Virou tendência os atores brasileiros deixarem o Brasil para trabalhar na TV portuguesa, que passou a ser vista como uma ótima alternativa de trabalho, especialmente para quem quer viver novas experiências fora do país sem enfrentar barreiras como a língua. E, de acordo com o colunista Flávio Ricco, o próximo a seguir esse caminho deve ser mais uma estrela da Globo: Thiago Lacerda.
O ator não tem do que reclamar em relação ao espaço oferecido pela emissora carioca. Desde a sua estreia na TV em Malhação, em 1997, ele esteve no ar em praticamente todos os anos, e vem de uma sequência de trabalhos com papéis de destaque, incluindo o atual, onde é protagonista de Orgulho e Paixão, novela das 18h.
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Apesar do sucesso, Lacerda não esconde o desejo de deixar o país, mas o motivo não estaria relacionado à carreira artística. Em recente entrevista ao portal UOL, o ator revelou que pensa em sair do Brasil para oferecer uma vida melhor aos filhos, sem se preocupar com os problemas que ocorrem por aqui.
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“Tenho essa vontade todos os dias. É um conflito pessoal, como se fosse jogar a toalha, e não sou assim. Quando se tem filhos, as coisas mudam de lugar. Aqui está complicado. Ficar é uma decisão corajosa e difícil, especialmente no Rio. Sou carioca, amo, mas anseio por um lugar mais justo, limpo, honesto e educado”, disse. “É difícil olhar para esse abismo ético. Os brasileiros perderam a humanidade. Como ver um menino de 7 anos no semáforo e não pensar que ele deveria estar na escola? Não vou ver meu povo com igualdade de direitos enquanto for vivo”, completou.
Marcello Antony, Silvia Pfeifer, Zezé Motta, Carolina Kasting e Thiago Rodrigues foram alguns dos atores brasileiros que trocaram recentemente a TV brasileira pela portuguesa. Porém, apesar de toda euforia, essa transição não é tão fácil como parece. Pelo menos é o que revela uma brasileira que trabalha nos bastidores da TV lusitana.
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Em recente entrevista, a ex-global Karla Muga, marcada por interpretar a personagem Grampola de A Indomada (1997), e que hoje atua em Portugal como produtora, coach e preparadora de atores, contou que o mercado do país é muito limitado: “Não há espaço para tanta gente. Temos de ser realistas, olha o tamanho do país. A indústria de dramaturgia é minúscula, não é 10% do que é feito no Brasil. Os recursos para o audiovisual acabaram há dois anos, hoje Portugal tem 30 ou 40 atores que se mantêm no ar. E não é só na TV, é em todas as áreas. Acho que o país é uma ótima escolha para quem está vivendo de aposentadoria, não tem uma ambição profissional. Mas não é a salvação que todos imaginam, não”.