Em 18 de julho de 1980, uma famosa emissora do Brasil encerrava suas atividades para sempre.
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A pioneira emissora de televisão do Brasil e da América do Sul viu seu sinal ser interrompido devido a complicações administrativas e financeiras, que resultaram na não renovação de suas concessões, provocando protestos. No entanto, a crise que levou ao fechamento começou anos antes.
A década de 1960 a TV Tupi testemunhou o início dos desafios após a morte de Assis Chateaubriand, seu fundado. Em uma entrevista à BBC em 2020, o jornalista Rodolfo Bonventti, da Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira (Pró-TV), destacou que a má administração foi o verdadeiro obstáculo para a rede.
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Ao longo dos anos 1970, mesmo mantendo o segundo lugar em audiência e faturamento, a emissora enfrentou greves, processos trabalhistas, demissões e acumulação de dívidas.
O ano de 1980 começou com salários atrasados e cheques sem fundo sendo usados para pagar alguns funcionários. Em julho, com razões diversas nas filiais, o presidente João Figueiredo, último líder da ditadura militar no Brasil, decretou o fim da emissora.
Apesar dos esforços dos funcionários e das cenas dramáticas de desespero e choro diretamente do antigo Cassino da Urca, o fechamento da TV Tupi foi inevitável.
Em 18 de julho de 1980, engenheiros do Departamento Nacional de Telecomunicações, acompanhados por agentes da Polícia Federal, lacraram os transmissores na sede da emissora, marcando o fim da Tupi em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Belém, Porto Alegre, Belo Horizonte e Recife. Apenas as filiais em Salvador e Brasília permaneceram ativas.
No mesmo ano, o governo brasileiro concedeu as frequências, agora inativas, a duas novas emissoras: o SBT, de Silvio Santos, e a TV Manchete, de Adolfo Bloch.