Uma das mais históricas e importantes fábricas de chocolates de São Paulo teve um fim desolador após falência em quase 100 anos de existência
De forma geral, a indústria do chocolate movimenta bilhões de reais por ano no Brasil, no entanto, sua importância é ainda mais vital na economia de São Paulo, um dos maiores polos industriais da América Latina.
Também pudera, o setor industrial, ainda mais com foco alimentício:
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- Gera milhares de empregos diretos e indiretos;
- Incentiva o desenvolvimento regional;
- Impulsiona exportações;
- Sustenta cadeias produtivas robustas.

No entanto, neste contexto e ao longo das décadas, muitos nomes fortes do setor da indústria acabaram tendo um desfecho trágico ao se afundar em crises, fechamentos e até falências.
Inclusive, a partir de informações coletadas pelos portais Wiki e São Paulo Antiga, a equipe especializada em economia e fatos históricos do mercado do TV Foco traz abaixo mais detalhes sobre o adeus à Páscoa de forma definitiva da Chocolates Sönksen, um nome que marcou a indústria por quase 100 anos.
A fundação da Chocolates Sönksen: um marco pioneiro
Tudo começou em 1887, quando a cidade de São Paulo sediou o Chocolates Sönksen, inicialmente batizado de La Bonbonniere.
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Localizada na Rua Líbero Badaró, ela, que começou como uma pequena loja de doces, virou um verdadeiro império industrial sob o comando da viúva de Alfredo Richter, fundador da marca.
Isso porque, após sua morte, Alwine Sophia Sönksen assumiu a liderança e conduziu a empresa tomando um caminho de crescimento ousado.
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A transferência da fábrica para a Rua Vergueiro consolidou a Sönksen como uma das primeiras grandes fábricas de chocolate do Brasil.
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A era de ouro da Sönksen
A Sönksen tornou-se referência pela qualidade de seus bombons, drágeas e as famosas línguas de gato, atualmente produzidas pela queridinha Kopenhagen, conforme podem ver por este link*.
Isso sem falar nas embalagens sofisticadas que se tornaram símbolo de status e bom gosto.
Em 1924, a empresa mudou sua razão social para Sönksen Irmãos & Cia., marcando a entrada definitiva de mulheres em cargos de liderança, um fato raro no início do século XX, uma vez que a era industrial era majoritariamente dominada por homens.
Em 1948, ao se transformar em sociedade anônima, a Sönksen reforçou sua solidez no mercado e ampliou sua rede de lojas próprias, modelo que inspirou empresas do setor nas décadas seguintes.
Uma tradição que se vai
Infelizmente, na década de 70, a Sönksen enfrentou sérios desafios financeiros.
Investimentos mal planejados em tecnologia e uma rede de distribuição falha afetaram sua competitividade.
Sem herdeiros da família no comando, a empresa se viu à beira da falência em 1977.
O empresário José Clibas de Oliveira e Silva, dono da Casa Falchi, chegou a assumir um passivo da Sönksen e tentou reerguer a marca.
Após algumas tentativas frustradas, seu filho, José Clibas Filho, assumiu a presidência, mesmo sem experiência prévia no setor.
Como não era do ramo de chocolates, inicialmente Clibas Filho veio como uma espécie de interventor, seguindo sugestões de seu pai. Somente aos poucos, ele foi tomando conta do negócio.
Inclusive, na época, os donos da famosa Ofner chegaram a ser acionistas e membros da diretoria da Sönksen até pouco antes de Clibas Filho assumir.
Quando a Sönksen teve um fim decretado?
Apesar dos esforços, a Sönksen não resistiu às transformações do mercado.
Por mais que na época a empresa ainda detinha cerca de 30% do mercado de chocolates no Brasil, a redução do portfólio e as sucessivas gestões mal planejadas foram a “pá de cal” para o seu fim.
Fatalmente, em setembro de 1983, a Chocolates Sönksen decretou sua falência definitiva, com 96 anos de existência.
O que marcou o fim de uma era para os chocólatras paulistanos.
Qual é o maior nome dos chocolates da atualidade?
Obviamente, após o fechamento da Sönksen, o mercado paulista abriu espaço para novas marcas, nomes e potências.
Inclusive, atualmente, quem ocupa a liderança do setor é a Cacau Show.
Fundada em 1988 por Alexandre Costa, a empresa investiu em franquias, diversificação de produtos e marketing eficiente, transformando-se na maior rede de chocolates finos do país.
Conclusão:
A Chocolates Sönksen moldou o mercado brasileiro e marcou gerações com seus produtos icônicos.
A gestão familiar e a inovação destacaram a marca em um cenário ainda incipiente no Brasil.
Mas, o fracasso em adaptar-se ao mercado selou um fim melancólico em 1983. Atualmente, a Cacau Show ocupa a liderança no mundo dos chocolates.
No entanto, essa trajetória da Sönksen confirma que, na indústria, tradição só se sustenta com inovação e gestão eficiente.
Mas, para mais informações sobre casos de falências e situações de crise, acesse aqui*.