Adeus
Luzes apagadas, chororô e adeus: Triste fim de emissora n°1, rival da Globo e despedida oficial
02/08/2024 às 22h29
Uma emissora das maiores rivais da Globo mais amadas teve triste fim com luzes apagadas chororô e Adeus
Entre 1983 e 1999 uma das maiores rivais da TV Globo teve papel importante dentro da teledramaturgia brasileira sendo uma das mais importantes e impactantes emissoras do Brasil.
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Segundo a CNN Brasil, em sua inauguração, o principal diferencial da Manchete eram seus equipamentos de ponta e de alto custo para garantir uma transmissão melhor das imagens. Focada em jornalismo, cobertura de esporte nacional e internacional e telenovelas, a TV apresentou as coberturas e transmissão de Copas do Mundo e Olimpíadas. As coberturas do carnaval também se tornou uma memória forte da emissora. Clássicos das novelas nasceram lá, como “Pantanal”, de Benedito Ruy Barbosa, e “Xica da Silva”.
A Manchete era o mais audacioso investimento do Grupo Bloch, empresa fundada em 1922 e que virou uma das maiores editoras de revistas do Brasil. Foi fundada por Adolpho Bloch (1908-1995), conhecido como Seu Adolpho. Em 1981, junto com Silvio Santos, ele ganhou concessões de canais que haviam sido extintos (Tupi, Excelsior e Continental).
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Dois anos depois, em 5 de junho de 1983, Bloch colocou sua TV no ar. Com o slogan “televisão de primeira classe”, a Manchete tentava atrair um público mais qualificado.
Deu espaço para grandes nomes começarem, como Xuxa Meneghel e Angélica ainda nos 1980, e investiu forte no jornalismo. Em 1984, fez história ao produzir a primeira transmissão dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, com exclusividade. Também faziam sucesso na época as coberturas de bailes carnavalescos, que reuniam celebridades e foliões anônimos em clubes como Metropolitan, Scala e Monte Líbano.
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Elogiada, mas com altos gastos e sem tanto retorno financeiro, a emissora deu uma virada popular a partir de 1988. O período coincide com a chegada de um jovem diretor que tinha ideias bem arrojadas: Jayme Monjardim, que trabalhou por lá até 1993.
Mas o auge da Manchete durou pouco. Em 1992, muito endividada e com salários atrasados, a Manchete foi vendida para a IBF (Indústria Brasileira de Formulários), de Hamilton Lucas de Oliveira. Monjardim saiu, mas voltou logo em seguida, a convite do executivo. O fim da história, desta vez, foi triste. Hamilton deixou a Manchete totalmente sem dinheiro e os funcionários entraram em greve.
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“Os salários começaram a atrasar, passamos a ter problemas com o sindicato e eu fui obrigado a mudar a cabeça da rede do Rio para São Paulo para seguir no ar”, conta. “Quando voltou para as mãos dos Bloch, em 1993, quem estava lá para entregar o comando de volta aos Bloch? Eu. Fiquei triste por aquele momento da TV que fez as coisas mais lindas da minha vida.”
Na volta dos Bloch, alguns sucessos importantes. Em 1º de setembro de 1994, estreava “Os Cavaleiros do Zodíaco”, anime que mudou a forma como desenhos japoneses eram vistos no Brasil. Sucesso comercial e de audiência, a saga de Seiya abriu todo um mercado comercial no país. Só no Natal de 1995, foram vendidos 500 mil bonecos oficiais. Foi o brinquedo mais vendido daquele período.
Nas novelas, um outro êxito foi “Xica da Silva” (1996), que alçou Taís Araújo ao estrelato. A atriz foi a primeira negra a protagonizar uma novela. Mas as dificuldades financeiras eram maiores do que nunca.
A pá de cal na história da emissora foi a novela “Brida” (1998), adaptação do livro de Paulo Coelho. Concebida para ser um grande sucesso, a trama foi um fracasso imenso de público, o que prejudicou toda a Manchete. O folhetim foi encerrado sem final e os atores entraram em greve. Até hoje, muitos atores lutam na Justiça para receber pela participação.
Em 1999, a Manchete precisava ser vendida para continuar. E foi. Para a então TV Ômega, de Amilcare Dallevo Jr e Marcelo de Carvalho, que fundaram a RedeTV! pouco depois. Bathel apresentou o Jornal da Manchete até o fatídico 10 de maio de 1999.
O QUE FOI A TV MANCHETE?
Rede Manchete foi uma rede de televisão comercial brasileira fundada na cidade do Rio de Janeiro pelo jornalista e empresário ucraniano naturalizado brasileiro Adolpho Bloch
Autor(a):
Bruno Zanchetta
Sou Bruno Zanchetta, jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo. Há mais de 4 anos com experiência em redação jornalística, análise e métricas de SEO. Especialista TV Foco em matérias automotivas e esportivas, mas, escrevo um pouco de tudo. Triatleta e torcedor do São Bernardo Futebol Clube! Bruno Zanchetta no linkedin e meu e-mail profissional é: [email protected]