Uma das participantes do BBB18, Gleici é de origem muito humilde e precisou se sacrificar para deixar a sua cidade natal, no Acre, para chegar até os Estúdios Globo. Aos 22 anos, ela começou a trabalhar aos 12 e sua vida na periferia de Rio Branco, ao lado da mãe e dos irmãos, não é nada fácil.
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Estudante, Gleici mora em um local dominado por facções criminosas, com ruas esburacadas e esgoto correndo a céu aberto, e sua casa é protegida por uma simples cerca de madeira com cadeado. Filha de Vanuzia Damasceno, de 39 anos, Gleici não se deslumbra com o que está vivendo no reality show.
A mãe era agredida pelo pai e, após se separar, passou a cuidar de Gleici e dos irmãos sozinha. Enquanto isso, seu pai foi assassinado há três anos e a vida passou a ficar ainda mais difícil. Vanuzia lamenta a falta de oportunidade de estudar na infância, mas trabalhou pesado para sustentar os filhos.
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“Trabalhava durante o dia e a noite. Saía de casa quatro horas da madrugada. Não tinha tempo nenhum de cuidar deles”, explica Vanuzia em entrevista ao UOL. Depois disso, ela passou a trabalhar na Câmara dos Vereadores e, com o salário, somado ao das faxinas que fazia em uma UPA, conseguiu sair do aluguel.
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A mãe de Gleici teve um câncer no útero e hoje, sofre com a baixa imunidade. Ela esteve debilitada e não conseguiu viajar para o Rio de Janeiro no dia do paredão surpresa da filha, mas seguiu torcendo como foi mostrado no BBB18. Sua casa não possui internet, então as imagens precisaram ser feitas da casa de amigos.
Trabalhando desde os 12 anos como babá pela manhã, Gleici estudava à tarde e, durante a adolescência, se tornou militante política. Ela entrou para o movimento estudantil, se filiou ao PT e passou a ocupar o cargo de secretária de movimentos populares. Agora, a mãe torce pela vitória da filha.
Caso leve o grande prêmio, ela afirma: “Não quero mudar muita coisa. A única coisa que me assusta um pouco é isso: ter que mudar de lugar, mudar a minha vida. Eu não quero mudar de lugar. Quero levar a minha vida do mesmo jeito. Eu não vou falar por ela, mas acredito que ela continuará a ser a mesma pessoa”.
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Sobre a entrada no BBB18, ela conta que recebeu ligações da produção e ficou surpresa: “Ela nunca me falou que queria se inscrever, que tinha vontade de se inscrever. Essa foi a segunda vez que ela se inscreveu”. As seletivas para o programa eram feitas em Porto Velho, Rondônia, e Gleici não tinha condições de ir.
Foi aí que ela pediu a ajuda dos amigos, com uma vaquinha, e comprou a passagem de ônibus, que custava R$ 80. Depois, a produção entrou em contato novamente para a segunda fase e, desta vez, ela foi para o Rio de Janeiro com todas as despesas pagas.
“Sempre assisti ao Big Brother. Nunca imaginei que isso fosse acontecer com a gente. Hoje eu vejo a minha filha ali dentro com o comportamento totalmente digno dela, sendo ela mesmo, verdadeira, sendo honesta. A Gleici sempre teve a cabeça dela no lugar. Ela sempre foi uma menina muito consciente daquilo que ela queria”, comemora.
Gleici era quem sustentava a família com a principal renda da casa e fazia a feira do mês. Beneficiada pelo Financiamento Estudantil, o Fies, ela entrou para uma universidade privada de Rio Branco, no curso de Psicologia. A mãe falou ainda sobre os ataques que a filha sofreu de Patrícia.
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“Ali dentro é muito tenso pelo o que eles passam, e eu acredito que a Patrícia pegou uma birra com ela sem motivo. A Gleici nunca fez nada para a Patrícia ‘birrar’ com ela, mas ela ‘birrou’ com a Gleici. Fico apreensiva com isso até porque a minha filha não é muito de confusão e tem horas que ela fica nervosa com isso”, finalizou.