”, contou ela.
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Casada com o empresário Alexandre Iódice há dez anos, a mãe de Vittorio, de 8, é responsável por metade das finanças da família. “Pago muitas contas. Eu e Alê dividimos tudo. Só viagens que, às vezes, um dá de presente para o outro. Minha mãe me ajuda nos pagamentos porque eu esqueço. Se deixar, fico inadimplente (risos). Eu me atrapalho, não sei lidar com dinheiro, fazer aplicações… Sou boa para gastar, sair para comprar. Mas está fora de moda pagar muito caro por uma peça, se endividar e não estar feliz com o que se tem”, disse Adriane.
A fase de consumista já não existe mais: “Já fiz loucuras! Depois de Vittorio, faço bem menos. Tenho um filho para criar. Perdi o hábito de comprar por comprar, mas continuo reclamando que não tenho roupa”, brincou, relembrando os excessos do início da carreira: “Lembro que, quando ganhei meu primeiro dinheiro, fui para Itália, entrei na Versace (grife internacional) e comprei tudo o que vi pela frente, inclusive muitas coisas que não tinham nada a ver comigo. Sabe aquela história de quem vivia na pobreza, passou vontade a vida inteira e, ao poder comprar, se atrapalha toda? Foi o que aconteceu comigo. Quando cheguei em casa e disse para minha mãe que não ia usar várias peças, ela me obrigou a vesti-las. Ou então eu ia ter que comê-las com sal e pimenta. Aprendi muito com isso e nunca mais repeti a dose”.
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Seu marido é um ponto de equilíbrio e a ajuda com a saúde financeira: “Alê botou ordem na minha vida, me chamou à realidade, mostrando que eu tinha profissionais trabalhando comigo que eu não precisava ter. Cortamos o excesso de gastos. Diminuí os custos porque não sei o dia de amanhã. Mas também, se tiver que morar numa quitinete, a gente vai se adaptar e ser feliz. Não tenho medo nem vergonha de nada”, frisa.
“Alê foi o primeiro homem que tive que colocou a mão na massa, que quis saber onde poderia me ajudar. Essa parceria é difícil de encontrar. Às vezes, quando o cara se depara com os seus problemas, as suas angústias, não te quer mais. Tem os que só te querem brilhando. Isso é assustador. Eu me deparava com homens que só queriam estar comigo da porta para fora, que não gostavam de me ver de moletom, com o cabelo desarrumado, sem maquiagem. Vivi isso na pele e achei que ia ser difícil encontrar alguém como Alê. Mas um dia ele chegou e me aceitou como eu sou. E ainda sabe cozinhar!”, elogiou ela.