Estrela da Globo morreu afogada na noite do Réveillon
Um naufrágio em plena virada do ano tirou a vida de uma das atrizes mais conhecidas da Globo. A tragédia aconteceu na noite do dia 31 de dezembro de 1988 no mar do Rio de Janeiro e matou dezenas de pessoas, entre elas, a atriz Yara Amaral.
Com 52 anos na época, Yara Amaral, tinha 25 de carreira no teatro e duas décadas na televisão, e vivia grande fase, principalmente na telinha, na pele de Joana, a grande vilã de “Fera Radical”, novela das 18h da Globo, que já tinha terminado em novembro. A morte de forma trágica da artista deixou todos em choque.
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A atriz estava de férias e se preparava para curtir as comemorações de fim de ano. Yara, então, foi convidada pelo casal de amigos, Silvio e Dirce Grotkowski, proprietários da marca de cosméticos Payot, para curtir a virada de ano de uma forma diferente: em um barco, que chegaria próximo à praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, onde ocorre o Réveillon mais famoso do mundo, e que naquele ano receberia mais de dois milhões de pessoas para a tradicional queima de fogos.
Yara Amaral chegou a convidar os filhos, Bernardo e João Mário, de 16 e 14 anos, para acompanhá-la, mas acabou acompanhada apenas pela mãe, Elisa, de 73 anos. Na noite de Réveillon, a artista embarcou no Bateau Mouche IV, mesmo com chuva e mar agitado.
Às 22h15, o barco foi interceptado por uma lancha da Marinha que fazia vistoria. Oficiais verificaram a documentação do barco e a habilitação do mestre-arrais, Camilo Faro. Há quem afirme que o Bateau Mouche IV poderia ter sido liberado ali mesmo, mas Camilo teria admitido a um oficial que suspeitava de superlotação, mesmo sem haver lista de passageiros ou checagem de nomes, o que fez com que o número exato de pessoas a bordo continue incerto até hoje. Após a abordagem, o barco foi liberado minutos depois pela Marinha.
Quando o barco retomou a viagem, Yara decidiu ir ao banheiro, que ficava no pavimento inferior. Lá, se deparou com uma inundação. Preocupada, a atriz da Globo chegou a relatar o fato à colega Dirce, mas nenhuma atitude foi tomada.
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AFOGAMENTO
Por volta das 23h50, poucos minutos antes da virada de ano, e na altura da Ilha de Cotunduba, próximo ao Morro do Leme, uma onda forte atingiu o barco. A falta de estabilidade fez a embarcação adernar, arremessando várias pessoas ao mar e dando início a uma tragédia.
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Muitos passageiros foram atingidos por móveis do barco e ficaram desacordados, enquanto outros estiveram aprisionados no salão principal e não e não conseguiram chegar à superfície.
Ao todo, 55 pessoas morreram, entre elas, Yara e a mãe, Elisa. “Entrei em choque. Custei a acreditar que havia perdido, de uma só minha mãe e minha avó”, declarou Bernardo Amaral, filho da atriz da Globo, e que, três anos depois , criou a associação Bateau Mouche – Nunca Mais, para auxiliar as vítimas da tragédia.
O caso estampou capas de jornais, e a própria Globo fez uma intensa cobertura do caso na TV, principalmente através do Fantástico e do Jornal Nacional.