Considerada n°1 do setor, varejista tem falência decretada após mais de um século de história e pega todos de surpresa; Entenda o que aconteceu nos bastidores da tragédia
Uma grande varejista, N°1 no setor, enfrenta seu momento mais crítico. A notícia da falência da Saraiva, revelada pelo jornal da Globo, o G1, expõe os desafios que a categoria vem enfrentando.
A icônica livraria, que marcou presença no Shopping Center Norte, encerra suas atividades após mais de um século de história, o que pegou todos de surpresa.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Decretada a falência pela Justiça
A 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Capital decretou a falência da Saraiva. O pedido foi feito pela própria empresa, que admitiu sua insolvência diante de uma dívida de R$ 675 milhões.
O juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho reconheceu o descumprimento do plano de recuperação judicial. Portanto, determinou a suspensão de ações e execuções contra a empresa e solicitou a apresentação da relação de credores.
Decisão do magistrado
Segundo o magistrado, apesar do pedido de autofalência e da apresentação dos documentos exigidos por lei, já havia informações nos autos sobre o descumprimento do plano de recuperação. “Embora formulado o pedido de autofalência […] nos autos já há notícia de descumprimento do plano”, escreveu o magistrado, ressaltando a impossibilidade de reverter a situação financeira.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Em comunicado ao mercado, a Saraiva informou que o pedido foi protocolado nos autos do processo de recuperação judicial na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca da Capital de São Paulo.
Além disso, anunciou que a RSM Brasil Auditores Independentes não presta mais serviços de auditoria para a companhia. Essas mudanças evidenciam a complexidade da crise enfrentada.
LEIA TAMBÉM!
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
● Prateleiras vazias e dívida impagável: Marca n°1 das donas de casa tem falência destruidora em país
● Falência e 30 mil funcionários na rua: Maior varejista, nº1 dos eletros, tem fim decadente em país
● Calote de R$ 60BI: O anúncio de Tralli ao parar JH com falência de banco n°1 e confirmar venda à maior rival
Lojas físicas fechadas sinalizaram fim inevitável
O anúncio ocorreu quase duas semanas após o fechamento de todas as lojas físicas e a demissão dos funcionários das operações presenciais.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Mantendo apenas o e-commerce em funcionamento, a Saraiva tentou se adaptar ao mercado digital. Entretanto, as renúncias do presidente e diretor de relações com investidores, Jorge Saraiva Neto, e do vice-presidente, Oscar Pessoa Filho, em 22 de setembro, indicaram desafios internos maiores.
Mas afinal, o que ocasionou a falência?
Mas o que levou a Saraiva a esse ponto crítico? Desde 2018, a empresa estava em recuperação judicial após não conseguir acordos com fornecedores para renegociar suas dívidas.
Na época, já acumulava um passivo de R$ 675 milhões. A estagnação econômica do país desde 2014 afetou os negócios, reduzindo o poder de compra dos consumidores e impactando as vendas.
Eventos como a greve dos caminhoneiros e a Copa do Mundo agravaram ainda mais a situação financeira.
O desabastecimento de fornecedores de telefonia e tecnologia, setores importantes para a Saraiva, prejudicou o faturamento.
Além disso, problemas na implementação de um novo sistema interno de gestão dificultaram as operações, causando atrasos e ineficiências.
Fechamento em ponto emblemático no shopping
Em maio de 2020, a crise se intensificou. A Saraiva anunciou o fechamento de sete lojas e listou outras 12 como possíveis encerramentos, caso não conseguisse renegociar os contratos de locação.
Entre as unidades fechadas estava a do Shopping Center Norte, um marco para os frequentadores do centro comercial e símbolo da presença da empresa em São Paulo.
Quando a Saraiva foi fundada?
A Livraria Saraiva foi fundada em 1914 por Joaquim Ignácio da Fonseca Saraiva, começando como uma pequena loja especializada na venda de livros usados e novos, localizada na Rua do Ouvidor, no centro de São Paulo.
Ao longo dos anos, a livraria expandiu seu portfólio e se tornou uma das maiores redes de livrarias do Brasil. Nos anos 1940, a empresa passou a publicar obras jurídicas e acadêmicas, um dos pilares de sua expansão.
Durante sua trajetória, a Saraiva se diversificou, passando a vender também produtos de tecnologia, papelaria, entre outros.
No entanto, com a crescente digitalização do mercado editorial e o impacto das vendas online, a empresa começou a enfrentar dificuldades financeiras, culminando em um pedido de recuperação judicial em 2018 e, eventualmente, na decretação de sua falência em 2023.