Grande loja de roupa localizada nos principais shoppings do país, como o Bourbon e Center Norte, está beirando a falência após se afundar em dívidas em meio a crise do varejo
Não é de hoje que a crise vem afetando o varejo nacional, principalmente no que se refere às lojas localizadas em grandes empreendimentos, como shoppings e galerias conceituadas. Quase que diariamente nos deparamos com notícias envolvendo nomes, (muitas vezes improváveis), que se encontram com a corda no pescoço e lutam para sobreviver.
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Como está ocorrendo com a tradicional Sidewalk, uma conceituada loja de roupas voltada ao público masculino e feminino, cuja identidade está no jeito urbano e ao mesmo tempo aventureiro de ser. Fundado ainda no ano de 1982, o Grupo Sidewalk é composto também pelas companhias Canroo e Multside.
De acordo com o portal MSN, a marca, que está presente em shoppings como o Bourbon em São Paulo e Center Norte, está sendo aterrorizada pelo risco de falência e acabou pedindo socorro ao dar entrada na sua recuperação judicial no último dia 05 de agosto de 2024, a fim de sanar suas dívidas, que já estão na casa dos R$ 25,5 milhões.
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Herança maldita
Como já dissemos anteriormente, a pandemia da Covid-19 somada a concorrência incompatível com o e-commerce que cresceu (e muito) durante esse período de crise sanitária, abriu um verdadeiro abismo financeiro entre as varejistas, que mesmo com a retomada, estão tendo que lidar com a “herança maldita” deixada por ela em meio à dívidas e dificuldades em prosperar em um período de recessão.
Afinal de contas, com tanto tempo de lockdown somado ao crescimento do mercado digital em meio a esse cenário, essa retomada de fato não vem sendo nada fácil para muitas varejistas, que assim como a SideWalk, fazem o que podem para sobreviver.
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Inclusive, segundo o grupo, além da pandemia, os altos preços dos aluguéis cobrados pelos shoppings e as mudanças climáticas foram os principais fatores que a levaram à crise da rede, uma vez que suas peças tem como foco principal os dias mais frios do inverno.
O processo está correndo pela 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo (SP).
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De acordo com apurações feitas pelo Estadão/Broadcast, o grupo tentou negociar com credores uma recuperação extrajudicial, mas que não foi possível chegar a um acordo:
“Existiram tentativas de negociação, mas o perfil dos credores nas negociações acabou inviabilizando a tentativa de seguirem um projeto de recuperação extrajudicial” – Conforme dito por uma fonte exclusiva do Estadão Broadcast.
Em meio a detalhes da petição inicial, foi apontado que nos últimos 12 meses, houve uma queda de 15% nas vendas da SideWalk, que como mencionamos acima “dependem das temperaturas frias”.
Isso sem falar no também mencionado por aqui aumento do consumo via marketplaces, cujos quais ajudaram a dificultar a saúde da empresa, conforme dito pelo próprio grupo.
Esse processo de recuperação judicial envolve 21 unidades, além de outras 12 em fase de fechamento. A marca ainda conta ainda com 20 franquias que não integram o processo.
Ao procurar uma declaração mais explícita da marca sobre esse fato, a mesma não foi encontrada. Lembrando que o espaço permanece aberto caso assim lhe for conveniente dar a sua versão dos fatos.
Quais são os credores da SideWalk?
Ainda de acordo com o portal, para a Justiça, o grupo pediu pela antecipação do stay period, ou seja, a antecipação da proteção contra credores, até que o pedido seja aceito pelo juiz. Além disso, foi solicitado a manutenção dos serviços essenciais de internet, luz e telefonia.
Entre os fornecedores com quem a empresa tem débitos em aberto, o grupo cita Claro, Telefônica Brasil (dona da Vivo), America Net, Vogel, Terra, Telesp, Eletropaulo e Linx.
Importância da SideWalk:
Como mencionamos a marca nasceu no período eletrizante da década de 80, mais precisamente em 1982, após 3 amigos se juntarem em uma ideia em comum.
Luis Gelpi, Eduardo Rizk e Tinho Azambuja resolveram fundar a SideWalk com um DNA repleto de originalidade e irreverência.
O principal conceito é que homens e mulheres que se identificam com a Side, apesar da rotina urbana e moderna, não deixam de lado a chance de sair da cidade para dias mais tranquilos em contato com a natureza.
Até por isso a marca soma elegância mas ao esmo tempo praticidade. De acordo com o portal oficial da marca, uma das inspirações de coleções foram retiradas das memórias de viagens feitas no exterior pelo trio.
Luis, Eduardo e Tinho abriram a primeira loja da marca na Rua Melo Alves, nos Jardins, em São Paulo. Em pouco tempo, os calçados da Side, que vinham embalados em saquinhos flanelados, foram sucesso absoluto entre os clientes.
Logo depois, a cartela de cores das polos e das meias, os Topsiders, os sapatos de bolinha, entre muitos outros, já estavam nas listas de desejos de todos, até mesmo dos clientes mais exigentes.
Mesmo após completar 30 anos, a SideWalk continua imprimindo seu estilo criativo e descontraído ao mercado de moda brasileiro.