Um ET viu Avenida Brasil
10/08/2012 às 1h50
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Perdoem-me pelo título pouco criativo.
Estou um pouco fora da minha área de atuação, entendem?
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Marte anda insuportável. Desde que vocês foram lá tirar fotos tivemos que nos esconder e eu já estava entediado.
Acabei passando por aqui e pensei:
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“Por que não estacionar?”
Então, já que me incomodaram, vim dar o troco.
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Conheci o Arthur e ele me pareceu simpático (e parecido comigo, aliás).
Tão simpático que me emprestou a Foco Máximo (esse sim um título criativo) para comentar o que vi.
Duas palavras: Avenida Brasil
A princípio, fui contagiado pela música (aquele Oi Oi Oi parece coisa de outro Planeta!).
Depois, pelas cenas.
Tenho minhas dúvidas se aquela tal Adriana Esteves, que interpreta a Carminha, não é minha conterrânea.
Jamais vi expressões faciais tão intensas quanto aquelas.
Ela nem precisava abrir a boca, mas abriu. E o que foi aquele grito?
Real demais!
A Ira no olhar, a Obsessão nas palavras, o Descontrole das mãos… Vocês tem certeza que aquilo é ficção?
E a tal Nina?
Como consegue chamar de “Dona Carminha” a mulher que (pelo que Arthur me contou) a enterrou viva semana retrasada?
Avenida Brasil me impressionou pela verossimilhança. E, ao mesmo tempo, pelo realismo fantástico.
Não entendo como vocês não acreditam em ET’s.
Sério que acham mais fácil acreditar num Enredo tão bem planejado como aquele?
Numa Fotografia escura que realça com perfeição a textura das cenas?
Numa Novela que faz com que 24 horas se passem como se fossem um mero intervalo comercial entre um capítulo e outro?
Tudo isso é tão… inacreditável!
***
(Arthur me disse que usa esses *** para dividir o texto. Achei cafona, mas respeitei)
Avenida também me ensinou sobre vocês, humanos em geral.
Na telinha, vi muita Riqueza, mas pouquíssima Felicidade.
Vi uma família destruída se empanturrando como se tudo estivesse indo bem.
Vi um Tufão tão frágil quanto uma brisa.
E percebi que a humanidade abandonou a Essência em troca da Aparência.
Vim num tal de Twitter que grande parte de vocês assistem a Novela.
Que tal aprenderem algo enquanto se divertem?
Aprendam que o Ódio mata e que a Vingança é suicídio.
Aprendam que quem vive para destruir é destruído pela própria vida.
Morrer, mesmo “acompanhado” por alguém que merece, ainda é morrer.
Avenida Brasil fala sobre vocês: Pessoas que possuem tudo, mas que, na verdade, não tem nada.
***
“A vingança nunca é plena, mata a Alma e a envenena”.
Aprendi essa frase com um humano ator e dramaturgo que passou um tempo lá em Casa.
Acho que ela cairia bem. Não é uma frase profunda, mas é real e isso é o que importa.
Avenida Brasil é um tango entre o Amor e o Ódio.
Que ao menos na vida real vocês consigam interromper a dança.
Twitter (do Arthur): @ArthurVivaqua
E-Mail (do Arthur): [email protected]