“Tudo Pela Audiência” dá uma de Boris Casoy e “pega pesado”

Nem tudo pela audiência

Há cenas extremamente irritantes na TV. Não falo sobre gente sendo forçada a chorar, notícias alongadas, piadas medíocres, estou falando sobre o deboche irresponsável do “Tudo Pela Audiência” desta quinta. A situação tornou-se ridícula ao ponto dos apresentadores darem uma enorme volta para não humilharem os convidados na plateia.

Tudo bem, sabemos que o programa foi feito para nos fazer rir dos temas “sérios” nos shows dominicais. Pegam alguém da classe C, como um marombado, e os usam como mote. Este é o princípio do quadro “Audiência Qualificada”. Daí a levar lixeiros, diaristas e catadores de latinha e os colocar em situação constrangedora é exagero. É revoltante.

Estas pessoas, honradas pelo suor do trabalho, são normalmente execradas por parte da população estupidificada da nossa sociedade. Em uma conversa com quem serve cafezinho, vi seus olhos marejarem quando revelou ser ignorada enquanto está prestando serviço. Isso dói! Ao invés de ser usado para nos fazer rir, a TV deve induzir respeito por estes trabalhadores.

Porchat e Tatá partiram para o grupo dizendo que iriam entrevistar os trabalhadores da Classe C. Devem ter sentido o quanto estes estavam constrangidos, pois evitaram fazer as costumeiras piadas e se dedicaram a cutucar outras pessoas da plateia. Muito correto da parte destes apresentadores. Demonstraram sensibilidade. Agora, que tipo de produção é esta pensando ser adequado expor trabalhadores ao ridículo?

Falha assim é imperdoável. Não bastasse Boris Casoy menosprezar os garis, agora um canal poderoso como Multishow permite tal estupidez! Garis, diaristas, etc, etc não precisam de gente debochando deles, também não precisam de pessoas os aplaudindo, precisam, sim, serem vistos como cidadãos de respeito que são, trabalhadores honrados, gente boa, que dedicam seu tempo para melhorar a vida de todos.

Uma pena ter que dar este “puxão de orelha” por algo tão básico, que exige só o mínimo de educação caseira!