ADEUS...
R$ 7,9 bilhões: A venda de rede de mercados no Brasil e compra às pressas do Pão de Açúcar para fugir da falência
Após enfrentar dívida, uma importante varejista decidiu se entregar ao concorrente para não cair na malha-fina da Justiça e encerrar de vez as atividades
Em 2002, um negócio multimilionário aconteceu entre duas grandes empresas no Brasil. Na época, um acordo foi fechado para evitar que a falência de uma das envolvidas fosse decretada, diante de uma dívida bilionária que vinha se estendendo.
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Para quem não se lembra, o grupo português Jerônimo Martins, antigo dono dos Supermercados Sé, anunciou que estava vendendo 100% das ações para o Pão de Açúcar. Fundada em 1954, a marca teve uma longa história no país, onde se consagrou entre as maiores do setor.
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Segundo o Estadão, somente em São Paulo, os Supermercados Sé mantinham 60 unidades abertas, figurando no 2º lugar dos mais importantes e tradicionais. A venda teria sido finalizada em um pagamento de R$ 400 milhões, que fez parte de um plano de reestruturação dos administradores.
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Em entrevista ao jornal, a ex-diretora de comunicação da varejista, Marta Maia, explicou o motivo da decisão sobre se entregar ao concorrente. “O objetivo da Jerônimo Martins é a redução da dívida. Por isso, o grupo optou por reduzir a dívida num local que representou a maior parcela dos seus resultados negativos em 2001, focalizando em locais com maiores níveis de rentabilidade, como Portugal e a Polônia”, disse.
Com o valor que entraria em conta, os Supermercados Sé ficariam abaixo do teto de dívida, que era de 1,3 bilhão de euros. Hoje, na conversão atual, o valor estaria em torno de R$ 7,9 bilhões. “Temos de ver a incerteza que ronda o mercado brasileiro. Manter o Sé significaria injetar continuamente mais capital”, apontou a representante na ocasião, declarando ser motivo de comemoração o fato de o grupo não ter que decretar falência para sanar as contas.
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Apesar das expectativas em manter o selo, todas as lojas da marca foram convertidas para o nome do GPA e Compre Bem – que, posteriormente, se transformaram na bandeira Extra. Inevitavelmente, esse foi seu fim no Brasil, dando espaço aos antigos rivais. “O Pão de Açúcar pode assumir a sobreposição de lojas ou fechar algumas delas”, havia dito Marta Maia, sabendo da possibilidade do que iria acontecer após a venda.
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O que acontece em casos de falência?
Esse processo reúne os bens da instituição e dos donos, apontando o que deve ser liquidado para pagar as dívidas em aberto. Ele pode levar longos anos na Justiça, assim como também pode ser revertido, caso o responsável consiga achar um jeito de levantar a empresa novamente.
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Autor(a):
Lucas Brito
Lucas Brito é um jornalista que ama conversar sobre tudo, mas em especial sobre música, culturas, teorias e boas histórias. Seu maior objetivo é conseguir se tornar um grande comunicador e ter espaço para tratar de assuntos sociais que considera importantes, além de poder opinar sobre a ficção, como séries e novelas. Email: [email protected]