Tiririca aponta mudança eleitoral do governo
01/07/2019 às 10h07
Em seu terceiro mandato como deputado federal pelo PL de São Paulo, o humorista Tiririca, que chegou ao Congresso em 2011 como o parlamentar mais bem votado do país, foi considerado um voto de protesto dos eleitores em meio ao descrédito com o cenário político do país. Nesse sentido, Jair Bolsonaro, que também foi deputado por quase 30 anos, ascendeu politicamente na onda do “voto de protesto” e conseguiu se eleger presidente da República. No entanto, na visão de Tiririca, o atual líder do Executivo está se encaminhando para ser o “Pior presidente” da história do Brasil.
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Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Tiririca disse que ao chegar na Câmara dos Deputados pela primeira vez em 2011, após ser eleito com votação tão expressiva (1,35 milhão de votos), ele pensou que conseguiria aprovar as pautas que quisesse. Para o parlamentar, o mesmo acontece hoje com Bolsonaro que, após ter vencido o pleito presidencial com uma votação significativa, acreditou que conseguiria aprovar as pautas que quisesse, sem precisar entrar em consenso com Legislativo – deputados federais e senadores.
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Ledo engano, na visão de Tiririca. Para o comediante, falta alguém que traga Jair Bolsonaro de volta para a realidade, embora ele confesse que o presidente já está mais ciente de como o jogo funciona, e está deixando de lado discursos como o de uma “velha” e “nova política”.
“Tá faltando a galera pra chegar e dizer (ao Bolsonaro): ‘Irmão, senta aqui. Cara, tu não é deputado. É o país, irmão. Assim não vai. É assim, assim e assim…’ Se ele não sair do pedestal ele vai ser o pior governo que já tivemos em todos os tempos”, afirmou Tiririca.
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Em outro ponto da entrevista à Folha, Tiririca aponta uma inconsistência em atos recentes de Jair Bolsonaro que soam como diferentes dos discursos que ele fez para conseguir se eleger, e chegou a citar uma recente derrota do presidente em relação ao decreto para facilitar o porte de armas. Hoje, na visão do deputado paulista, Bolsonaro tem “recuado” e começou a trilhar um caminho diferente daquele que ele falou aos seus eleitores que trilharia, caso eleito.
“Ele (Bolsonaro) foi eleito com um discurso, foi eleito com um discurso, já está mudando o discurso, é isso que eu vejo. Por que? A vida da gente é uma política. Então tem que ter diálogo”, afirmou Tiririca, ressaltando que nos primeiros meses da atual gestão, o governo tinha dificuldades em dialogar com o Congresso para não parecer que estava fazendo “velha política”.
“Ele chegou com um discurso bacana, bonito, mas não rola assim, papai. Eu tô no meu terceiro mandato. Eu vim numa brincadeira. Eu tava mal das pernas e eu disse: se eu fizer isso, eleito eu não vou ser, mas pelo menos vou divulgar e vou vender show pra caramba! Eu vim nessa pegada. Quando vi, um milhão e trezentos e cinquenta mil votos. Eu disse, “epa, o que é isso?” Parei, nããão, não posso brincar com uma pegada dessa. Aí disse: quando chegar lá vou aprovar projeto pra caramba. Eu pensei que era assim. Quando eu cheguei aqui foi um choque. Ele se sentiu nessa pegada. ‘Sou presidente e eu posso tudo.’ E não é assim”, afirmou Tiririca.
Até o Tiririca sabe que Bolsonaro enganou vcs pic.twitter.com/FZouGw7eTU
— Luiz Magalhães (@Lfmleao) July 1, 2019
https://twitter.com/sobebococa/status/1145664673515212800